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Beats Solo3: marca forte não justifica preço alto

Fones de ouvido sem fio têm boa qualidade e longa duração de bateria

 (Lucas Agrela/Site Exame)

(Lucas Agrela/Site Exame)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 25 de fevereiro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2018 às 10h53.

São Paulo – Algumas marcas têm um espécie de aura de status de alto padrão, como a Apple. Sendo a Beats uma subsidiária da empresa da maçã, isso se estende aos seus produtos. Porém, nem sempre isso significa que eles sejam realmente bons ou melhores do que competidores com preços mais modestos. No caso do Beats Solo3, é a grife que fala mais alto do que a quantidade de recursos oferecidos ao usuário. O preço sugerido do produto no Brasil é de 1.799 reais.

A qualidade sonora dos fones de ouvido Bluetooth é boa para ouvir músicas com frequências graves, comuns em músicas do Dr Dre–é claro. Os graves são mais enfáticos na reprodução, ainda que o som seja bem equilibrado. Ouvir música pop ou rock anos 70 também é uma boa pedida. Ouvir músicas com muitos graves, como canções do grupo Electric Wizard, é uma experiência interessante no Solo 3. Essas frequências não são distorcidas na reprodução, mesmo com o volume alto, algo difícil para fones de ouvido de baixo custo.

Ver vídeos do YouTube ou filmes na Netflix usando o Solo3 também uma boa ideia. Mesmo em cenas com áudio direcionado a diferentes canais (direita ou esquerda), o desempenho dos fones foi ótimo. O mesmo se confirmou em testes de benchmark.

Quanto à amplitude sonora do Solo3, conseguimos ouvir frequências sonoras entre 40 Hz e 18 kHz. O ouvido humano pode captar sons entre 20 Hz e 20 kHz.

O isolamento dos fones é mediano. Em ambientes moderadamente barulhentos, como um escritório aberto, ainda é possível ouvir ruídos externos quando estávamos com o volume em um quarto da capacidade total. Quando o colocamos na metade do volume (o que é bastante alto), esse problema acaba, é claro.

O Solo3 se mostrou mais sensível a interferências de sinal do que outros fones do mercado, como o Level On, da Samsung. No entanto, esse problema aconteceu com mais frequência quando foram reproduzidas músicas armazenadas no acervo do smartphone. Em aplicativos de transmissão de músicas, a reprodução sonora se mostrou mais consistente.

Em cores menos discretas do que a versão preta brilhante que testamos, o Solo3 se destaca pelo seu design e isso pode ser um dos seus principais benefícios, além de um chamariz para os consumidores.

A duração da bateria é um ponto positivo do aparelho. Nos testes do Site EXAME, foi possível conseguir uma semana de uso com uma hora por dia de reprodução de músicas. O carregamento se dá por cabo microUSB, amplamente popularizado pelos smartphones Android dos últimos anos. Luzes LED indicam quanta bateria ainda resta. O lado ruim na gestão de energia é que os fones não desligam sozinhos quando ficam em stand-by por longos períodos.

A maior comodidade do Solo3 é uma exclusividade dos donos de iPhones. Com a Beats pertence à Apple, ele tem uma integração otimizada para os smartphones da marca. Basta ligar os fones e o iPhone rapidamente faz o pareamento. No Android, isso não acontece. É preciso acessar o menu do Bluetooth e escanear o ambiente para encontrar os fones e sincronizá-los com o seu celular.

Em linhas gerais, o Beats Solo3 é uma boa opção de compra, mas o seu preço é mais elevado do que o da concorrência para oferecer os mesmos–ou até menos–benefícios ao consumidor. Falta, por exemplo, um recurso intuitivo para trocar de música. Com o meu dinheiro, escolheria fones da JBL ou da Samsung, que custam entre 700 reais e 1.200 reais. A Beats, com o Solo3, cobra mais caro pelo peso de sua marca.

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