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Adolescentes no Facebook: refúgio ou vitrine?

Estudos associam a rede social com a falta de empatia, o narcisismo e a depressão na adolescência

A pesquisa deixa uma questão: o Facebook provoca transtornos psicológicos, ou é mais popular entre os adolescentes que já sofrem com eles? (Chris Jackson/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2011 às 13h26.

Washington - Milhares de adolescentes respondem todos os dias a pergunta "O que você está pensando agora?" no Facebook, uma rede social que é tanto um refúgio para tímidos como uma vitrine para narcisistas, além de uma dor de cabeça para pais alarmados pelos estudos que relacionam a plataforma com o fracasso escolar e a depressão.

O último a advertir sobre os efeitos negativos do Facebook nos mais jovens foi Larry Rosen, um pesquisador da Universidade da Califórnia especializado em redes sociais que tenta explicar como se comporta a geração digital e suas predecessoras: aquelas que conheceram o mundo sem internet e telefone celular.

"Não há uma fórmula mágica. Os pais devem falar com seus filhos sobre o que fazem na Internet, mas sem criticar", afirmou Rosen à Agência Efe.

Desde que o Facebook se popularizou, e como tinha ocorrido antes com videogames e mensagens de texto, surgiu o temor que o vício pela rede social afetasse o rendimento escolar dos jovens.

Rosen não só o confirma, mas acrescenta novos medos: um de seus estudos associa a plataforma com a falta de empatia, o narcisismo e a depressão na adolescência.

No entanto, o tipo de pesquisa - baseada em questionários respondidos por mil adolescentes - não permite identificar a ordem dos fatores: o Facebook provoca certos transtornos psicológicos, ou é mais popular entre os adolescentes que já sofrem com eles?

Ferran Masip, psicólogo clínico da Universidade de Columbia, descarta que o Facebook, por sua natureza, possa "causar algo", mas considera que pode potencializar uma predisposição.

É o caso daqueles que têm traços narcisistas, que encontram na plataforma uma "grande ferramenta" para alimentar este transtorno de personalidade.

"O narcisista tem uma auto-estima muito baixa e precisa alimentá-la. E o Facebook se baseia exatamente nisso: o perfil é sua apresentação ao mundo, sua vitrine", disse Masip à Efe.

Os alarmes também soam ao redor da relação da rede social com a depressão, um vínculo que o psicólogo rejeita. Mais evidente parece ser o papel no comportamento dos adolescentes tímidos ou com poucas habilidades sociais, que, segundo Rosen, veem no Facebook o refúgio ideal para manter relações sociais sem o risco nem a exposição inerentes da vida real.

Para o pesquisador, este refúgio é um laboratório social onde muitos jovens aprendem a socializar. Para Masip, o refúgio esconde um perigo: se os adolescentes se fecham nesse espaço de segurança, não exercitarão as poucas habilidades comunicativas que possuem.

O estudo de Rosen, que detectou maior falta de concentração entre os adolescentes que usam Facebook com assiduidade, ressuscitou uma preocupação que sempre pairou sobre a rede social: ela favorece o fracasso escolar?

"Os jovens fazem suas tarefas no computador e têm tantas janelas abertas que é muito difícil manter a concentração", declarou Homa Tavangar, autora do livro "Growing Up Global", com o qual percorre as escolas dos Estados Unidos para mostrar a pais, professores e alunos como construir comunidades conectadas de maneira global.

"Nem a globalização nem o Facebook são negativos. É nossa atitude em relação a esta nova realidade de contínua conexão que pode ser", considerou Homa.

"Meu conselho é que não lutem contra o Facebook, porque já é parte da vida de seus filhos. O que devem fazer é aprender ao máximo sobre as redes sociais e compartilhar também essa esfera da vida com eles", continuou a autora, que é "amiga" de suas três filhas na rede social.

"É nosso dever como pais saber o que fazem também na esfera digital, e também ensinar alternativas de uso positivas, que vão além de compartilhar fotografias da festa do final de semana", concluiu.

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Desde que o Facebook se popularizou, e como tinha ocorrido antes com videogames e mensagens de texto, surgiu o temor que o vício pela rede social afetasse o rendimento escolar dos jovens.

Rosen não só o confirma, mas acrescenta novos medos: um de seus estudos associa a plataforma com a falta de empatia, o narcisismo e a depressão na adolescência.

No entanto, o tipo de pesquisa - baseada em questionários respondidos por mil adolescentes - não permite identificar a ordem dos fatores: o Facebook provoca certos transtornos psicológicos, ou é mais popular entre os adolescentes que já sofrem com eles?

Ferran Masip, psicólogo clínico da Universidade de Columbia, descarta que o Facebook, por sua natureza, possa "causar algo", mas considera que pode potencializar uma predisposição.

É o caso daqueles que têm traços narcisistas, que encontram na plataforma uma "grande ferramenta" para alimentar este transtorno de personalidade.

"O narcisista tem uma auto-estima muito baixa e precisa alimentá-la. E o Facebook se baseia exatamente nisso: o perfil é sua apresentação ao mundo, sua vitrine", disse Masip à Efe.

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Para o pesquisador, este refúgio é um laboratório social onde muitos jovens aprendem a socializar. Para Masip, o refúgio esconde um perigo: se os adolescentes se fecham nesse espaço de segurança, não exercitarão as poucas habilidades comunicativas que possuem.

O estudo de Rosen, que detectou maior falta de concentração entre os adolescentes que usam Facebook com assiduidade, ressuscitou uma preocupação que sempre pairou sobre a rede social: ela favorece o fracasso escolar?

"Os jovens fazem suas tarefas no computador e têm tantas janelas abertas que é muito difícil manter a concentração", declarou Homa Tavangar, autora do livro "Growing Up Global", com o qual percorre as escolas dos Estados Unidos para mostrar a pais, professores e alunos como construir comunidades conectadas de maneira global.

"Nem a globalização nem o Facebook são negativos. É nossa atitude em relação a esta nova realidade de contínua conexão que pode ser", considerou Homa.

"Meu conselho é que não lutem contra o Facebook, porque já é parte da vida de seus filhos. O que devem fazer é aprender ao máximo sobre as redes sociais e compartilhar também essa esfera da vida com eles", continuou a autora, que é "amiga" de suas três filhas na rede social.

"É nosso dever como pais saber o que fazem também na esfera digital, e também ensinar alternativas de uso positivas, que vão além de compartilhar fotografias da festa do final de semana", concluiu.

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