Activision Blizzard bloqueada: FTC investiga se o negócio é justo para a concorrência (Patrick T. Fallon/Bloomberg/Getty Images)
A agência reguladora da concorrência nos Estados Unidos, conhecida pela sigla FTC, recorreu à Justiça nesta quinta-feira, 8, para tentar bloquear a compra, por parte da Microsoft, da empresa de videogames Activision Blizzard, avaliada em 69 bilhões de dólares.
Se a operação de compra da desenvolvedora do bem-sucedido Call of Duty for concretizada, "a fabricante do Xbox obteria o controle de franquias de primeira ordem, o que lhe permitiria prejudicar a concorrência [...] rejeitando ou prejudicando o acesso de concorrentes a seus conteúdos populares", assinalou a Federal Trade Commission em comunicado.
A agência argumenta que, depois de adquirir uma desenvolvedora de jogos eletrônicos menor, a ZeniMax, empresa-matriz da Bethesda Softworks, a Microsoft decidiu reservar para si a exclusividade de jogos como Starfield mesmo depois de garantir para as autoridades europeias de concorrência que não tinha nenhum interesse em deixar de distribuir os jogos em consoles de competidores.
A Activision, que conta com 154 milhões de usuários ativos mensais no mundo e produz alguns dos títulos mais emblemáticos do setor de games, "é um dos raros desenvolvedores de jogos eletrônicos no mundo que cria e distribui títulos de alta qualidade para múltiplos sistemas, em particular consoles, PCs e dispositivos móveis", ressaltou a FTC.
"Continuamos pensando que este acordo vai aumentar a concorrência e vai criar mais oportunidades para os jogadores e os desenvolvedores de jogos", afirmou, por sua vez, um porta-voz da Microsoft em mensagem à AFP, na qual enfatizou que o grupo propôs concessões à FTC.
No início de novembro, a Comissão Europeia - o órgão executivo da União Europeia - anunciou a abertura de uma investigação "em profundidade" sobre a proposta de compra da Activision Blizzard por parte da Microsoft e os possíveis efeitos dessa operação sobre a concorrência no segmento de jogos eletrônicos.
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