Muito espaço: cartão SD de 1 TB é focado em uso profissional e, em especial, gravação de vídeos em 4K (Lexar/Divulgação)
Gustavo Gusmão
Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 05h58.
Última atualização em 11 de janeiro de 2019 às 05h58.
São Paulo — Três anos depois de a SanDisk anunciar oficialmente um acessório do tipo, os cartões de memória SD com 1 TB de capacidade finalmente vão chegar ao mercado. Mas não pelas mãos da marca norte-americana. A pioneira é outra empresa dos EUA, que “voltou das cinzas” depois de basicamente fechar as portas em 2017: a Lexar.
O novo acessório, Professional 633X, já está à venda com preço sugerido de 500 dólares, mais de 1.800 reais na conversão direta. Não é exatamente vantajoso em termos de custo-benefício — com o valor, é possível comprar dois ou até mais cartões SD de 512 GB de boas marcas. No entanto, um dispositivo com toda essa capacidade permite gravar vídeos maiores em 4K sem interrupções para trocar a mídia da câmera, uma possível vantagem para produtores de conteúdo.
A Lexar diz que seu cartão SD “gigante”, pensado para uso profissional (vide o preço), tem velocidade de escrita de até 95 MB/s. Sua etiqueta, porém, mostra que ele é classificado como um V30/U3. Ou seja, não passa dos 30 MB/s no quesito. Ainda assim, é suficiente para que o acessório seja usado em gravações de conteúdo em altíssima definição sem engasgos.
O lançamento é curioso por dois motivos. Primeiro, claro, porque a expectativa era de que a pioneira nesse mercado fosse ser a SanDisk. A empresa norte-americana havia demonstrado um modelo de SD com 1 TB de capacidade ainda em 2016. O acessório, porém, acabou caindo no esquecimento e se tornou mais um anúncio que nunca chegou a ver a luz do dia.
O segundo motivo é que quem “furou” a rival foi ninguém menos que a Lexar. A companhia tem uma longa história no mercado de armazenamento de dados e foi uma das precursoras no ramo — o nome JumpDrive, usado em seus pendrives, marcou época lá fora. No entanto, a marca saiu de cena em 2017, quando teve os negócios encerrados e foi colocada à venda por sua empresa-mãe, a Micron Technology.
Porém, a companhia não demorou muito para ser vendida. Quem a comprou, meses depois do fim, foi a chinesa Longsys, que trouxe a marca de volta ao mercado no ano passado e a preparou para esse retorno aparentemente triunfal. Agora, resta saber quem será a primeira a lançar um cartão microSD com toda essa capacidade para ser usado em um smartphone. O suporte já existe: diversos celulares são compatíveis com padrões de até 2 TB. Mas ainda falta o equipamento.