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Blogueiro que denuncia milícias é baleado em Copacabana

Ricardo Gama ficou conhecido por divulgar vídeo em que governador chama menino de "otário". Polícia investiga hipótese de atentado

Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, está em um dos vídeos polêmicos divulgado pelo blogueiro (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2011 às 20h12.

Rio de Janeiro - O blogueiro Ricardo Gama, de 40 anos, foi alvejado na manhã desta quarta-feira na rua Santa Clara, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Bandidos passaram pelo local num carro prata e dispararam quatro tiros contra a vítima, sendo três na cabeça e um no pescoço. A polícia investiga a possibilidade de atentado.

Gama foi levado para o Hospital Copa D'Or, onde chegou consciente e lúcido. Ele será submetido a uma cirurgia, mas seu estado de saúde é estável. O blogueiro é conhecido por publicar críticas ferozes à política de segurança pública do governo estadual e às milícias. Durante a última campanha para o governo do estado, o blogueiro divulgou algo que rendeu a ele fama na rede: um vídeo em que o governador Sérgio Cabral, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamava um menino, morador da favela de Manguinhos, de "otário".

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Militante do PR (Partido da República) e ligado ao grupo político do ex-governador Anthony Garotinho, Ricardo Gama chegou a se candidatar a deputado estadual no ano passado. O candidato do PR ao governo do estado, Fernando Peregrino, foi ao Copa D'Or para acompanhar de perto o estado de Gama, e disse acreditar na hipótese de atentado.

"Foi um atentado para matar mesmo. Três tiros na cabeça e um no pescoço. E não levaram nada dele. Pegaram pelas costas. Ele falava muito mal do Cabral, da política de segurança dele e também das milícias. Acho que foi o pioneiro em fazer jornalismo investigativo assim na internet, indo a campo, gravando e tirando fotos. Espero que a polícia prenda logo os culpados. Se foi atentado político mesmo, demonstra uma intolerância muito grande. Isso gera uma insegurança porque quem faz isso com uma pessoa pode fazer com outra", afirmou Peregrino.

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