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Amazon vai pagar autores conforme o número de páginas que pessoas leem no Kindle

A partir de julho, a criadora do Kindle vai contabilizar o número de páginas que os leitores realmente olham em cada unidade que baixam

Kindle ( Hannelore Foerster / Stringer)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 15h11.

A Amazon anunciou que, a partir de 1º de julho, começará a pagar seus autores com base no número de páginas que as pessoas realmente leem no Kindle. O novo parâmetro, porém, será válido apenas para livros publicados pelo Kindle Direct Publishing (KDP), um programa em que escritores podem hospedar e distribuir suas obras diretamente, sem a mediação de editoras. De acordo com nota, esse método de pagamento atende a pedidos dos próprios autores, membros da comunidade KDP.

Até o momento, para pagar os autores, a Amazon cria um fundo mensal (este mês o valor foi de três milhões de dólares) e divide a quantia entre eles conforme a quantidade de livros vendidos por cada um. Agora, essa quantia total será divida pelo número de páginas lidas.

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A empresa cita exemplos para ilustrar o método, considerando hipoteticamente um fundo mensal de 10 milhões de dólares e 100 milhões de páginas lidas por mês. O autor de um livro de 200 páginas que foi baixado e lido completamente 100 vezes, ganharia dois mil dólares (10 milhões de dólares multiplicados por 20 mil páginas para esse autor dividido por 100 milhões de páginas no total). Já o autor de um livro de 200 páginas que foi baixado 100 vezes mas lido só até a metade, ganharia em média mil dólares (10 milhões de dólares multiplicado por 10 mil páginas para esse autor dividido por 100 milhões de páginas no total).

Numa tentativa de padronizar a contagem de acordo com diferentes gêneros e dispositivos, a criadora do Kindle elaborou um sistema apelidado de Contagem de Páginas de Edição Normalizada (KENPC, na sigla em inglês). O cálculo de KENPC é feito com base em parâmetros, como fonte e espaçamento de linhas, tomando como partida sempre o capítulo um até o final do livro. Elementos não textuais como imagens, gráficos e tabelas também serão levados em conta para a KENPC de um livro.

A experiência poderia ter alguns efeitos diretos sobre os livros lançados pela plataforma KDP. Autores que escrevem livros longos (e cobravam mais por isso) passarão a sentir claramente as consequências quando seus leitores cessassem a leitura pela metade, por exemplo. Da mesma forma, autores que escrevem mantendo algum suspense e conseguem entreter seus leitores até o fim poderão ganhar mais dinheiro.

Fonte: The Atlantic / Kindle Direct Publishing

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