Carro de madeira leva a indústria de volta ao futuro
A fabricante finlandesa de papel UPM mostrará um protótipo apto para as ruas no salão de automóveis de Genebra, em março
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 13h50.
Helsinque - Os surfistas estão contentes. Carros de madeira como o Ford do hit Surf City, dos anos 1960, podem estar voltando, mas de uma forma diferente.
Em uma aposta para ressuscitar os carros de madeira, a fabricante finlandesa de papel UPM-Kymmene Oyj mostrará um protótipo apto para as ruas no salão de automóveis de Genebra, em março.
O carro amigo do meio ambiente é construído sobre uma base que usa polpa de celulose e madeira compensada e até roda com combustível feito a partir de cascas de árvore, troncos e galhos.
É mais do que simplesmente um golpe de marketing. A empresa com sede em Helsinque desenvolveu uma tecnologia que transforma a madeira em uma possível opção para a indústria automobilística.
O carro conceito Biofore, da UPM, que usa produtos disponíveis no mercado, é desenhado para atender os padrões europeus para batidas e segurança contra incêndio e oferece todos os confortos de um carro convencional.
“O mundo do desenvolvimento sustentável não é algo que é escolhido; ele vem”, disse Juuso Konttinen, vice-presidente da UPM para Novos Negócios, em entrevista em um armazém em Helsinque, onde o carro é mantido em segredo por enquanto.
Todo grande salão automobilístico apresenta carros conceitos supermodernos que nunca chegam a ser produzidos. Esse veículo, contudo, é o símbolo de um esforço global de grande escala para substituir componentes de aço pesado e tornar os automóveis um fardo a menos para o ambiente.
As reguladoras estão exigindo veículos mais eficientes e isso faz com que a redução do peso seja uma prioridade para as fabricantes de carros.
Caminhão da Ford
Com o modelo 2015, a picape F-150 da Ford Motor Co., o carro americano mais vendido durante 32 anos, se tornará o primeiro veículo de alta produção com carroceria de alumínio. Ela será 700 libras (317 quilos) mais leve, o que melhora a economia de combustível.
A Volkswagen AG também está usando mais alumínio e aço de alta durabilidade, enquanto a Bayerische Motoren Werke AG está optando por fibra de carbono para reduzir o peso.
Ambas as abordagens demandam muita energia e são mais caras que o aço.
E a madeira não está descartada: a Ford usará um composto plástico baseado em madeira para partes internas do utilitário esportivo Lincoln MKX 2014. Os componentes são criados em colaboração com a empresa florestal Weyerhauser Co. e a fabricante de autopeças Johnson Controls Inc.
De certa forma, este é um momento "De volta para o futuro" para as fabricantes de carros. Os primeiros automóveis do mundo, incluindo o Reitwagen, da Gottlieb Daimler, de 1885, que tinha duas rodas, foram em grande parte feitos de madeira.
Eram carruagens sem cavalos, no fim das contas, e algumas das primeiras empresas inovadoras do setor foram as fabricantes de carrocerias, como a Lohner-Werke, de Viena, que proporcionou a Ferdinand Porsche, uma lenda da fabricação de carros, seu início na indústria.
Tradição de madeira
“Era um verdadeiro ofício e a tradição artesanal de uso da madeira remonta ao período colonial”, disse John Heitmann, presidente da Sociedade dos Historiadores Automotivos e professor da Universidade de Dayton, em Ohio. “A indústria automobilística está no limiar de uma nova revolução completa. Então, por que não ter painéis feitos de madeira?”.
A UPM está em negociações com as fabricantes de carros para implementação de sua tecnologia para uso da madeira, que a designer de carros diz que pode reduzir o peso de um veículo em mais de 15 por cento.
A UPM diz que seus materiais, como a madeira compensada moldada com o calor e as fibras de celulose para reforçar o plástico, são competitivos com outros compostos como fibra de vidro. Os assentos serão estofados.
A Audi, a segunda maior marca de carros de luxo do mundo, não vê o potencial da madeira para uso em componentes estruturais porque “não oferece a segurança e a estabilidade necessárias”, disse Josef Schlossmacher, porta-voz da unidade da Volkswagen.
A UPM e seus parceiros, incluindo a Universidade Metropolia de Ciências Aplicadas, da Finlândia, estão apostando que seu protótipo pode mudar essa percepção.
O primeiro test drive do veículo com base de madeira foi conduzido sob a chuva, em agosto, para dissipar preocupações sobre a capacidade do carro de lidar com a água. Cerca de 50 técnicos trabalharam um total de 30.000 horas no carro.
O atrativo ambiental está “escondido”, disse Konttinen, da UPM. “O carro é ecologicamente eficiente e ainda assim é pelo menos tão bom quanto os que não são”.
Helsinque - Os surfistas estão contentes. Carros de madeira como o Ford do hit Surf City, dos anos 1960, podem estar voltando, mas de uma forma diferente.
Em uma aposta para ressuscitar os carros de madeira, a fabricante finlandesa de papel UPM-Kymmene Oyj mostrará um protótipo apto para as ruas no salão de automóveis de Genebra, em março.
O carro amigo do meio ambiente é construído sobre uma base que usa polpa de celulose e madeira compensada e até roda com combustível feito a partir de cascas de árvore, troncos e galhos.
É mais do que simplesmente um golpe de marketing. A empresa com sede em Helsinque desenvolveu uma tecnologia que transforma a madeira em uma possível opção para a indústria automobilística.
O carro conceito Biofore, da UPM, que usa produtos disponíveis no mercado, é desenhado para atender os padrões europeus para batidas e segurança contra incêndio e oferece todos os confortos de um carro convencional.
“O mundo do desenvolvimento sustentável não é algo que é escolhido; ele vem”, disse Juuso Konttinen, vice-presidente da UPM para Novos Negócios, em entrevista em um armazém em Helsinque, onde o carro é mantido em segredo por enquanto.
Todo grande salão automobilístico apresenta carros conceitos supermodernos que nunca chegam a ser produzidos. Esse veículo, contudo, é o símbolo de um esforço global de grande escala para substituir componentes de aço pesado e tornar os automóveis um fardo a menos para o ambiente.
As reguladoras estão exigindo veículos mais eficientes e isso faz com que a redução do peso seja uma prioridade para as fabricantes de carros.
Caminhão da Ford
Com o modelo 2015, a picape F-150 da Ford Motor Co., o carro americano mais vendido durante 32 anos, se tornará o primeiro veículo de alta produção com carroceria de alumínio. Ela será 700 libras (317 quilos) mais leve, o que melhora a economia de combustível.
A Volkswagen AG também está usando mais alumínio e aço de alta durabilidade, enquanto a Bayerische Motoren Werke AG está optando por fibra de carbono para reduzir o peso.
Ambas as abordagens demandam muita energia e são mais caras que o aço.
E a madeira não está descartada: a Ford usará um composto plástico baseado em madeira para partes internas do utilitário esportivo Lincoln MKX 2014. Os componentes são criados em colaboração com a empresa florestal Weyerhauser Co. e a fabricante de autopeças Johnson Controls Inc.
De certa forma, este é um momento "De volta para o futuro" para as fabricantes de carros. Os primeiros automóveis do mundo, incluindo o Reitwagen, da Gottlieb Daimler, de 1885, que tinha duas rodas, foram em grande parte feitos de madeira.
Eram carruagens sem cavalos, no fim das contas, e algumas das primeiras empresas inovadoras do setor foram as fabricantes de carrocerias, como a Lohner-Werke, de Viena, que proporcionou a Ferdinand Porsche, uma lenda da fabricação de carros, seu início na indústria.
Tradição de madeira
“Era um verdadeiro ofício e a tradição artesanal de uso da madeira remonta ao período colonial”, disse John Heitmann, presidente da Sociedade dos Historiadores Automotivos e professor da Universidade de Dayton, em Ohio. “A indústria automobilística está no limiar de uma nova revolução completa. Então, por que não ter painéis feitos de madeira?”.
A UPM está em negociações com as fabricantes de carros para implementação de sua tecnologia para uso da madeira, que a designer de carros diz que pode reduzir o peso de um veículo em mais de 15 por cento.
A UPM diz que seus materiais, como a madeira compensada moldada com o calor e as fibras de celulose para reforçar o plástico, são competitivos com outros compostos como fibra de vidro. Os assentos serão estofados.
A Audi, a segunda maior marca de carros de luxo do mundo, não vê o potencial da madeira para uso em componentes estruturais porque “não oferece a segurança e a estabilidade necessárias”, disse Josef Schlossmacher, porta-voz da unidade da Volkswagen.
A UPM e seus parceiros, incluindo a Universidade Metropolia de Ciências Aplicadas, da Finlândia, estão apostando que seu protótipo pode mudar essa percepção.
O primeiro test drive do veículo com base de madeira foi conduzido sob a chuva, em agosto, para dissipar preocupações sobre a capacidade do carro de lidar com a água. Cerca de 50 técnicos trabalharam um total de 30.000 horas no carro.
O atrativo ambiental está “escondido”, disse Konttinen, da UPM. “O carro é ecologicamente eficiente e ainda assim é pelo menos tão bom quanto os que não são”.