Antidepressivo pode ajudar no tratamento de câncer
Combinada a outro medicamento, a tranilcipromina pode ser a peça que faltava no tratamento dos tipos mais comuns de leucemia mielocítica aguda
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2012 às 23h44.
São Paulo - Um antidepressivo chamado tranilcipromina pode ser a peça que faltava no tratamento de leucemia mielocítica aguda (LMA), de acordo com um artigo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Medicine. Os cientistas já conheciam o sucesso de um retinoide – fármaco derivado da vitamina A – chamado ácido all-trans retinoico (ATRA) no tratamento de um tipo raro da leucemia. Agora, cientistas do Instituto de Pesquisas sobre o Câncer (ICR), em Londres, descobriram que o retinoide pode ser combinado ao antidepressivo para combater também os tipos mais comuns de LMA.
“Os retinoides já transformaram um tipo raro de leucemia fatal em uma doença curável. Nós encontramos agora uma maneira de aproveitar essas drogas poderosas para o tratamento de tipos mais comuns”, diz o doutor Arthur Zelent, líder da pesquisa. “Até agora, o porquê de outros tipos de LMA não responderem a essa droga era um mistério. Nosso estudo revelou que havia um bloqueio molecular que poderia ser revertido com uma segunda droga, que normalmente já é usada como antidepressivo”, conta.
A ATRA funciona estimulando as células leucêmicas a amadurecerem e morrerem naturalmente. A equipe acredita que alguns genes que a ATRA identifica como inativos podem ser a razão para esta droga não funcionar no tratamento de alguns tipos da leucemia mielocítica aguda. Foi então que os cientistas descobriram que, usando o antidepressivo para inibir uma enzima chamada de LSD1, seria possível reativar estes genes e tornar as células cancerosas suscetíveis ao medicamento ATRA.
“Nós achamos que esta é uma estratégia muito promissora, e se essas descobertas puderem ser replicadas em pacientes com câncer, os benefícios potenciais serão enormes.”, diz Zelent. Junto a colaboradores da Universidade de Münster, na Alemanha, os cientistas já começaram a segunda fase da pesquisa, que compreende o teste clínico da combinação das duas drogas, tranilcipromina e ATRA, em pessoas que sofrem de LMA.
Segundo os pesquisadores, os medicamentos atingem apenas as células cancerosas, deixando as células saudáveis em grande parte intocadas. Isso faz com que os efeitos colaterais sejam menos agressivos do que os causados pelos remédios convencionais. Além disso, “tanto o retinoide ATRA como o antidepressivo tranilcipromina já estão disponíveis no Reino Unido e sem patentes, ou seja, a utilização dessas drogas não sairia caro para os serviços de saúde”, explica Kevin Petrie, coautor do estudo.
Saiba mais: Leucemia mielocítica aguda
A LMA é um tipo de leucemia potencialmente mortal, na qual células cancerosas se acumulam muito rápido na medula óssea, destruindo e substituindo as que produzem células sanguíneas normais. Essas células leucêmicas são liberadas na corrente sanguínea e por ela transportadas a outros órgãos, onde continuam a crescer e se dividir. Se não passar por um tratamento, a maioria das pessoas com LMA morre em poucas semanas ou meses.
São Paulo - Um antidepressivo chamado tranilcipromina pode ser a peça que faltava no tratamento de leucemia mielocítica aguda (LMA), de acordo com um artigo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Medicine. Os cientistas já conheciam o sucesso de um retinoide – fármaco derivado da vitamina A – chamado ácido all-trans retinoico (ATRA) no tratamento de um tipo raro da leucemia. Agora, cientistas do Instituto de Pesquisas sobre o Câncer (ICR), em Londres, descobriram que o retinoide pode ser combinado ao antidepressivo para combater também os tipos mais comuns de LMA.
“Os retinoides já transformaram um tipo raro de leucemia fatal em uma doença curável. Nós encontramos agora uma maneira de aproveitar essas drogas poderosas para o tratamento de tipos mais comuns”, diz o doutor Arthur Zelent, líder da pesquisa. “Até agora, o porquê de outros tipos de LMA não responderem a essa droga era um mistério. Nosso estudo revelou que havia um bloqueio molecular que poderia ser revertido com uma segunda droga, que normalmente já é usada como antidepressivo”, conta.
A ATRA funciona estimulando as células leucêmicas a amadurecerem e morrerem naturalmente. A equipe acredita que alguns genes que a ATRA identifica como inativos podem ser a razão para esta droga não funcionar no tratamento de alguns tipos da leucemia mielocítica aguda. Foi então que os cientistas descobriram que, usando o antidepressivo para inibir uma enzima chamada de LSD1, seria possível reativar estes genes e tornar as células cancerosas suscetíveis ao medicamento ATRA.
“Nós achamos que esta é uma estratégia muito promissora, e se essas descobertas puderem ser replicadas em pacientes com câncer, os benefícios potenciais serão enormes.”, diz Zelent. Junto a colaboradores da Universidade de Münster, na Alemanha, os cientistas já começaram a segunda fase da pesquisa, que compreende o teste clínico da combinação das duas drogas, tranilcipromina e ATRA, em pessoas que sofrem de LMA.
Segundo os pesquisadores, os medicamentos atingem apenas as células cancerosas, deixando as células saudáveis em grande parte intocadas. Isso faz com que os efeitos colaterais sejam menos agressivos do que os causados pelos remédios convencionais. Além disso, “tanto o retinoide ATRA como o antidepressivo tranilcipromina já estão disponíveis no Reino Unido e sem patentes, ou seja, a utilização dessas drogas não sairia caro para os serviços de saúde”, explica Kevin Petrie, coautor do estudo.
Saiba mais: Leucemia mielocítica aguda
A LMA é um tipo de leucemia potencialmente mortal, na qual células cancerosas se acumulam muito rápido na medula óssea, destruindo e substituindo as que produzem células sanguíneas normais. Essas células leucêmicas são liberadas na corrente sanguínea e por ela transportadas a outros órgãos, onde continuam a crescer e se dividir. Se não passar por um tratamento, a maioria das pessoas com LMA morre em poucas semanas ou meses.