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Caso Snowden ajuda a entender relações geopolíticas da atualidade

São Paulo – Mais do que um incidente diplomático, a situação de Edward Snowden ajuda a entender algumas questões geopolíticas do passado e da atualidade. Enquanto...

Maduro (Reuters)

Maduro (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.

São Paulo – Mais do que um incidente diplomático, a situação de Edward Snowden ajuda a entender algumas questões geopolíticas do passado e da atualidade. Enquanto os Estados Unidos tentam capturar o ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança (NSA) de qualquer maneira, o americano se encontra na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, onde aposta receber asilo na América Latina.

O primeiro capítulo do caso Snowden lembra os episódios relacionados à Guerra Fria, período histórico que tomou toda a segunda metade do século XX e foi caracterizado pela disputa ideológica entre o capitalismo dos Estados Unidos e o governo socialista da União Soviética.

O conflito recebeu esse nome por conta da característica dos embates entre americanos e soviéticos: durante décadas, as duas nações disputaram a supremacia pelo mundo sem nunca se enfrentarem diretamente em uma guerra. Mesmo assim, episódios como a Crise dos Mísseis, em que artefatos nucleares da União Soviética foram descobertos em Cuba no ano de 1962, quase iniciaram um conflito com consequências drásticas para a humanidade.

Após a dissolução do bloco comunista, em 1991, a Rússia perdeu grande parte do poder conquistado durante os anos soviéticos, mas manteve uma postura diplomática contaria às políticas americanas, como pode ser observado durante as negociações que envolvem a possível extradição de Snowden.

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E se a Guerra Fria marcou o século XX, o crescimento econômico e militar da China, além da ascensão dos governos bolivarianos na América Latina são fenômenos característicos das primeiras décadas do século XXI. Enquanto a China mantém uma relação diplomática tensa com os Estados Unidos, alguns países latino-americanos, liderados por Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua formam um bloco que busca se contrapor diretamente à influência americana no continente.

Não por acaso, Edward Snowden buscou refúgio nessas nações, com a expectativa de que receberá proteção para não ser preso pelos Estados Unidos. Caso seja detido, o americano pode ser acusado pelo crime de traição, por vazar documentos secretos que afetam a segurança interna e externa do país mais rico do mundo. Após revelar os dados da operação secreta PRISM na cidade chinesa de Hong Kong, o ex-funcionário da NSA fugiu do país em direção à capital da Rússia. 

Neste sábado, o deputado russo Alexei Pushkov, chefe do comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, afirmou que a melhor opção para Snowden é buscar asilo na Venezuela. O país, presidido por Nicolás Maduro, tem relações desgastadas com os Estados Unidos há mais de uma década, quando Hugo Chávez chegou ao poder, em 1999. Após a morte do líder venezuelano, em 2013, Maduro assumiu a continuidade chavista e não parece propenso a negociar com Washington. 

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