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Butantan inaugura novo prédio de coleções zoológicas

Edifício abrigará os acervos de répteis, anfíbios, aracnídeos e insetos da instituição

Instituto Butantan: expectativa é de que, quando estiverem completas, estantes possuirão, ao todo, em torno de 620 mil exemplares de animais (Marcos Santos/USP Imagens)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 11h54.

São Paulo – Foi inaugurado nesta terça-feira (24/09) o Laboratório Especial de Coleções Zoológicas (LECZ) do Instituto Butantan. Com investimentos da ordem de R$ 5,5 milhões – dos quais cerca de R$ 2,5 milhões foram aportados pela FAPESP para a aquisição de equipamentos e adequação de laboratórios –, o novo edifício abrigará os acervos de espécimes de répteis, anfíbios, aracnídeos e insetos da instituição.

O antigo prédio que abrigava as coleções foi atingido por um incêndio em 2010 que causou a perda de 80% do acervo de serpentes e de várias espécimes de aracnídeos.

Com dois andares, o novo edifício com 1,6 mil m2 de área conta com um sistema de prevenção de incêndios (que promete combater ocorrência de fogo em até dez segundos) e com um de escoamento de álcool e demais líquidos inflamáveis para uma caixa subterrânea, externa à edificação.

A parte do prédio que abrigará as coleções é composta por sete salas, localizadas no primeiro andar, sendo quatro voltadas para acomodar a coleção de herpetologia, uma para a coleção de artrópodes, outra para a coleção de insetos e a última para a coleção do banco de tecidos dos animais.

As coleções estão sendo acondicionadas em estantes de ferro de correr – como a de bibliotecas. A expectativa é de que, quando estiverem completas, possuirão, ao todo, em torno de 620 mil exemplares de animais, sendo 400 mil aracnídeos (como opiliones, escorpiões e aranhas), 150 mil acari (como ácaros e carrapatos), 50 mil miriápodes (como lacraias) e 20 mil serpentes.

“Estamos colocando os exemplares nas coleções – como se faz com os livros de uma biblioteca quando ocorre uma mudança – e revendo espécime por espécime e recatalogando para que possamos fazer ações específicas de busca [de novos exemplares]”, contou Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan.

“Já temos números expressivos de espécimes de animais, que estão agora muito bem guardadas. Mas vamos ver o que realmente perdemos [com o incêndio]”, disse o pesquisador na solenidade de inauguração do prédio, que contou com a presença do governador Geraldo Alckmin e o secretário estadual de Saúde, David Uip.


De acordo com Kalil, as coleções mais atingidas pelo incêndio foram as de serpentes – que era a maior do mundo, com 90 mil espécimes catalogadas – e a de aracnídeos. Já as coleções de ácaros e miriápodes não foram afetadas porque estavam armazenadas em outros prédios da instituição.

A coleção de aracnídeos já foi quase totalmente recuperada nos últimos três anos, ressaltaram os pesquisadores da instituição. A coleção de serpentes, contudo, é a mais crítica e deverá levar anos para ser recomposta em um nível satisfatório.

“Nunca mais teremos uma coleção de serpentes como a que havia antes do incêndio porque a maioria das espécies era centenária e não existe mais ou foi coletada em diferentes épocas e locais, em condições muito específicas e impossíveis de serem reproduzidas”, disse Francisco Luís Franco, curador da coleção herpetológica do Instituto Butantan, à Agência FAPESP.

“Mas, por meio de permutas de espécies, doações de outras instituições e da própria sociedade, em um prazo de 10 anos é possível termos condições de montar uma coleção de serpentes de porte satisfatório para uma instituição como o Instituto Butantan”, afirmou.

Segundo o pesquisador, estima-se que 20% da coleção original de serpentes tenha sido preservada. Esse número, no entanto, pode variar para mais ou para menos com o trabalho de recatalogação de espécimes para a mudança de prédio.


“Só a partir de agora teremos condições para pegar todo o material armazenado após o incêndio e fazer uma triagem adequada”, disse Franco.

Coleções digitalizadas

Os acervos zoológicos da instituição, que antes estavam registrados em papel, também estão sendo catalogados e disponibilizados na internet por meio de um projeto realizado com apoio da FAPESP, por meio do Programa Infraestrutura – Acervos Biológicos.

As coleções de acari e opiliones já estão disponíveis para acesso de pesquisadores do Brasil e do exterior, além do público interessado em geral. E, nos próximos meses, deverão ser publicados os acervos de insetos, serpentes e, por último, de aracnídeos.

“Qualquer pessoa poderá solicitar uma senha e ter acesso a imagens e diversas informações sobre animais que tenha interesse em conhecer ou pesquisar”, disse Darci Moraes Barros-Battesti, diretora do LECZ e coordenadora do projeto.

“A meta é concluir em até dois anos esse processo de catalogação de todos os acervos zoológicos do Butantan”, contou.

Os pesquisadores da instituição também pretendem começar a utilizar nos próximos anos técnicas de biologia molecular para a identificação de novas espécies de animais.

“O novo prédio prevê a instalação de um laboratório de biologia molecular para o estudo de especiação dos animais que compõem nossas coleções e para participarmos do esforço de estudar a biodiversidade brasileira, para que possamos tirar proveitos científicos e tecnológicos dela”, afirmou Kalil.

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São Paulo – Foi inaugurado nesta terça-feira (24/09) o Laboratório Especial de Coleções Zoológicas (LECZ) do Instituto Butantan. Com investimentos da ordem de R$ 5,5 milhões – dos quais cerca de R$ 2,5 milhões foram aportados pela FAPESP para a aquisição de equipamentos e adequação de laboratórios –, o novo edifício abrigará os acervos de espécimes de répteis, anfíbios, aracnídeos e insetos da instituição.

O antigo prédio que abrigava as coleções foi atingido por um incêndio em 2010 que causou a perda de 80% do acervo de serpentes e de várias espécimes de aracnídeos.

Com dois andares, o novo edifício com 1,6 mil m2 de área conta com um sistema de prevenção de incêndios (que promete combater ocorrência de fogo em até dez segundos) e com um de escoamento de álcool e demais líquidos inflamáveis para uma caixa subterrânea, externa à edificação.

A parte do prédio que abrigará as coleções é composta por sete salas, localizadas no primeiro andar, sendo quatro voltadas para acomodar a coleção de herpetologia, uma para a coleção de artrópodes, outra para a coleção de insetos e a última para a coleção do banco de tecidos dos animais.

As coleções estão sendo acondicionadas em estantes de ferro de correr – como a de bibliotecas. A expectativa é de que, quando estiverem completas, possuirão, ao todo, em torno de 620 mil exemplares de animais, sendo 400 mil aracnídeos (como opiliones, escorpiões e aranhas), 150 mil acari (como ácaros e carrapatos), 50 mil miriápodes (como lacraias) e 20 mil serpentes.

“Estamos colocando os exemplares nas coleções – como se faz com os livros de uma biblioteca quando ocorre uma mudança – e revendo espécime por espécime e recatalogando para que possamos fazer ações específicas de busca [de novos exemplares]”, contou Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan.

“Já temos números expressivos de espécimes de animais, que estão agora muito bem guardadas. Mas vamos ver o que realmente perdemos [com o incêndio]”, disse o pesquisador na solenidade de inauguração do prédio, que contou com a presença do governador Geraldo Alckmin e o secretário estadual de Saúde, David Uip.


De acordo com Kalil, as coleções mais atingidas pelo incêndio foram as de serpentes – que era a maior do mundo, com 90 mil espécimes catalogadas – e a de aracnídeos. Já as coleções de ácaros e miriápodes não foram afetadas porque estavam armazenadas em outros prédios da instituição.

A coleção de aracnídeos já foi quase totalmente recuperada nos últimos três anos, ressaltaram os pesquisadores da instituição. A coleção de serpentes, contudo, é a mais crítica e deverá levar anos para ser recomposta em um nível satisfatório.

“Nunca mais teremos uma coleção de serpentes como a que havia antes do incêndio porque a maioria das espécies era centenária e não existe mais ou foi coletada em diferentes épocas e locais, em condições muito específicas e impossíveis de serem reproduzidas”, disse Francisco Luís Franco, curador da coleção herpetológica do Instituto Butantan, à Agência FAPESP.

“Mas, por meio de permutas de espécies, doações de outras instituições e da própria sociedade, em um prazo de 10 anos é possível termos condições de montar uma coleção de serpentes de porte satisfatório para uma instituição como o Instituto Butantan”, afirmou.

Segundo o pesquisador, estima-se que 20% da coleção original de serpentes tenha sido preservada. Esse número, no entanto, pode variar para mais ou para menos com o trabalho de recatalogação de espécimes para a mudança de prédio.


“Só a partir de agora teremos condições para pegar todo o material armazenado após o incêndio e fazer uma triagem adequada”, disse Franco.

Coleções digitalizadas

Os acervos zoológicos da instituição, que antes estavam registrados em papel, também estão sendo catalogados e disponibilizados na internet por meio de um projeto realizado com apoio da FAPESP, por meio do Programa Infraestrutura – Acervos Biológicos.

As coleções de acari e opiliones já estão disponíveis para acesso de pesquisadores do Brasil e do exterior, além do público interessado em geral. E, nos próximos meses, deverão ser publicados os acervos de insetos, serpentes e, por último, de aracnídeos.

“Qualquer pessoa poderá solicitar uma senha e ter acesso a imagens e diversas informações sobre animais que tenha interesse em conhecer ou pesquisar”, disse Darci Moraes Barros-Battesti, diretora do LECZ e coordenadora do projeto.

“A meta é concluir em até dois anos esse processo de catalogação de todos os acervos zoológicos do Butantan”, contou.

Os pesquisadores da instituição também pretendem começar a utilizar nos próximos anos técnicas de biologia molecular para a identificação de novas espécies de animais.

“O novo prédio prevê a instalação de um laboratório de biologia molecular para o estudo de especiação dos animais que compõem nossas coleções e para participarmos do esforço de estudar a biodiversidade brasileira, para que possamos tirar proveitos científicos e tecnológicos dela”, afirmou Kalil.

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