Assange, fundador do WikiLeaks: personalidades temem que Suécia o entregue aos EUA (Dan Kitwood/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 13h57.
Londres - O fundador do Wikileaks, Julian Assange, comparece nesta terça-feira perante o tribunal londrino de Woolwich na segunda jornada da audiência de sua extradição à Suécia, onde é requerido pela Justiça devido a supostos crimes de agressão sexual.
Na segunda-feira, primeiro dia de audiência, a equipe legal de Assange pediu que a extradição não seja autorizada porque considera que não há garantias de que ele seja submetido a um julgamento justo.
Além disso, os advogados do jornalista temem que a Suécia o entregue aos Estados Unidos e ele acabe sendo levado para Guantánamo por ter publicado milhares de documentos confidenciais do Governo americano.
Seus advogados argumentam que o Governo americano quer castigar o ativista por suas opiniões políticas.
Assange, de 39 anos, nega ter cometido crimes sexuais na Suécia e seus partidários qualificam de injusta a solicitação de extradição.
Está previsto que o processo acabe nesta terça-feira, mas ainda não se sabe se o juiz Howard Riddle emitirá uma sentença.
Personalidades como o escritor Tariq Ali e o político Tony Benn, que preside a coalizão "Stop the War", contrária à Guerra do Iraque, expressaram preocupação de que Assange seja extraditado para os EUA.
"Se for para a Suécia os americanos o levarão aos EUA e como Bradley Manning, que começou este trabalho (de filtrar documentos confidenciais), pode facilmente ser submetido a um regime de isolamento e receber um julgamento injusto", disse Benn.
Manning é o soldado americano suspeito de filtrar os documentos secretos divulgados pelo Wikileaks e atualmente está preso em uma prisão militar perto de Washington.
Ali afirmou que a sorte de Assange "pode ser a mesma que a de Bradley Manning" se for deportado.