Agência antitruste europeia investiga editoras de e-books
Entre as empresas envolvidas no comércio de livros eletrônicos estão a alemã Bertelsmann , as britânicas Pearson e Bloomsbury Publishing e a francesa Hachette Livre
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2011 às 15h37.
Bruxelas/Londres - As autoridades antitruste da União Europeia, que estão investigando editoras de livros eletrônicos, realizaram buscas nas sedes de diversas empresas, por suspeita de manipulação de preços, e se uniram a outras organizações regulatórias que estão investigando acordos entre editoras e o varejo do setor.
A Comissão Europeia anunciou na quarta-feira a realização de buscas em empresas de diversos países membros, mas não identificou as companhias ou países envolvidos na operação da terça-feira.
"A Comissão tem motivo para acreditar que as empresas envolvidas podem ter violado as regras antitruste da União Europeia que proíbem cartéis e outras práticas restritivas de negócios," dizia o comunicado da organização.
O Escritório de Comércio Legal (OFT) do Reino Unido, em resposta a queixas, iniciou em janeiro um inquérito sobre os arranjos para vendas de livros eletrônicos entre certas editoras e certos grupos de varejo, para determinar se violavam as regras de competição.
"Estamos trabalhando em estreito contato com o OFT e cientes de suas investigações," disse Amelia Torres, porta-voz da Comissão Europeia.
Entre as empresas envolvidas no comércio de livros eletrônicos estão a alemã Bertelsmann , as britânicas Pearson e Bloomsbury Publishing, e a francesa Hachette Livre, subsidiária da Lagardère.
A divisão Penguin, da Pearson, e a Harper Collins, editora da News Corp, estão sob investigação pelo OFT mas disseram não ter sofrido buscas pelas autoridades da União Europeia.
A maior editora do mundo, a Random House, e as demais subsidiárias da Bertelsmann também não foram abordadas pela Comissão, de acordo com Andreas Grafemeyer, porta-voz da empresa.
A editora Bloomsbury não quis comentar de imediato.
Aparelhos como o Kindle, da Amazon.com, o iPad, da Apple, e os leitores eletrônicos da Sony criaram um mercado rapidamente crescente para os livros eletrônicos, que em geral são vendidos por preço inferior ao das edições impressas.
Nos Estados Unidos, a secretaria de Justiça de Connecticut iniciou em outubro investigações sobre o acordo entre Amazon e Apple com editoras para oferecer livros eletrônicos a baixo custo, alegando que isso poderia impedir rivais de oferecer preços atraentes.