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Brasileiros descobrem proteína do café com efeito de morfina

Os experimentos com ratos mostraram que as substâncias tinham propriedades semelhantes às da morfina, mas com efeitos analgésicos maiores e mais duráveis


	Café: a descoberta foi descrita na tese de doutorado do biólogo molecular Felipe Vinechy, em um projeto conjunto da Embrapa e com a Universidade de Brasília
 (Wikimedia Commons)

Café: a descoberta foi descrita na tese de doutorado do biólogo molecular Felipe Vinechy, em um projeto conjunto da Embrapa e com a Universidade de Brasília (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2015 às 10h12.

Rio de Janeiro - Pesquisadores brasileiros identificaram um fragmento de proteína no café que possui propriedades analgésicas e ansiolíticas semelhantes às da morfina, mas com a vantagem de ter efeitos mais fortes e mais prolongados, divulgou a Embrapa nesta quarta-feira.

Os efeitos da substância já foram testados com sucesso em ratos de laboratório. A descoberta foi descrita na tese de doutorado do biólogo molecular Felipe Vinechy, em um projeto conjunto da Embrapa e com a Universidade de Brasília, entidades que já solicitaram as respectivas patentes sobre sete diferentes partículas de proteínas isoladas do café.

Vinechy, que inicialmente pretendia isolar genes do café associados à qualidade do produto em um projeto para o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronôma para o Desenvolvimento (Cirad) da França, identificou sequências genéticas do grão com estruturas semelhantes as de alguns opióides endógenos de humanos.

O biólogo, orientado pelo pesquisador da Embrapa, Carlos Bloch Júnior, decidiu se concentrar nos fragmentos identificados e avaliar experimentalmente suas funções e seus efeitos em mamíferos.

Os experimentos com ratos mostraram que as substâncias tinham propriedades semelhantes às da morfina, mas com efeitos analgésicos maiores e mais duráveis, de até quatro horas, e sem outros efeitos colaterais.

O possível desenvolvimento de um analgésico ou de um tranqüilizante a partir da substância do café, no entanto, exigirá novas pesquisas que permitam sintetizar a proteína e analisar seus efeitos em humanos.

A descoberta foi possível devido a ao banco de dados com a descrição completa do genoma do café criado pela Embrapa em 2004, que inclui 200 mil sequências genéticas, 30 mil delas já identificadas.

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