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Após ano de falhas, Microsoft deve focar em transparência e qualidade

Problemas constantes na atualização do sistema operacional irritou os usuários

. (Lucy Nicholson/Reuters)

. (Lucy Nicholson/Reuters)

São Paulo - O ano de 2018 não foi muito promissor para os usuários do Windows. Os adiamentos e falhas nas atualizações do sistema operacional foram um grande problema para a Microsoft desde o início do ano, e as causas–possivelmente–se devem a escolhas internas equivocadas, o que deve levar a gigante americana a focar em qualidade e transparência ao longo de 2019.

Os problemas com a atualização do Windows 10 começaram em abril, com o anúncio do adiamento da nova versão devido ao surgimento da famosa “tela azul” durante os testes. Em maio, usuários se depararam com o congelamento das atividades enquanto usavam programas como o Google Chrome e a Cortana, assistente virtual da Microsoft. Em outubro, uma nova e esperada atualização do sistema foi cancelada após usuários relatarem que tiveram arquivos excluídos dos computadores.

Além disso, na primeira semana de novembro, um engenheiro da empresa fez uma alteração equivocada no servidor de licenciamento, levando muitos usuários de Windows 10 Pro a perderem sua ativação subitamente.

Demissões e escolhas internas comprometem desempenho

De acordo com o site de tecnologia americano The Verge, a empresa está atenta aos feedbacks dados pelos usuários do seu programa de testes, o Windows Insider, e pretende iniciar uma série de postagens em seu blog oficial para ser mais transparente quanto ao desenvolvimento do sistema operacional.

Uma das principais razões da instabilidade do Windows comparado a outros sistemas operacionais, como o macOS, da Apple, é o grau de complexidade dos testes, uma vez que a grande variedade de componentes, drivers e softwares encontrados nas mais de 700 milhões de máquinas com Windows 10 no mundo dificultam a operação.

Outro motivo por trás dos problemas com as atualizações é a recente mudança na maneira como opera os testes essenciais do sistema. Após um corte de 18 mil postos de trabalho em 2014, a Microsoft minou a área de engenharia dedicada aos testes, substituindo-a por um esquema em que os próprios desenvolvedores são responsáveis pelos testes.

Ao The Verge, o vice-presidente corporativo da Microsoft, Michael Fortin, justificou a medida. “Nós mudamos a responsabilidade pelo teste funcional de base para nossas equipes de desenvolvimento, a fim de fornecer um código de maior qualidade desde o início”, explica. “Uma forte cultura de auto-hospedagem é uma fonte de orgulho para aqueles que trabalham no Windows”, disse o vice-presidente.

Fortin explicou que a estratégia da empresa para 2019 será o compartilhamento das alterações e melhorias à medida que forem se concretizando. “Nosso foco até agora foi quase exclusivamente detectar e corrigir problemas rapidamente, e vamos aumentar nosso foco em transparência e comunicação”, afirma. “Enquanto vemos tendências positivas, também ouvimos claramente as vozes de nossos usuários que estão enfrentando problemas frustrantes e nos comprometemos a fazer mais. Pretendemos aproveitar todas as ferramentas que temos hoje e focar em novas inovações focadas na qualidade em design, desenvolvimento, validação e entrega de produtos".

A próxima atualização, de codinome 19H1, ainda não tem data para ser lançada.

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