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A base da vida marinha está em declínio — e isto é grave

Pesquisa da NASA mostra que certos tipos de fitoplânctons estão em franco declínio nos oceanos do mundo


	Fitoplânctons: base da cadeia alimentar marinha, eles retiram CO2 da atmosfera e produzem oxigênio para o Planeta
 (Wikimedia Commons)

Fitoplânctons: base da cadeia alimentar marinha, eles retiram CO2 da atmosfera e produzem oxigênio para o Planeta (Wikimedia Commons)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 26 de setembro de 2015 às 07h28.

São Paulo - Uma nova pesquisa da NASA revela que certas comunidades de microrganismos vegetais que formam a base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos - os chamados fitoplânctons - estão em franco declínio nos oceanos do mundo. 

O estudo, publicado esta semana no Global Biogeochemical Cycles, um jornal da União Geofísica Americana, é o primeiro a examinar as tendências na comunidade do fitoplâncton no longo prazo. E os resultados preocupam.

As diatomáceas, o maior tipo de fitoplâncton, caíram mais de 1 por cento ao ano entre 1998 e 2012 em todo o mundo, com perdas significativas nos oceanos Pacífico Norte, Equatorial e Índico.

Por que isso é importante?

Os fitoplânctons são criaturas clorofiladas e fotossintéticas que retiram dióxido de carbono (CO2) da atmosfera para o seu metabolismo e, no processo, liberam oxigênio para o planeta.

As diatomáceas são especialmente eficientes nisto, por serem maiores do que a maioria dos outros tipos de fitoplâncton. Por tabela, o declínio das populações dessas microalgas pode reduzir a quantidade de CO2 que é retirado da atmosfera, enfraquecendo, assim, o papel dos oceanos no controle do aquecimento global.   

No verão, o fitoplâncton floresce nos mares e é ingerido por diminutos animais do zooplâncton, que, por sua vez, se tornam alimento de peixes, lulas e os quais são presas de peixes maiores e cetáceos com dentes.

Os satélites da NASA podem acompanhar blooms de fitoplâncton (veja abaixo), medindo os níveis de clorofila. Mas os satélites não são capazes de distinguir entre diferentes tipos de plâncton. 

Para ter uma ideia melhor da saúde de cada tipo, os cientistas do Goddard Space Flight Center da NASA combinou dados de satélite com modelos oceânicos complexos que simulam o desenvolvimento de diferentes tipos de algas.

Estes modelos são alimentados com dados atuais sobre as correntes oceânicas e os níveis de nutrientes - dados provenientes de bóias e navios de pesquisa.

A nova análise associa o declínio das diatomáceas à redução na oferta de nutrientes, provocada por mudanças na superfície das águas dos oceanos, chamada de camada de mistura, onde os fitoplanctons florescem, e que pode ter de 200 a 300 metros de profundidade.  

Os cientistas ainda não sabem ao certo o motivo dessas mudanças, mas acreditam que elas possam estar relacionadas às alterações climáticas. 

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