Tecnologia

Carros autônomos ainda não evitam todos os erros humanos

Empresas estão correndo para desenvolver carros inteligentes capazes de andar de maneira autônoma, mas em algumas situações a segurança falha


	Carros autônomos: em um incidente recente, um funcionário da Volvo tentava exibir os recursos de segurança, mas fez o veículo correr em direção a um grupo de pessoas
 (Reprodução)

Carros autônomos: em um incidente recente, um funcionário da Volvo tentava exibir os recursos de segurança, mas fez o veículo correr em direção a um grupo de pessoas (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2015 às 20h09.

Empresas como Google Inc., Mercedes-Benz e Volvo Cars estão correndo para desenvolver veículos inteligentes capazes de transitar de forma autônoma, mas em determinadas situações nem mesmo os sistemas mais sofisticados poderão impedir o erro humano.

Em um incidente recente, um funcionário da Volvo tentava exibir os recursos de segurança, mas, em vez disso, o veículo correu em direção a um grupo de pessoas.

O motorista pensou que o carro estivesse equipado com uma opção que detecta pedestres e freia automaticamente.

Não estava e, de qualquer forma, a maneira como o condutor acelerou o SUV XC60 teria cancelado a função.

O incidente não foi isolado. Outro carro autônomo do Google levou uma batida na traseira na quinta-feira, elevando a 13 o número de acidentes ao longo de seis anos de testes, sendo que nove foram batidas na traseira.

Apesar de os carros inteligentes estarem em posição de evitar acidentes de uma forma geral, os incidentes ilustram os desafios apresentados pela interação entre pessoas e computadores.

À medida que os carros assumem uma participação maior na condução do veículo, alternar o controle entre a máquina e um humano sujeito à distração “será uma questão difícil”, disse Philippe Crist, economista da OCDE que coordenou um relatório de 28 de maio sobre direção autônoma.

Este é um dos grandes motivos pelos quais muitas fabricantes de veículos provavelmente não lançarão carros completamente automatizados tão cedo. Além disso, existe um risco de que estes veículos provoquem novos tipos de acidentes, disse ele.

Mesmo que os automóveis robôs ainda estejam distantes, as fabricantes estão adicionando cada vez mais sistemas que assumem o volante em determinadas situações. A atratividade para as fabricantes é clara.

A demanda por recursos que diminuem os aspectos mais tediosos de dirigir, como conduzir em um trânsito lento, pode criar um mercado de US$ 42 bilhões até 2025, estima a Boston Consulting Group.

‘Batida na traseira’

Os acidentes envolvendo carros autônomos da Google parecem ser decorrentes do fato de eles não se submeterem às regras de trânsito da forma que os motoristas esperam, segundo Crist.

“Estávamos parados” na maioria dos acidentes, disse Astro Teller, chefe do laboratório de pesquisa da Google que dirige a iniciativa do carro autônomo, em uma conferência de desenvolvedores, em 29 de maio.

“O carro não estava trafegando. O humano também não estava dirigindo. Nós simplesmente tomamos uma batida na traseira” de outro veículo.

Com 94 por cento dos acidentes atualmente ligados a algum tipo de erro do motorista, pode ser uma boa ideia que os computadores assumam o controle.

“Nós acreditamos piamente que essa tecnologia ajudará a reduzir acidentes”, disse Eric Schuh, chefe do Centro de Acidentes da Swiss Re AG, que analisa os riscos para a divisão de seguros da empresa com sede em Zurique.

A tecnologia mais efetiva não exige nenhuma interação humana. Igor Kryuchkov, diretor-geral da T3 Risk Management SA, uma consultoria com sede em Genebra, sabe bem disso.

Ele estava dirigindo seu BMW Série 6 cupê em uma rodovia francesa, no mês passado, retornando de uma viagem de fim de semana com a esposa e o filho de 2 anos, quando um Volkswagen Golf repentinamente entrou na sua pista.

O BMW, que estava equipado com um sistema que evita colisões, apertou os cintos de segurança e freou antes que Kryuchkov tivesse tempo para reagir.

“Você só dá valor de verdade quando o equipamento se torna assim tão útil”, disse Kryuchkov. “Foi como se o carro tivesse se preparado para o impacto”, que ele felizmente evitou.

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