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Banda larga no celular!

O acesso à internet em alta velocidade pelo telefone celular está chegando ao Brasil. Saiba como isso pode mudar (para melhor) sua vida

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h25.

Em pouquíssimas semanas, nenhum fio separará você da internet de alta velocidade. A chegada da banda larga pelo celular no país, a geração 2,5G, permitirá manter celulares e PDAs conectados à web permanentemente e com velocidade até dez vezes maior do que a que temos hoje. Mensagens instantâneas, serviços de localização e jogos compartilhados são apenas algumas das aplicações que devem ganhar as telas dos celulares. Se tudo correr como o esperado nas operadoras, ainda este mês a primeira rede celular com capacidade para suportar aplicações como estas estréia em São Paulo, trazendo uma série de possibilidades que prometem transformar a web num veículo portátil. E, é claro, dinamitar da memória os traumas com o WAP por acesso discado.

Nas próximas páginas, você verá o que essa tecnologia pode fazer pela internet móvel e quais são seus desafios no Brasil. Para dar uma boa idéia do que deve pintar em serviços e equipamentos, vamos conhecer alguns países que já têm expertise nessa área. Do Japão, chegam as lições de quem de cara acertou a mão ao oferecer serviços sob medida para o celular e que agora parte para a terceira geração com uma enxurrada de aplicações multimídia. A Coréia é nossa vizinha mais próxima quando o assunto é 2,5G, e comemora o primeiro aniversário da tecnologia que estréia agora no Brasil. Os países europeus nos mostram como funciona a rede GSM/ GPRS que deve desembarcar aqui no início de 2002, com as novas operadoras das bandas D e E. Conecte-se!

A sopa de siglas tecnológicas ganhou três novos integrantes e conhecê-los pode fazer toda a diferença para quem pensa em mudar de telefone celular. As tecnologias CDMA 1X, GSM e GPRS começam a desembarcar por aqui e, com elas, os usuários de telefones celulares ganharão acesso rápido à internet móvel, conexão permanente e uma bela gama de serviços. Outra vantagem que essas tecnologias oferecem é uma nova forma de cobrança, que deve baratear o uso da internet pelo celular. Diferentemente do que acontece com o acesso ao protocolo WAP pela conexão discada, no novo modelo a cobrança é feita por pacotes de dados transferidos. Isso significa que o usuário paga somente pelo que recebe ou envia, independentemente do tempo em que está conectado.

Quem deve dar o pontapé inicial no acesso rápido à internet pelo celular será a operadora paulista Telesp Celular. A companhia utiliza tecnologia CDMA e adotou na migração para 2,5G a infra-estrutura CDMA 1X. Nominalmente, essa rede dispara a velocidade de conexão dos celulares a 144 Kbps, dez vezes mais do que os 14,4 Kbps possíveis hoje em CDMA. Até o fechamento desta edição, a operadora ainda não havia definido a data exata de lançamento de seu serviço 2,5G, mas prometia a estréia do acesso rápido pelos celulares para o mês de novembro - e já trabalha com a estimativa de ter, até o primeiro semestre do próximo ano, um terço de seus clientes utilizando a nova tecnologia.

Daqui a dois meses, entram no páreo duas novas operadoras celulares, a TIM e a Telemar Celular, as ganhadoras das licenças das novas Bandas D e E de telefonia celular. Essas companhias, apesar de ainda não admitir publicamente, estão preparando seu serviço de telefonia celular com uma novidade para o Brasil: a rede GSM com tecnologia GPRS. A tecnologia GSM é utilizada em todos os países da Europa e oferece serviço 100% digital para a comunicação por canal de voz e, vitaminada com a infra-estrutura de comutação de pacotes GPRS, o acesso à internet pode ser feito com velocidade nominal de 115 Kbps. Na Europa, onde a rede GPRS já está em funcionamento, a velocidade atual é de 60 Kbps. Isso porque as operadoras européias optaram por fazer a migração de sua infra-estrutura gradativamente. Mas, no Brasil, como a rede GSM já nasce com GPRS, para competir com a velocidade de 144 Kbps da CDMA 1X, é provável que as novas operadoras já instalem seus equipamentos para oferecer a velocidade máxima no acesso à web móvel (veja páginas 68 e 69).

A princípio, assim como vem acontecendo no restante do mundo, as grandes metrópoles serão as primeiras a receber essas novas tecnologias. Para o próximo ano, já estão previstos upgrades para a rede celular da BCP, da Global Telecom, da Telefônica Celular e da Telemig Celular.

De mapas a truco
Com conexão permanente à web, alta velocidade e cobrança por quantidade de dados transmitidos, o conteúdo da internet móvel tem boas chances de encostar no da convencional. Aplicações úteis e atraentes são peças-chave para o sucesso da internet móvel e a maior parte das novidades deve despontar no mercado no início do próximo ano - pelo menos segundo o que prometem os desenvolvedores. Aplicações superpersonalizadas e que proporcionem interatividade entre diferentes ambientes serão a tônica da web sem fio. Por uma questão estratégica, as empresas ainda guardam suas surpresas para as redes de 2,5G, mas há gente graúda unindo-se a provedores de conteúdo na corrida por soluções para a web móvel - o que é um bom sinal. Esse é o caso da IBM, da Microsoft, da Promom IP e da Ericsson Mobility.

Os serviços de localização, baseados no sistema de GPS e de triangulação de antenas celulares, prometem dar fôlego às novas aplicações. Os sistemas que trazem mapas de ruas já começam a receber recursos mais sofisticados. É o caso do Apontador. O site, que foi pioneiro em oferecer localização pelo celular WAP, fechou uma joint venture com a francesa Webraska e incrementou seu serviço com uma plataforma que oferece indicação das ruas por comandos de voz integrados a um módulo GPS e mapas multimídia. Entretenimento, marketing dirigido e segurança são outras áreas que devem sair ganhando com soluções de localização.

Os gamemaníacos deverão ser os primeiros contemplados com conteúdo para o acesso rápido à web móvel. A companhia de games online Banana Games, por exemplo, trabalha no desenvolvimento de sete tipos de jogos, todos multijogador. Truco, Pac-man, asteróides, minissimulador e um RPG para o público teen são algumas das novidades que a companhia deve liberar ainda este ano. A equipe do Selig também está metida na criação de jogos para a nova rede. Outra aposta da empresa são as chamadas mensagens inteligentes, e-mails incrementados com ícones e animações. "A conexão rápida e a cobrança por dados vão estimular a troca de e-mails pela rede rápida", afirma Fabian de La Rua, diretor do Selig.

É também através dos e-mails e do acesso à internet que a Telesp Celular espera conquistar, de cara, os usuários corporativos. "Utilizando cartões PCMCIA ou conectando o notebook ao celular, a rede de 144 Kbps traz benefícios imediatos para as companhias", diz Luiz Avelar, vice-presidente de internet da Telesp Celular. Aplicativos para a automação de vendas, controle de sinistro de seguradoras e bloqueio de alarmes são alguns dos lançamentos confirmados para este ano, segundo os planos da operadora.

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