Tecnologia

Celular vai começar a funcionar como cartão de débito

Fabricantes reunidos no Mobile World Congress, em Barcelona, dizem que a tecnologia NFC, que vai transformar o celular em meio de pagamento, vai deslanchar neste ano.

Com a tecnologia NFC, o celular poderá funcionar como meio de pagamento (Reprodução)

Com a tecnologia NFC, o celular poderá funcionar como meio de pagamento (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 14h18.

Barcelona — Este será o ano da Near Field Communication (NFC), a tecnologia de comunicação sem fio entre máquinas próximas umas das outras. Pelo menos é o que dizem executivos da Orange, da operadora coreana KT e da RIM presentes num concorrido seminário sobre o tema realizado nesta quinta-feira, 17, no Mobile World Congress, em Barcelona. A principal aplicação para a NFC é transformar o celular em meio de pagamento, substituindo os cartões de crédito e débito. Para justificar a empolgação, os fabricantes citam estes quatro fatos, que contribuem para o avanço do NFC:

  • Nos Estados Unidos, AT&T, T-Mobile e Verizon criaram, no ano passado, a joint-venture Isis para construir uma rede comum de NFC.
  • Na Ásia, no mês passado, KT, China Mobile e NTT DoCoMo se aliaram para estabelecer padrões de roaming de serviços de NFC.
  • Em poucos meses após seu lançamento, em 2010, o serviço de m-wallet (carteira eletrônica) via NFC da KT alcançou 150 mil usuários.
  • Diversos fabricantes lançarão smartphones com NFC neste ano e há rumores de que o iPhone 5 será um deles.

As estimativas são de que em 2015 haverá 457 milhões de telefones com NFC no mundo, que irão realizar cerca de 3,5 bilhões de transações. "O NFC será tão comum em smartphones quanto Wi-Fi, Bluetooth ou GPS", afirmou o vice-presidente de gerenciamento de produtos de software da RIM, Andrew Bocking. "O NFC não é mais um desses serviços para geeks, que precisam ser explicados para os outros usuários. Ele é realmente simples de entender", argumenta a vice-presidente de serviços móveis da Orange, Anne Bouverot. 

Apesar do entusiasmo dos especialistas, ainda há problemas a ser resolvidos. O modelo de negócios entre operadoras de telecomunicações e instituições financeiras ainda não está claro. Anne, da Orange, aponta dois caminhos que podem coexistir, dependendo do mercado e de suas leis. O primeiro é os pagamentos feitos via NFC serem descontados na conta telefônica. O segundo é as teles proverem uma rede segura para serviços de pagamento via NFC cobrados nas contas bancárias dos correntistas. Em qualquer um dos casos, a executiva propõe que o controle de identificação do usuário fique dentro do cartão SIM e não no hardware do telefone ou em algum aplicativo nele instalado. Isso daria poder às operadoras, já que elas têm acesso remoto aos cartões SIM de seus assinantes. 

Outro obstáculo é o custo de implementação de leitores de NFC. Quem pagará essa conta? Na Coréia do Sul, os próprios lojistas fizeram o investimento para poder participar do serviço de m-wallet da KT, relata a vice-presidente de estratégia da operadora, Hyunmi Yang. Para Anne, da Orange, o melhor caminho é iniciar a oferta em serviços onde já existam leitores de NFC, como meios de transporte público. 

O NFC pode ser usado não apenas para pagamentos, mas também para diversos outros fins, como controle de entrada de pessoas. Foi apresentado o exemplo de um hotel em Estocolmo, na Suécia, em que o telefone do hóspede se torna a chave para o seu quarto, via NFC. Transferência de conteúdo peer-to-peer, como cartões pessoais, é outra ideia levantada. E essa conexão sem fio também pode servir para acesso a informações contidas em cartões NFC embutidos em objetos como posters de cinema ou anúncios nas prateleiras de supermercados.

Acompanhe tudo sobre:CelularesFinançasIndústria eletroeletrônicaMobile World Congresssetor-financeiroSmartphonesTecnologias sem fioTelecomunicações

Mais de Tecnologia

Qualcomm vence disputa judicial contra Arm e poderá usar licenciamentos da Nuvia

China constrói 1.200 fábricas inteligentes avançadas e instala mais de 4 milhões de estações base 5G

Lilium, de aviões elétricos, encerra operações após falência e demissão de 1.000 funcionários

Google cortou 10% dos cargos executivos ao longo dos anos, diz site