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Braço de pesquisa da Huawei nos EUA tenta se distanciar do grupo chinês

A Futurewei não tinha uma marca separada ou mesmo um website próprio, mas recentemente proibiu o uso do nome ou logotipo da Huawei nas comunicações

Huawei: Futurewei Technologies tenta se distanciar cada vez mais da marca-mãe para evitar impacto da guerra comercial (NurPhoto/Getty Images)

Huawei: Futurewei Technologies tenta se distanciar cada vez mais da marca-mãe para evitar impacto da guerra comercial (NurPhoto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 25 de junho de 2019 às 15h54.

O braço de pesquisa da Huawei - a Futurewei Technologies - decidiu separar suas operações de sua empresa mãe desde que o governo dos Estados Unidos colocou a companhia em uma lista negra de comércio, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.

A Futurewei proibiu funcionários da Huawei em seus escritórios, transferiu empregados para um novo sistema de TI e os proibiu de usar o nome ou logotipo da Huawei nas comunicações, disse um funcionário da Futurewei à Reuters sob condição de anonimato. A Huawei continua sendo proprietária da Futurewei, disse o funcionário.

Milton Frazier, diretor jurídico da Futurewei, se recusou a comentar sobre a separação ou a estratégia por trás da decisão. Chase Skinner, porta-voz da Huawei não respondeu a perguntas sobre o assunto.

A Futurewei é o braço de pesquisa e desenvolvimento da Huawei nos EUA. A empresa emprega centenas de pessoas em escritórios no Vale do Silício e nas áreas de Seattle, Chicago e Dallas, de acordo com as páginas do LinkedIn de seus funcionários. A Futurewei registrou mais de 2.100 patentes em áreas como telecomunicações, redes 5G e tecnologias de vídeo e câmeras, de acordo com dados do Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos.

Até agora, as operações da Futurewei eram praticamente indistinguíveis da Huawei, disse o funcionário da empresa. A Futurewei não tinha uma marca separada ou mesmo um website, disse o funcionário, e sua equipe costumava se identificar como funcionários da Huawei.

Ambas as empresas realizaram uma ampla gama de parcerias de pesquisa e programas de subsídio com universidades dos EUA.

Algumas universidades estão com dificuldades para saber se podem continuar parcerias com a Futurewei - que não faz parte da lista negra do governo norte-americano - mesmo suspendendo acordos de financiamento e pesquisa com a Huawei.

A Universidade da Califórnia-Berkeley, por exemplo, está permitindo que os pesquisadores continuem trabalhando com a Futurewei após suspender todos os financiamentos e trocas de informações com a Huawei em maio, de acordo com a orientação do professor Randy Katz, chefe de pesquisa de Berkeley.

Berkeley também suspendeu o financiamento da Futurewei, mas continua a permitir que os funcionários da Futurewei participem de pesquisas sob certas restrições, escreveu Katz ao corpo docente. A equipe e os estudantes de Berkeley agora só podem trabalhar com funcionários da Futurewei que sejam cidadãos dos EUA ou residentes permanentes legais e que concordem, por escrito, em não compartilhar certas informações confidenciais com a Huawei.

Katz disse que emitiu suas diretrizes sobre a Futurewei com "cautela em abundância" para garantir que os pesquisadores não violem as leis que impedem o compartilhamento de tecnologia sensível dos EUA com empresas da lista negra. Depois de consultar o Departamento de Comércio, Berkeley determinou que a Futurewei não estava coberta pelas mesmas restrições da Huawei, escreveu Katz ao corpo docente.

"No entanto, o governo dos EUA pode tomar outras ações contra a Futurewei", escreveu ele.

O Departamento de Comércio não pode legalmente colocar a Futurewei na lista negra porque é uma empresa dos EUA, disse a agência em um comunicado. O porta-voz do setor de comércio, Ari Schaffer, não respondeu a perguntas sobre se e como a agência regulamenta as parcerias de pesquisa de universidades com empresas de lista negra ou suas subsidiárias nos EUA.

Não há nada de ilegal no fato de faculdades aceitarem subsídios ou conduzirem pesquisas com essas empresas, disse Erick Robinson, chefe de advocacia da China na empresa Dunlap, Bennett & Ludwig. O que é proibido, disse ele, é qualquer transferência de "tecnologia confidencial essencial" para a Huawei por qualquer pessoa ou organização.

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