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A Uber vai deixar a pandemia no passado? Resultado financeiro pode trazer respostas

Balanço trimestral pode trazer dimensão da pandemia para a empresa, além de explicações sobre o fim da divisão de carros autônomos

Uber: resultado desta quarta é o primeiro após empresa ter abandonado o desenvolvimento de carros autônomos (Aaron Josefczyk/Reuters)
TL

Thiago Lavado

Publicado em 10 de fevereiro de 2021 às 06h00.

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O impacto da pandemia na Uber ganha um novo capítulo nesta quarta-feira, 10. A empresa divulga o resultado do último trimestre do ano passado, dando uma perspectiva de como foi 2020.

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Nos primeiros resultados após a instauração de práticas de distanciamento social, a Uber registrou quedas significativas no seu negócio de caronas — ainda que tenha ganhado terreno no mercado de delivery e entrega de comida.

No consolidado dos primeiros nove meses de 2020, o Uber Eats dobrou de tamanho e atingiu receita de quase 3,5 bilhões de dólares. Já o serviço de transporte de passageiros obteve uma queda de quase 40% e fechou o período com faturamento de 4,6 bilhões de dólares. No último resultado a queda foi de 20% ante o ano anterior.

Por esse motivo, a empresa está investindo em aquisições para o mercado de entregas. Além da incorporação da Cornershop, no início do mês a Uber anunciou a aquisição da Drizly, uma startup americana que faz entregas de bebidas alcóolicas.

Analistas apontam que a abertura econômica e a retomada das atividades em diversos países pode sinalizar uma melhoria para os negócios da Uber. A empresa anunciou no último resultado que as perdas deveriam ser mais amenas no balanço de hoje e manteve o objetivo de alcançar a lucratividade até o final deste ano.

A empresa de DaraKhosrowshahi pode dar ainda um parecer sobre o futuro dos carros. No final do ano passado, a Uber abandonou o projeto de desenvolver um carro autônomo dentro de casa, uma das mais ambiciosas apostas do mercado de tecnologia.

A empresa anunciou na ocasião a venda de toda sua unidade de pesquisa e desenvolvimento da tecnologia à rival Aurora, uma startup de veículos autônomos financiada por gigantes como Amazon e Sequoia. A Uber vai ter uma fatia minoritária na startup. No ano passado, um consórcio entre a montadora Toyota e o conglomerado SoftBank aportou 1 bilhão de dólares na Uber para aprimorar a divisão de carros autônomos da empresa. As empresas farão parte da entrada da Uber na Aurora, que agora passa a valer 10 bilhões de dólares.

A Uber foi uma das primeiras a sonhar com a possibilidade de que carros autônomos pudessem ser uma alternativa viável para a operação da empresa, queinvestiu bilhões em pesquisa e desenvolvimento da tecnologia, entrou em disputas com o Google por causa de acusações de roubo de propriedade intelectual, e até mencionou os carros autônomos em seu prospecto de IPO, no ano passado, como uma tecnologia que poderia coexistir junto com os motoristas parceiros.

Apesar disso, a divisão foi marcada por desordem interna, disputas e por um acidente que resultou na morte de uma pedestre em Tempe, no Arizona, por um dos carros da empresa.

Esperava-se no mercado que os carros autônomos dessem um alívio para o apertado caixa do negócio da Uber. Alguma perspectiva de futuro pode ser apresentada hoje.

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