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Brasil desponta na produção e pesquisa de transgênicos

Com 36,6 milhões de hectares de terras com alimentos transgênicos, o país se tornou o segundo maior produtor mundial de alimentos geneticamente modificados

transgenicos (afp.com)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 06h04.

Mais de 36,6 milhões de hectares das terras agricultáveis do Brasil estão cobertos com soja, milho e algodão transgênicos, um tipo de cultivo que cresceu exponencialmente nos últimos anos até que o país se tornou o segundo maior produtor mundial de alimentos geneticamente modificados.

"O objetivo da biotecnologia é acabar com a fome no mundo ao aumentar a produção", resumiu a pesquisadora e diretora-geral do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, Adriana Brondani, durante uma conferência para promover a difusão deste tipo de cultivos realizado em Maringá, no Paraná.

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Na opinião de Adriana, a utilização de transgênicos também ajuda a "preservar o planeta" ao permitir que sejam utilizadas menores quantidades de produtos químicos e água, além de diminuir a erosão do solo.

Mas o caminho a ser percorrido até plantar produtos modificados geneticamente está "semeado" de testes de biossegurança estabelecidos pela legislação nacional.

Segundo explicou Adriana, leva entre 12 e 18 meses para que um produto transgênico seja aprovado para ser cultivado.

Durante esse processo, a aprovação é submetida a debate em diferentes órgãos de segurança até chegar à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), da qual participam especialistas e responsáveis ministeriais.

Até agora, esta comissão aprovou a utilização de 58 produtos geneticamente modificados, incluindo vacinas.

O debate sobre os transgênicos faz parte do trabalho diário de pesquisadores como Adriana, que acredita que essa disputa, bastante acirrada na União Europeia (UE), por exemplo, tem um caráter "político e ideológico", porque, em sua opinião, "a sociedade é a favor".

Ela lembrou que a UE patrocinou 130 projetos para observar o impacto dos transgênicos e em todos eles ficou provado que não existe um efeito negativo.

Apesar disso, por contar com "um sistema regulador muito burocrático", apenas dois cultivos foram autorizados até o momento na UE, um de milho e outro de batata.

Entre os agricultores que trabalham com este tipo de cultivo no Brasil o debate está fechado.

"O custo é menor e os benefícios maiores", afirmou à Agência Efe Waldemir Dolfini, que trabalha em um projeto de agricultura familiar de cerca de mil hectares no Paraná.

Para continuar o trabalho iniciado por seus pais, há quatro anos, Dolfini, que é descendente de imigrantes italianos, começou a plantar soja transgênica resistente a pragas e a herbicidas, embora reconheça que "a princípio tinha certo medo".

O efeito sobre as pragas foi imediato e a incidência de parasitas sobre as plantações se reduziu rapidamente na plantação tornando seu trabalho "muito mais prático".

Junto a ele, na lavoura, trabalha o técnico agrícola Robson Arrias, que garante que o número de aplicações de inseticidas nos campos com transgênicos "é bem menor, o que é melhor para a saúde do agricultor e para o meio ambiente".

Embora tenha preferido não falar sobre o possível efeito nos consumidores finais "porque não é um especialista no assunto", Arrias acredita que o debate sobre estes produtos alimentícios é fomentado por grupos ambientalistas que "fazem uma tempestade em um copo d"água".

Segundo Arrias, que, além de produzir, consume transgênicos, "aqui no Brasil os ambientalistas querem mandar, e todo mundo manda, menos os produtores".

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