Tecnologia

Aplicativo mapeia locais com acessibilidade para cadeirantes

Com versões para Android e iOS, o app mostra se um restaurante ou bar está preparado para receber alguém com mobilidade reduzida

Acessibilidade: app mostra locais adequados para pessoas com deficiência de locomoção  (Divulgação/guiaderodas)

Acessibilidade: app mostra locais adequados para pessoas com deficiência de locomoção (Divulgação/guiaderodas)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 04h56.

São Paulo – Um aplicativo para smartphones com sistemas Android ou iOS mapeia estabelecimentos comerciais com acessibilidade para cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida. 

Chamado guiaderodas, o app conta com a colaboração dos próprios usuários para identificar rapidamente se um local pode ou não receber um cadeirante, alguém que tenha quebrado uma perna ou um idoso. 

A ideia é que a pessoa observe o ambiente para notar coisas como a existência de uma rampa ou a largura de uma porta, características básicas de um estabelecimento adaptado para esses clientes. 

Não é preciso fazer nenhuma avaliação técnica do local, basta responder a um breve questionário, que leva 30 segundos para ser preenchido. As informações são referentes a coisas como a altura das mesas e do balcão, a viabilidade de uma pessoa com algum tipo de deficiência de locomoção se deslocar no ambiente e a existência de um banheiro para cadeirantes.

O guiaderodas foi idealizado por Bruno Mahfuz e desenvolvido com dois sócios, Otávio Ribeiro, responsável pelo app, e Leandro Beldi, que cuida da gestão dos dados gerados pelos usuários e da infraestrutura de TI. 

O aplicativo utiliza dados do aplicativo Foursquare e já exibe a nota de cada estabelecimento, segundo avaliação de visitantes.

Mahfuz é cadeirante há 15 anos e conta que já enfrentou problemas de acessibilidade que o motivaram a criar o app. "Os próprios locais são responsáveis por informar sobre a acessibilidade dos estabelecimentos, e, como eles são fiscalizados, os donos sempre dizem que estão preparados. Às vezes, o dono pensa que está preparado, mas não está", afirmou Mahfuz, explicando o motivo de deixar a avaliação do ambiente sob a responsabilidade dos usuários do guiaderodas. 

Segundo ele, outras iniciativas semelhantes não foram para frente em outros países porque tinham foco nos deficientes físicos. Por isso, esse app tem um público-alvo mais amplo. "Esse não é um produto só para deficientes, é para quem tem alguma dificuldade de locomoção, seja uma mãe com um carrinho de bebê, seja alguém que torceu o pé ou mesmo um idoso", disse Mahfuz. "Por exemplo, em um almoço de família, se a sua avó anda de cadeira de rodas, todos terão que ir a um local acessível."

De acordo com dados do IBGE, 5 milhões de pessoas têm deficiência de mobilidade no Brasil. O número, porém, pode ser maior em razão de limitações de locomoção temporárias.

Monetização

O guiaderodas é um app gratuito, mas a empresa busca lucrar por meio de parcerias e produção de conteúdos – que prometem ser alegres e tratar o problema da acessibilidade como outro qualquer. 

Nessa fase inicial, a Porto Seguro Auto trabalha junto com companhia e outras negociações estão em andamento. A organização sem fins lucrativos Instituto Rodrigo Mendes, que promove a educação de qualidade para pessoas com deficiência, também apoia a iniciativa do guiaderodas.

Usuários

A expectativa da Mahfuz é atingir o número de 50 mil downloads do app nos próximos 12 meses. "Faríamos um mundo muito mais acessível se um terço deles se tornarem usuários ativos, que mapeiam mensalmente estabelecimentos adequados", afirmou o idealizador do aplicativo.

Uma versão do guiaderodas para smartphones com sistema Windows está em fase de desenvolvimento.

Confira, abaixo, o vídeo de divulgação do aplicativo.

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