30% dos brasileiros dizem já ter feito pagamentos no celular
O uso do celular para pagamentos cresce lentamente no país, mas ainda esbarra em obstáculos, diz um estudo da Ericsson
Maurício Grego
Publicado em 25 de junho de 2013 às 12h03.
São Paulo — O uso pagamentos via celular cresce lentamente no Brasil, mas pode ganhar impulso com a popularização dos smartphones e a possível regulamentação da questão pelo Banco Central. É o que diz a Ericsson , que divulga hoje um estudo sobre m-commerce na América Latina.
Segundo o estudo, 30% dos brasileiros já fizeram algum pagamento via celular. O número parece alto demais para um serviço ainda embrionário. Mas, nessa conta, entram três tipos de operação: o uso do celular como agência bancária móvel, como carteira eletrônica e para acesso a lojas online.
O primeiro tipo, o banco móvel, é o mais popular. É usado por 20% dos brasileiros e desejado por 66% dos que não usam, diz a Ericsson. Um exemplo está nos apps móveis dos bancos, que permitem pagar contas e realizar outras operações num smartphone ou tablet. Serviços bancários via SMS também entram aí.
Compras no dispositivo móvel vêm em segundo lugar em popularidade. Já foram usadas por 15% das pessoas entrevistadas na pesquisa e são desejadas por 42% dos que não usam. Essa modalidade ganha força em países como os Estados Unidos, onde 11% das vendas online já são feitas em dispositivos móveis, segundo a comScore.
O uso do celular como carteira é a modalidade menos difundida no Brasil. 13% das pessoas dizem que usam esse tipo de pagamento e 42% dos que não usam querem tê-lo. Os que usam são clientes de serviços como o pioneiro Oi Paggo, parceria entre a operadora Oi e a empresa de pagamentos Cielo.
“O m-commerce é muito fragmentado no Brasil. Muitas vezes, o pagamento só é possível se a pessoa for cliente de uma operadora e de um banco específicos. Mas essas restrições tendem a desaparecer com o tempo”, diz André Gildin, diretor de estratégias de marketing e desenvolvimento da Ericsson.
A Ericsson vê oportunidade de crescimento em dois segmentos distintos da população. O mais óbvio são as pessoas com maior poder aquisitivo, que possuem smartphones. Por enquanto são cerca de 15% dos brasileiros. Mas o número tende a crescer. “Em cinco anos, mais da metade da população terá smartphone”, diz Gildin.
Mas há outra oportunidade no extremo oposto: o dos que não têm conta bancária, que seriam 44% dos brasileiros. Muitas dessas pessoas possuem celular (segundo o PNAD 2011, do IBGE, 69% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade têm celular, mas é razoável supor que esse percentual já tenha aumentado).
Esses consumidores poderiam ter acesso a serviços financeiros por meio do celular. E as operadoras têm interesse em atendê-los. “No Brasil, a legislação proíbe empresas não financeiras de prestar serviços financeiros. Mas o Banco Central está estudando a questão e poderemos ter nova regulamentação até o fim do ano.”, diz Gildin.
Contra as operadoras, há o fato de que os consumidores brasileiros (e também de outros países da América Latina) confiam menos nelas que nos bancos. No Brasil, 50% das pessoas entrevistadas acham que os serviços de pagamento devem ser oferecidos pelos bancos.
21% preferem as empresas de cartão de crédito e só 14% indicam as operadoras. “É o oposto do que acontece na África, onde fizemos uma pesquisa semelhante. Lá, as pessoas têm grande confiança nas operadoras de celular”, diz Gildin.
No mundo inteiro, o volume pagamentos móveis deve alcançar 235 bilhões de dólares neste ano, o que representa crescimento de 44% em relação a 2012, quando foram movimentados 163 bilhões de dólares, segundo uma estimativa do Gartner Group.
O Gartner calcula que o número de usuários de pagamentos móveis deve chegar a 245 milhões neste ano, contra 201 milhões no ano passado. O volume de transações deve crescer 35% ao ano. Em 2017, esse mercado terá mais de 450 milhões de usuários e vai movimentar 721 bilhões de dólares.
São Paulo — O uso pagamentos via celular cresce lentamente no Brasil, mas pode ganhar impulso com a popularização dos smartphones e a possível regulamentação da questão pelo Banco Central. É o que diz a Ericsson , que divulga hoje um estudo sobre m-commerce na América Latina.
Segundo o estudo, 30% dos brasileiros já fizeram algum pagamento via celular. O número parece alto demais para um serviço ainda embrionário. Mas, nessa conta, entram três tipos de operação: o uso do celular como agência bancária móvel, como carteira eletrônica e para acesso a lojas online.
O primeiro tipo, o banco móvel, é o mais popular. É usado por 20% dos brasileiros e desejado por 66% dos que não usam, diz a Ericsson. Um exemplo está nos apps móveis dos bancos, que permitem pagar contas e realizar outras operações num smartphone ou tablet. Serviços bancários via SMS também entram aí.
Compras no dispositivo móvel vêm em segundo lugar em popularidade. Já foram usadas por 15% das pessoas entrevistadas na pesquisa e são desejadas por 42% dos que não usam. Essa modalidade ganha força em países como os Estados Unidos, onde 11% das vendas online já são feitas em dispositivos móveis, segundo a comScore.
O uso do celular como carteira é a modalidade menos difundida no Brasil. 13% das pessoas dizem que usam esse tipo de pagamento e 42% dos que não usam querem tê-lo. Os que usam são clientes de serviços como o pioneiro Oi Paggo, parceria entre a operadora Oi e a empresa de pagamentos Cielo.
“O m-commerce é muito fragmentado no Brasil. Muitas vezes, o pagamento só é possível se a pessoa for cliente de uma operadora e de um banco específicos. Mas essas restrições tendem a desaparecer com o tempo”, diz André Gildin, diretor de estratégias de marketing e desenvolvimento da Ericsson.
A Ericsson vê oportunidade de crescimento em dois segmentos distintos da população. O mais óbvio são as pessoas com maior poder aquisitivo, que possuem smartphones. Por enquanto são cerca de 15% dos brasileiros. Mas o número tende a crescer. “Em cinco anos, mais da metade da população terá smartphone”, diz Gildin.
Mas há outra oportunidade no extremo oposto: o dos que não têm conta bancária, que seriam 44% dos brasileiros. Muitas dessas pessoas possuem celular (segundo o PNAD 2011, do IBGE, 69% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade têm celular, mas é razoável supor que esse percentual já tenha aumentado).
Esses consumidores poderiam ter acesso a serviços financeiros por meio do celular. E as operadoras têm interesse em atendê-los. “No Brasil, a legislação proíbe empresas não financeiras de prestar serviços financeiros. Mas o Banco Central está estudando a questão e poderemos ter nova regulamentação até o fim do ano.”, diz Gildin.
Contra as operadoras, há o fato de que os consumidores brasileiros (e também de outros países da América Latina) confiam menos nelas que nos bancos. No Brasil, 50% das pessoas entrevistadas acham que os serviços de pagamento devem ser oferecidos pelos bancos.
21% preferem as empresas de cartão de crédito e só 14% indicam as operadoras. “É o oposto do que acontece na África, onde fizemos uma pesquisa semelhante. Lá, as pessoas têm grande confiança nas operadoras de celular”, diz Gildin.
No mundo inteiro, o volume pagamentos móveis deve alcançar 235 bilhões de dólares neste ano, o que representa crescimento de 44% em relação a 2012, quando foram movimentados 163 bilhões de dólares, segundo uma estimativa do Gartner Group.
O Gartner calcula que o número de usuários de pagamentos móveis deve chegar a 245 milhões neste ano, contra 201 milhões no ano passado. O volume de transações deve crescer 35% ao ano. Em 2017, esse mercado terá mais de 450 milhões de usuários e vai movimentar 721 bilhões de dólares.