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Cartão do Goldman Sachs não passa na Apple e fintech brasileira ganha a vez

A Apple sugere finalizar parceria de emissão de cartão de crédito com o banco Goldman Sachs antes do prazo, e fintech brasileira Pismo pode assumir a função

Apple Card: investida da Apple no setor financeiro  (Michael Short/Getty Images)

Apple Card: investida da Apple no setor financeiro (Michael Short/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 1 de dezembro de 2023 às 15h29.

Última atualização em 1 de dezembro de 2023 às 15h32.

A Apple planeja encerrar sua parceria com o Goldman Sachs, que envolve cartão de crédito e conta poupança, antes do previsto. Segundo fontes, a empresa propôs um termo que permite finalizar o contrato atual em 12 a 15 meses, condicionado à identificação de um novo fornecedor para esses serviços.

Junto disso, uma recente descoberta feita pelo portal 9to5Mac indica que a Apple está em busca de novas alianças para fortalecer seu serviço de cartão de crédito. Uma vaga de emprego, já removida do site da empresa, buscava um engenheiro de software para desenvolver uma "nova plataforma para produtos futuros do Apple Pay".

O anúncio era para um cargo na Apple Processing LLC, subsidiária responsável pelas plataformas de pagamento da empresa, incluindo serviços vinculados à App Store. O destaque na vaga, disponível até 19 de outubro, era a menção à Pismo, fintech brasileira especializada na emissão de cartões e recentemente adquirida pela Visa por US$ 1 bilhão. A Pismo é conhecida por sua infraestrutura baseada em nuvem destinada a bancos.

Pismo: Da esquerda para a direita: Juliana Motta (cofundadora e CPO), Ricardo Josua (cofundador e CEO), Daniela Binatti (cofundadora e CTO) e Marcelo Parise (cofundador e VP de Engenharia)

Pismo: Da esquerda para a direita: Juliana Motta (cofundadora e CPO), Ricardo Josua (cofundador e CEO), Daniela Binatti (cofundadora e CTO) e Marcelo Parise (cofundador e VP de Engenharia) (Germano Lüders/Exame)

Entretanto, é crucial mencionar a parceria existente entre a Apple e a MasterCard, principal concorrente da Visa. Esta colaboração está prevista para perdurar até meados de 2026, conforme fontes familiarizadas com o tema. A ruptura antecipada deste contrato poderia representar desafios para as empresas envolvidas.

A informação sobre o rompimento com o Goldman Shachs foi inicialmente divulgada pelo Wall Street Journal. E destaca que o desinteresse na parceira pode ser mútuo.

Lançado em agosto de 2019 nos Estados Unidos, o Apple Card prometeu "um novo nível de privacidade e segurança". Já a conta poupança, introduzida este ano, oferecia uma taxa de juros anual de 4,15%, acima da média de contas de poupança nos EUA na época.

Esses lançamentos representaram uma tentativa da Apple de inovar no setor financeiro, desafiando grandes bancos de Wall Street. A Apple tem um histórico de parcerias com outras empresas até desenvolver expertise suficiente para atuar independentemente, como ilustrado pela transição dos processadores Intel para chips de design próprio nos computadores Mac.

Ao buscar maior valorização de seus milhões de usuários de dispositivos, a Apple integrou seu cartão de crédito ao serviço de pagamento Apple Pay. Atualmente, mais de 75% dos proprietários de iPhone usam o Apple Pay.

A parceria entre Apple e Goldman Sachs enfrentou desafios iniciais, especialmente em relação à publicidade do produto. Enquanto a Apple queria promover o cartão como "o mais seguro do mercado", o banco se preocupou com as implicações legais de tais superlativos.

A Apple não confirmou as mudanças, mas declarou que o "premiado Apple Card teve excelente aceitação pelo público, e continuaremos a inovar e oferecer as melhores ferramentas e serviços para nossos consumidores."

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