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Brasileiros criam robô de telepresença para deficientes

São Paulo – Quem nunca desejou estar em dois lugares ao mesmo tempo? Essa cena parece futurista, mas engenheiros da computação formados pela Universidade São Judas...

BuddyBot (Daiane Brito)

BuddyBot (Daiane Brito)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.

São Paulo – Quem nunca desejou estar em dois lugares ao mesmo tempo? Essa cena parece futurista, mas engenheiros da computação formados pela Universidade São Judas Tadeu provavam que isso é possível.

Em 2011, Igor Radames, Fernando Rego, Fernando Sardinha, Felipe Martino e Rafael Alvares criaram o BuddyBot como trabalho de conclusão de curso. O robô permite, por meio da telepresença, interagir com pessoas e lugares a distância.

O principal objetivo do grupo com o BuddyBot é oferecer às pessoas com mobilidade restrita uma oportunidade de interação social por um preço baixo. Só no Brasil, existem 13,2 milhões de pessoas com dificuldades motoras. Isso equivale a 7% da população. Dessas pessoas, apenas 932 mil frequentam escolas, de acordo com dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Igor Radames, o diferencial do projeto é justamente tornar mais acessível esta ferramenta no país. “Usamos tecnologias livres e o usuário não precisa instalar nada ou dispor de uma infraestrutura específica. Qualquer pessoa no mundo pode usar. Basta ter acesso à internet”. 

Para a construção do BuddyBot foram usados componentes que podem ser encontrados em lojas de informática. Isso fez com que o valor final do protótipo ficasse em 4,5 mil reais. Esse valor é bem diferente dos robôs vendidos nos Estados Unidos, por exemplo, onde é possível comprar uma máquina por 10 mil dólares. Alguns robôs mais sofisticados usados na área médica são alugados por 5 mil dólares por mês.

O usuário pode controlar o robô remotamente ao acessar o site criado pelo grupo e usar as setas do teclado. A imagem e o som são captados e transmitidos em tempo real por meio de conexão Wi-Fi ou 3G. O carregamento da bateria é feito em uma tomada comum. 

Rafael Alvares afirmou que o grupo pretende, agora, fazer melhorias no robô, como colocar sensores para evitar colisões com pessoas e obstáculos e instalar câmeras para captar uma visão mais ampla do ambiente. Os engenheiros também cogitam a possibilidade do robô se encaixar automaticamente a uma estação de carregamento quando a bateria estiver fraca.

Não é de hoje que este conceito vem ganhando espaço no mercado e cada dia mais na América Latina, que registrou o segundo maior crescimento regional no quarto trimestre de 2012, com alta de 8,8% em relação a 2011, segundo estudo da IDC. 

Para o professor da USJT Píer Ricchetti, que sugeriu o tema do trabalho, a telepresença está se tornando cada vez mais comum no cenário tecnológico atual porque possibilita ao usuário a liberdade de estar virtualmente em qualquer lugar, com controle de ações e movimentos. 

*Coautora: Daiane Brito

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