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Aliança de empresas com Facebook gera ansiedade e esperança

Aliança de meios de comunicação com a rede social para publicar conteúdo diretamente no Facebook gera ansiedade e esperança no setor, que quer ampliar audiência

Facebook: entre os envolvidos na parceria estão o jornal americano "The New York Times", a emissora "NBC" e o jornal britânico "The Guardian" (Loic Venance/AFP)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2015 às 17h52.

San Francisco - A aliança de nove meios de comunicação com o Facebook para publicar conteúdo diretamente na rede social está gerando ansiedade e esperança no setor, que procura ampliar sua audiência, mas teme perder protagonismo com a distribuição de notícias fora de suas plataformas.

Entre os envolvidos na parceria estão o jornal americano "The New York Times", a emissora "NBC" e o jornal britânico "The Guardian", que começaram a publicar nesta quarta-feira seus conteúdos dentro do Facebook, não sendo mais necessário deixar a rede social para fazer a leitura das notícias.

O acordo, que deve ser estendido para mais empresas em breve, permitirá que os artigos sejam baixados em uma velocidade dez vezes mais rápida nos telefones celulares do que agora.

O "Instant Articles" é uma função pensada para dispositivos móveis: os artigos que a imprensa distribuir diretamente pela rede social estarão visíveis no "Feed de Notícias" do aplicativo do Facebook - inicialmente só para iPhones. Nos desktops segue funcionando o sistema de links que leva às páginas dos meios de comunicação.

O vice-presidente de Plataformas de Parcerias e Operações do Facebook, Justin Osofsky, explicou à Agência Efe que a leitura de notícias na rede social é "a pior experiência que existe" no "Feed de Notícias" e o motivo dessa movimentação editorial.

"À medida que mais gente acessa dispositivos móveis, observamos que a experiência de abrir uma notícia precisa de muitas melhorias. Ela é concretamente lenta, leva mais de oito segundos para ser carregada", acrescentou principal responsável pelo "Instant Articles", Michael Reckhow.

Os meios de comunicação terão a opção de incluir publicidade em seus artigos e manter suas receitas, mas também podem preferir que o Facebook comercialize os anúncios, retendo com 30% da renda obtida com a venda, explicou Reckhow.

A rede social também permitirá que as empresas tenham acesso aos dados sobre as pessoas que leem notícias usando as atuais ferramentas do Facebook, facilitando o acompanhamento dos interesses dos usuários.

A iniciativa é, na opinião do "The New York Times", o último exercício de equilíbrio existencial da imprensa, que busca atingir os 1,4 bilhão de usuários ativos do Facebook no mundo, mas também teme que a aliança atrapalhe seus negócios.

No entanto, Vivian Schiller, ex-executiva do próprio "The New York Times", da "NBC" e do Twitter, acredita que os meios de comunicação não têm alternativa.

"A audiência está lá (no Facebook). (Ele) É grande demais para ser ignorado", afirmou em declarações ao "The New York Times".

James Bennett, diretor da revista "The Atlantic", outro dos nove veículos participantes da iniciativa, reconheceu hoje que a publicação de notícias através do "Instant Articles" significa "perder o controle sobre o sistema de distribuição".

No entanto, ele assinalou que, ao mesmo tempo, os meios de comunicação estão tentando levar suas histórias ao maior número de pessoas possível, algo facilitado pelo Facebook.

Para o diretor-executivo do "The New York Times", Mark Thompson, o acordo oferece a oportunidade de explorar a possibilidade de atrair mais tráfego para o site do jornal através do Facebook.

"Essa é uma oportunidade de ampliar e explorar se o Facebook pode se transformar em uma parte até maior do tráfego do Times", disse Thompson em artigo publicado no site do jornal.

Também fazem parte do grupo que usará a ferramenta pela primeira vez o "Buzzfeed", a "National Geographic" e os europeus "The Guardian", "BBC", "Spiegel" e "Bild".

Nas próximas semanas, indicou Osofsky, outros veículos de comunicação começarão a utilizar o "Instant Articles".

"O objetivo é ter a ferramenta pronta para que qualquer meio possa utilizá-la. Estamos fazendo isso para que seja incluído facilmente nos fluxos de trabalho e nos sistemas de conteúdo já existentes", indicou o vice-presidente.

O Facebook trabalhou junto com as empresas para desenhar a ferramenta de publicação: as notícias distribuídas pela rede social terão um formato otimizado e serão personalizáveis.

As informações, que serão abertas após um toque, poderão incluir fotos, vídeos, áudios, infográficos e outros elementos, como tweets, vídeos do YouTube ou fotos do Instagram. E poderão ser compartilhadas e comentadas de forma independente.

Osofsky esclareceu que as notícias postadas no Facebook não serão exclusivas, podendo também ser encontradas nos sites dos meios de comunicação em seu aspecto tradicional.

O Facebook defende que a iniciativa oferecerá às empresas uma oportunidade "monetizar seus conteúdos".

São Paulo - Pode ser o sonho profissional de muita gente, mas usar o crachá de funcionário do Facebook também tem suas desvantagens. Como em toda empresa, há sempre os insatisfeitos. E alguns deles fazem um verdadeiro coro de reclamações em sites como o Quora, ou em blogs pessoais. O site Business Insider reuniu uma lista de queixas sobre o dia a dia de trabalho na rede social de Mark Zuckerberg. Separamos 15 delas. Veja nas fotos.
  • 2. “Por 6 semanas do ano, estou 24 horas de plantão, 7 dias por semana”

    2 /14(Thinkstock)

  • Veja também

    O engenheiro Keith Adams conta que, quando está de plantão, precisa ficar à disposição da empresa 24 horas por dia. São 6 semanas por ano e ele não pode sair da cidade e deve responder imediatamente a qualquer solicitação ou problema, a hora que for.
  • 3. "Vi decisões sendo tomadas por estagiários”

    3 /14(Reuters)

  • Philip Su, um engenheiro de software do Facebook, escreveu em seu blog o que ele mais detesta no trabalho para a rede social. É o fato de decisões serem tomadas individualmente (até por um só estagiário) o que o incomoda. Na sua opinião, isso mostra que as pessoas não têm muita ideia de como deveria funcionar uma empresa.
  • 4. “Esqueça a comida e a bebida de graça. O ambiente de trabalho é horrível”

    4 /14(Reuters)

    Salas cheias de gente, pouco espaço individual e nenhuma privacidade não são exatamente os ingredientes de um bom lugar para trabalhar, segundo relatou este profissional.
  • 5. “Não existe separação entre comportamento profissional e vida pessoal”

    5 /14(Matt Harnack / Facebook)

    A cultura do Facebook estimula que os funcionários sejam eles mesmos durante o expediente. Isso, na opinião de um funcionário que não quis se identificar, resulta em pouco profissionalismo na companhia.
  • 6. “Grande parte dos gestores não sabe ou não se concentra na construção de uma equipe”

    6 /14(Dado Ruvic/Files/Reuters)

    Um ex-funcionário do Facebook, que também não se identificou, criticou o foco em vitórias pessoais e contribuições individuais no lugar da valorização dos resultados alcançados no trabalho em equipe. De acordo com ele, esse tipo de atitude permeia também os níveis de gestão da empresa.
  • 7. “A infraestrutura não é verdadeiramente funcional”

    7 /14(Gabriel Bouys/AFP)

    O rápido crescimento da empresa explica a reclamação deste funcionário. Trabalhar com equipes de 4 mil pessoas é bem mais difícil do que com grupos de 500 pessoas. De acordo com ele, não há ênfase em organização ou estabilidade.
  • 8. “Saber que você é parte de uma grande empresa que quer agir como uma startup”

    8 /14(Stephen Lam / Getty Images)

    Um ex-funcionário reclama da crise de identidade da empresa. Segundo ele, o Facebook é um gigante da tecnologia que ainda quer se comportar como uma startup.
  • 9. “Não reclame do Facebook para mim, só porque eu trabalho lá”

    9 /14(Josh Edelson/AFP)

    A mulher de um funcionário da empresa é a porta-voz da reclamação. Ela conta que seu marido é constantemente bombardeado com críticas de usuários à rede social e com pedidos de ajuda para configuração de perfis pessoais. Nem ela escapa da insistência de algumas pessoas, disse.
  • 10. "Pediam-me para executar tarefas totalmente inadequadas”

    10 /14(Stock.xchng)

    Um ex-funcionário que optou por permanecer anônimo relatou que teve até de separar as roupas sujas de um diretor da empresa para levar à lavanderia.
  • 11. “As instruções não eram claras e tudo se transformava em um jogo de adivinhação”

    11 /14(SXC)

    A ausência de diretrizes e de feedbacks, segundo um ex-funcionário, pavimentava o caminho para o seu fracasso.
  • 12. “Saber que você trabalha em uma empresa de capital aberto superestimada”

    12 /14(©AFP / Emmanuel Dunand)

    Os funcionários viram o valor das ações cair e se sentem sem alternativas, revelou um usuário anônimo no site Quora.
  • 13. “Foi provavelmente a minha pior experiência profissional até agora”

    13 /14(Reprodução)

    A falta de diretrizes e suporte transformou em pesadelo a experiência como funcionário temporário no Facebook, revela um ex-colaborador. Ele ainda contou que se reportava a dois gestores que considerou os piores líderes com quem já trabalhou.
  • 14. Conheça agora algumas perguntas feitas em entrevistas de emprego no Facebook

    14 /14(Getty Images)

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