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Bebê que nasce de cesárea tem mais chance de ser obeso

Entre dois irmãos, o filho de uma cesárea tem risco 64% maior para obesidade que aquele que nasce de parto normal

Bebê: entre dois irmãos, o filho de uma cesárea tem risco 64% maior para obesidade que aquele que nasce de parto normal (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2016 às 16h12.

Cesárea engorda - por décadas. Foi essa a conclusão a que chegou um novo estudo de Harvard, que acompanhou mais de 22 mil crianças por 20 anos.

Bebês que nascem de operações cesarianas enfrentam um risco 15% maior de obesidade infantil que os filhos de parto normal, e essa tendência continua pesando até a vida adulta.

Os autores da pesquisa analisaram também a saúde das mães, que tem uma forte influência no metabolismo do bebê. Filhos de mães com sobrepeso ou com hipertensão durante a gravidez , por exemplo, já vem ao mundo com chances maiores de desenvolver obesidade. Nesses casos, a cesárea é frequentemente recomendada pelos médicos.

Mas, mesmo quanto os cientistas filtravam as condições físicas das mães, a ligação entre peso excessivo e tipo de parto ainda era forte. Uma das partes mais interessantes do experimento é que, entre os participantes, havia uma série de irmãos.

Pessoas com a mesma mãe, criadas no mesmo ambiente, mas uma nascida de parto normal e outra de cesárea. Ou seja, cobaias perfeitas para a comparação que o estudo buscava.

Dito e feito: entre irmãos, a tendência à obesidade dos filhos de casárea era ainda mais pronunciada. Eles tem 64% mais chances de se tornar obeso que os irmãos nascido de parto natural.

Conforme os bebês do estudo foram crescendo, a tendência se manteve. Quando eles já eram jovens adultos, perto dos 20 anos, os nascidos de cesárea carregavam uma média de 0.3 pontos extras no IMC.

Para os cientistas, a explicação pode estar no intestino desses bebês. Quando uma criança nasce de parto normal, já entra no mundo em contato com bactérias do canal vaginal da mãe, que vão ajudar a compôr a sua flora intestinal.

Evidências recentes mostrar que essa microbiota intestinal tem uma influência tão grande que mexe até na nossa saúde mental, impactando também nossa taxa metabólica.

Na antisséptica cesárea, não tem espaço para nada disso. Daí, é possível que a criança desenvolva um metabolismo mais lento - mas, para confirmar essa teoria, só refazendo os testes com mais milhares de bebês, coletando amostras da flora intestinal de cada um.

Quando a cesárea é indicada para uma gravidez complicada, geralmente o risco à saúde da mãe e do bebê é maior do que os 15% extras de chance de sobrepeso. Daí, vale a pena apostar.

Mas, como bem sabemos, no Brasil, campeão mundial de cesarianas, nem toda operação é justificada pela necessidade médica. Por isso, a recomendação dos pesquisadores de Harvard é que os pais e obstetras pensem bem - e coloquem os riscos de obesidade na balança.

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Cesárea engorda - por décadas. Foi essa a conclusão a que chegou um novo estudo de Harvard, que acompanhou mais de 22 mil crianças por 20 anos.

Bebês que nascem de operações cesarianas enfrentam um risco 15% maior de obesidade infantil que os filhos de parto normal, e essa tendência continua pesando até a vida adulta.

Os autores da pesquisa analisaram também a saúde das mães, que tem uma forte influência no metabolismo do bebê. Filhos de mães com sobrepeso ou com hipertensão durante a gravidez , por exemplo, já vem ao mundo com chances maiores de desenvolver obesidade. Nesses casos, a cesárea é frequentemente recomendada pelos médicos.

Mas, mesmo quanto os cientistas filtravam as condições físicas das mães, a ligação entre peso excessivo e tipo de parto ainda era forte. Uma das partes mais interessantes do experimento é que, entre os participantes, havia uma série de irmãos.

Pessoas com a mesma mãe, criadas no mesmo ambiente, mas uma nascida de parto normal e outra de cesárea. Ou seja, cobaias perfeitas para a comparação que o estudo buscava.

Dito e feito: entre irmãos, a tendência à obesidade dos filhos de casárea era ainda mais pronunciada. Eles tem 64% mais chances de se tornar obeso que os irmãos nascido de parto natural.

Conforme os bebês do estudo foram crescendo, a tendência se manteve. Quando eles já eram jovens adultos, perto dos 20 anos, os nascidos de cesárea carregavam uma média de 0.3 pontos extras no IMC.

Para os cientistas, a explicação pode estar no intestino desses bebês. Quando uma criança nasce de parto normal, já entra no mundo em contato com bactérias do canal vaginal da mãe, que vão ajudar a compôr a sua flora intestinal.

Evidências recentes mostrar que essa microbiota intestinal tem uma influência tão grande que mexe até na nossa saúde mental, impactando também nossa taxa metabólica.

Na antisséptica cesárea, não tem espaço para nada disso. Daí, é possível que a criança desenvolva um metabolismo mais lento - mas, para confirmar essa teoria, só refazendo os testes com mais milhares de bebês, coletando amostras da flora intestinal de cada um.

Quando a cesárea é indicada para uma gravidez complicada, geralmente o risco à saúde da mãe e do bebê é maior do que os 15% extras de chance de sobrepeso. Daí, vale a pena apostar.

Mas, como bem sabemos, no Brasil, campeão mundial de cesarianas, nem toda operação é justificada pela necessidade médica. Por isso, a recomendação dos pesquisadores de Harvard é que os pais e obstetras pensem bem - e coloquem os riscos de obesidade na balança.

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