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Após anos de janela, o XP

Finalmente um Windows que não dá pau -- ou quase

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h28.

Você certamente já ouviu a piadinha sobre como seriam os automóveis se a Microsoft fosse a fabricante. Nesse mundo paralelo, o carro pararia sem motivo, e muitas vezes o único jeito de religá-lo seria sair, fechar as portas, abri-las e entrar de novo. Pois bem: comprar o novo Windows XP é uma experiência parecida com comprar um carro zero e sair da concessionária rodando macio. Finalmente, um Windows que funciona!

Os defensores da Microsoft poderão dizer que eu estou exagerando. Afinal, o Windows 2000 já era bem mais estável que os anteriores. Só que ele havia sido feito para rodar em empresas, ou seja, o usuário doméstico continuava insatisfeito -- quando não traumatizado pelas suas versões mais antigas (95, 98 ou Me).

Depois de instalar o Windows XP Professional em meu notebook, posso dizer que, pela primeira vez em anos, a Microsoft me surpreendeu com um produto bem-feito. Mas vamos começar pelos probleminhas. Seu bolso vai sentir a troca.

A atualização para a versão Professional (uso corporativo) custa 600 reais ou 300 para a versão Home (uso doméstico).

Talvez, por esse motivo, as vendas demor em a decolar. Afinal, os maiores beneficiados do produto podem considerar o custo alto demais, e as empresas que já usam o Windows 2000 talvez não encontrem grande apelo para fazer a mudança.

O processo de ativação do produto pela central de atendimento da Microsoft, necessário para que o Windows continue funcionando depois de dez dias instalado, pode ser uma grande chateação. Criado para ser uma barreira contra a pirataria, ele força o registro do produto e cria um número de identificação único para cada instalação. Esse número é baseado na combinação de diversos códigos de componentes do micro, como disco rígido e processador, e se algum deles for trocado é necessário registrar o produto novamente. Imagine o desgaste dessa operação em uma empresa com mil funcionários.

CACHORRINHOS E CORREÇÕES

Outro ponto que requer muita atenção é a cópia dos documentos e programas do micro antes da instalação do XP. Senti falta de um programa que ajudasse nessa etapa, pois copiar todos esses arquivos para o servidor e colocá-los de volta no notebook consumiu algumas horas de trabalho e a incerteza de que tudo funcionaria depois. De qualquer maneira, aconselho fazer essa cópia de segurança antes de iniciar a instalação.

Há outras pequenas coisas irritantes no primeiro contato com o programa.

Ele primeiro avisa que há atualizações disponíveis na internet ou que é possível solicitar um serviço online de cópia de fotos, e só depois que você concorda ele tenta fazer a conexão -- se não consegue, avisa que o serviço não está disponível no Brasil.

O modo de Ajuda toma a forma de um ridículo cachorrinho que quase me fez sentir saudade do Clippy, aquele clipe de papel. Logo no lançamento, já foi oferecido um pacote de correções para o Windows XP Home Edition em português. Ele está disponível por meio do recurso Windows Update e requer a cópia de um arquivo de 5 megabytes. Para quem esperava um sistema redondinho... ainda não será desta vez.

Bem, chega de problemas. O Windows XP tem muitas qualidades. É estável, bem acabado, com visual menos poluído e mais fácil de usar. Além da cara mais bonita e agradável, o produto traz diversas melhorias em relação a segurança e performance. A velocidade maior foi sentida quando comecei a copiar os programas e documentos que havia gravado no servidor de rede. Na hora de copiá-los de volta para o notebook, pude passar praticamente todos os programas e arquivos simultaneamente, fazendo o micro trabalhar em três processos de cópia -- arquivo de e-mail, meus documentos e programa Quicken de finanças pessoais. Enquanto copiava os arquivos, continuei trabalhando normalmente no micro. Com uma das versões anteriores, isso travaria o notebook e só me restaria esperar. Também ficou muito mais fácil transitar pelo sistema, que segue a lógica de um navegador na Web. Além disso, há menos termos técnicos. Exemplo disso é o Painel de Controle, que foi reorganizado e agora pode ser usado pelos que não são engenheiros.

MULTIMÍDIA DE VERDADE

O armazenamento de imagens também mudou. Agora é possível ver miniaturas das imagens armazenadas, o que facilita muito o trabalho de encontrar um arquivo. Pode-se selecionar diversas imagens e mostrá-las como uma apresentação no PowerPoint.

O Media Player, usado para tocar músicas em MP3, assistir a vídeos e ouvir rádios pela internet, ficou mais fácil de usar. Enquanto escrevo, ouço uma rádio de jazz inglesa que achei com dois cliques. Como prometido, o Windows XP está bem conectado à web. É possível mandar imprimir fotos digitais do micro para um dos centros de processamento incluídos no Windows (quando o serviço funcionar no Brasil).

Entre as pequenas novidades agradáveis, uma das que mais gostei foi encontrar o jogo de gamão. Ele é jogado online, e o Windows se conecta automaticamente ao servidor da Microsoft para encontrar alguém disponível naquele momento. Logo no dia da instalação, ganhei de um alemão e perdi de um inglês. Mas ainda são 600 reais por um jogo de gamão online...

Pedro Mello é sócio da empresa de investimentos InternetCo. Nem ele nem a InternetCo investem em empresas citadas nesta coluna, a menos que mencionado

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