Tecnologia

Celular da Amazon ajudará CEO a apelar direto aos usuários

Companhia quer controlar a tela inicial do smartphone para poder colocar mais serviços bem na frente dos consumidores

Logo do aplicativo de música da Amazon em um iPhone 5, da Apple (David Paul Morris/Bloomberg)

Logo do aplicativo de música da Amazon em um iPhone 5, da Apple (David Paul Morris/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 21h16.

San Francisco - O CEO da Amazon.com, Jeff Bezos, quer controlar a tela inicial do smartphone para poder colocar mais serviços da companhia bem na frente dos consumidores.

Mais de sete anos depois da apresentação do iPhone pela Apple, a Amazon revelará sua primeira incursão no mercado amanhã, em um evento em Seattle cujo anfitrião será Bezos.

A empresa entrará em uma arena de smartphones lotada e hipercompetitiva, dominada por rivais de bolsos cheios como a Samsung Electronics e a Apple, bem como concorrentes de custo menor da Ásia, ainda que o crescimento das vendas esteja desacelerando em alguns mercados que estão saturados.

Apresentando um celular, a Amazon pode levar mais diretamente aos consumidores o acesso à sua loja on-line, ou conteúdos digitais como músicas, filmes e jogos.

Um smartphone também engrossa a crescente linha de tablets, leitores eletrônicos e outros hardwares que podem ajudar a Amazon a evitar a Apple, a Google e a Samsung, que atuam como guardiões dos portões digitais, pois controlam a forma em que os aplicativos e a mídia chegam até os clientes em dispositivos móveis.

“Imagine uma tela inicial só de aplicativos da Amazon: é mais ou menos o que eles estão almejando”, disse Carl Howe, analista do Yankee Group, com sede em Boston.

Agente diversificado

Um smartphone ressalta quão longe a Amazon tem se afastado das suas raízes como vendedora on-line de livros.

Assim como a Apple tem sua loja de iTunes para que os consumidores possam comprar músicas e vídeos e a App Store para fazer download de aplicativos para dispositivos móveis, agora a Amazon possui serviços similares.

Nesta semana, a varejista da internet disse que sua loja de aplicativos triplicou seu número de títulos nos últimos doze meses, totalizando 240.000 programas, principalmente para seus tablets, e que ela está disponível em quase 200 países.

Sua assinatura Prime para envios ilimitados, de US$ 99 por ano, também fornece acesso a filmes, programas de televisão e música.

Contudo, a indústria dos smartphones é um mercado cada vez mais difícil de navegar. Os dispositivos geraram US$ 338,2 bilhões em vendas no ano passado, 21 por cento a mais do que em 2012, segundo a empresa de pesquisa IDC.

Boa parte do crescimento tem vindo de países em desenvolvimento como a China, onde fabricantes locais como o Lenovo Group e a Xiaomi estão se popularizando. Nos EUA, onde os maiores agentes são a Apple e a Samsung, o crescimento está desacelerando.

Além disso, aqueles dispostos a gastar muito em smartphones nem sempre têm sucesso. A Google comprou a Motorola Mobility como parte de uma transação por US$ 12,4 bilhões em 2012 e depois criou seus próprios smartphones como o Moto G.

A unidade de celulares tinha só 6,3 por cento do mercado no final de fevereiro, segundo a ComScore. Agora, a Google está no processo de vender a empresa à Lenovo por US$ 2,91 bilhões.

Contudo, a Amazon tem mostrado disposição a sacrificar lucros se isso significa ganhar clientes.

De US$ 19,7 bilhões obtidos pela empresa com vendas no último trimestre, foram gerados US$ 108 milhões em renda líquida, ou menos de 1 por cento de lucro por cada dólar de receita.

Esses métodos que apertam as margens têm sido objeto de escrutínio pelos investidores, que fizeram cair as ações da varejista web mais de 18 por cento neste ano.

Destacando-se

Para distinguir-se, antecipa-se que o celular da Amazon possua capacidades de vista em 3D que não requerem óculos.

Howe disse que a Amazon também poderia apresentar uma nova estrutura de preços, como a Republic Wireless, que oferece planos mensais mais baratos, pois o serviço usa conexões sem fio sempre que for possível em vez de se conectar a uma rede de telefonia celular.

Em um gesto ao mercado competitivo, na semana passada a Amazon enviou convites para seu evento em Seattle junto com uma cópia do livro “Mr. Pine’s Purple House”, que conta a história de um homem que decide distinguir sua casa das outras na quadra pintando-a de púrpura.

O livro diz: “Uma casa branca está bem, mas há 50 casas brancas, todas em fila, na Rua Vine. Como eu posso distinguir qual é a minha?”.

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