Tecnologia

Aplicativo do BB falha e "mistura" dados de clientes

Ao entrar no aplicativo com suas informações pessoais, usuários não tinham acesso aos seus próprios dados, mas sim a informações misturadas com outras contas


	Agência do Banco do Brasil: segundo o banco, não houve "o comprometimento de dados ou risco no caso de transações bancárias"
 (Divulgação/Banco do Brasil)

Agência do Banco do Brasil: segundo o banco, não houve "o comprometimento de dados ou risco no caso de transações bancárias" (Divulgação/Banco do Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 14h47.

São Paulo - O aplicativo do Banco do Brasil para celular teve uma falha de segurança na noite da segunda-feira, 9. Ao entrar no aplicativo com suas informações pessoais, como agência, conta e senha, usuários não tinham acesso aos seus próprios dados, mas sim a informações misturadas com contas de outros usuários.

Segundo o Banco do Brasil, o problema surgiu a partir da atualização de versões do aplicativo e não houve "o comprometimento de dados ou risco no caso de transações bancárias".

O problema começou às 19h52. Cerca de uma hora mais tarde, o sistema do banco suspendeu o acesso ao aplicativo. Somente às 23h45 o programa voltou a ficar disponível para uso com estabilidade.

O engenheiro de computação Renato Batista acessou o aplicativo durante o período de falhas. “Eu puxei o extrato, mas não vi as minhas informações”, contou. Segundo Batista, o aplicativo voltou a funcionar normalmente, mas a maneira de acessá-lo havia mudado.

Ele passou a ter de digitar as informações a cada acesso, “sem poder armazená-las no smartphone”.

Mesmo sem ter sido afetada diretamente pelo problema, a advogada Fabiana Duarte mostra-se insegura: “Ficarei mais atenta às minhas movimentações e deixarei de fazer algumas transações pelo aplicativo.”

Problemas em aplicativos de bancos no Brasil são fenômenos raros. “É um dos primeiros incidentes ocorridos com um aplicativo de banco de sistema móvel”, diz Fábio Assolini, analista sênior da empresa especializada em segurança de dados Kaspersky. “Os bancos brasileiros são bastante diligentes nesta questão e vigiam de perto.”

Para Assolini, as transações bancárias pelo celular ainda são muito mais seguras do que aquelas feitas pela internet, a partir de um computador ou laptop. O principal motivo é que o uso dessas ferramentas no País ainda é pequeno, totalizando apenas 2,6% das operações. O crescimento, porém, tem sido expressivo.


Expansão

Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o número de usuários de aplicativos de bancos para celular aumentou 2,7 vezes em 2012, na comparação com o ano anterior. À medida que os smartphones se disseminam no Brasil, a tendência é o segmento crescer.

“Quanto mais pessoas estiverem usando maior é a oportunidade de problemas acontecerem”, diz William Beer, especialista em segurança digital da consultoria Alvarez & Marsal. Os dois especialistas apontam que o usuário também pode tomar precauções para não expor seus dados bancários ou informações de conta.

“Um risco que afeta todos os usuários são as redes Wi-Fi públicas”, observa Assolini. “Uma rede aberta de um aeroporto, por exemplo, é como um banheiro público.” Sua recomendação é que serviços bancários só devem ser acessados no 3G/4G ou em uma rede Wi-Fi conhecida. Beer ressalta também a importância de estar sempre com o aplicativo do banco operando na versão mais recente.

"Pescaria" de dados

Em junho de 2012, hackers enviaram e-mails falsos com a mensagem “Seu banco na palma da sua mão”. Ao clicar no link, o usuário era conduzido para uma imitação perfeita do aplicativo móvel do Banco do Brasil.

Ao acessar o aplicativo falsificado, iniciava-se o processo conhecido como phishing (pescaria, em inglês), em que dados do computador ou celular do usuário são “pescados” por software malicioso.

Segundo o especialista da Kaspersky, no exterior já existem casos de aplicativos de banco falsos na loja Google Play, do sistema móvel Android. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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