Tecnologia

3 países latinos terão 1/3 do nível recomendado para 4G

Apenas três países da região terão desenvolvido em 2015 entre 30% e 40% dos 1.300 MHz de espectro para a cobertura 4G, disse diretor da 4G Américas


	4G: para Bob Calaff, carência de desenvolvimento será um dos principais empecilhos que a região viverá para poder implementar esta tecnologia 
 (Bloomberg)

4G: para Bob Calaff, carência de desenvolvimento será um dos principais empecilhos que a região viverá para poder implementar esta tecnologia  (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 14h57.

Rio de Janeiro - Apenas três países da América Latina terão desenvolvido em 2015 entre 30% e 40% dos 1.300 MHz de espectro para a cobertura 4G, o nível recomendado pelos especialistas para uma ótima implementação deste tipo de tecnologia, disse nesta terça-feira Bob Calaff, diretor da 4G Américas para a região.

Calaff se expressou assim durante a conferência inaugural do ciclo de conferências LTE Latin América 2014 iniciado hoje no Rio de Janeiro e se baseou em dados de um relatório emitido pela associação.

De acordo com o relatório da 4G Américas, os países que mais desenvolveram esta tecnologia são Brasil, Chile e Colômbia, e os cinco que seguem são Costa Rica, Nicarágua, Peru, Porto Rico e Uruguai.

Segundo acrescentou Calaff perante um público composto em sua maioria por executivos de operadoras de telecomunicações da região, outros seis países terão desenvolvido entre 20% e 30% desse nível recomendado e o resto dos 18 países analisados apenas entre 10% e 20%.

Esta carência de desenvolvimento, alegou Calaff, será um dos principais empecilhos que a região viverá para poder implementar esta tecnologia de comunicação que permitirá superar o 3G, a utilizada até agora.

Além disso, o diretor assinalou que ocorrerá um aumento notável da demanda devido ao aumento do uso de smartphones até 2019, por isso que, na sua opinião, as companhias de telefonia afrontarão "um desafio de (tráfego de) dados" que "devem ser resolvidos" para satisfazer as necessidades do mercado.

Neste sentido, Calaff previu que em dezembro de 2014 haverá "6 milhões de usuários de LTE (a tecnologia conhecida como 4G)" na América Latina, um número que multiplicará para chegar aos 82 milhões em dezembro de 2018.

Por tudo isso, o diretor concluiu que a região deve "multiplicar o suporte e a capacidade (para a tecnologia LTE) por mil".

Após seu discurso e em um debate com porta-vozes de diferentes companhias de telefonia, o Chefe de Tecnologia da Nextel Brasil, Nestor Bergero, disse que chegar à LTE "é um caminho natural", por isso que, segundo sua opinião, "seus serviços devem ser promovidos".


Já o presidente da ON Telecom Brasil, Farés Nassar, disse que a LTE "não é um fim, mas um meio em si mesmo" para conseguir melhorar as comunicações no Brasil.

Na opinião de Nassar, esta tecnologia é "extremamente adequada para levar a banda larga" pelo país e destacou que "após um ano de aplicação, estará superando as expectativas".

O Chefe de Tecnologia e Inovação da Telecom Personal Argentina, Martín Piñeiro, comentou que nesse país o desenvolvimento da tecnologia "está demorando por não haver leilões de espectro" por isso que, segundo assinalou, as operadoras não estão em condições de oferecer LTE a curto prazo.

A julgamento do Chefe de Wireless na América do Sul da Alcatel Lucent, Esteban Diazgranados, o 4G chegou à América Latina "mais tarde que no resto do mundo", por isso que "o impacto é pequeno" e destacou que esta tecnologia foi impulsionada a princípio pelas "operadoras alternativas".

Além disso, Diazgranados disse que a implantação da telefonia 4G tem uma dificuldade importante porque os terminais necessários "ainda têm custos elevados".

O ciclo de conversas foi fechado pelo Diretor de Planejamento e Tecnologia da Telefonica/VIVO, Átila Araújo Branco, que assinalou que muitos de seus clientes "já passaram à LTE", por isso que sua empresa começa a perceber que é "uma forma de libertar o 3G".

Branco destacou que ainda está recebendo "a primeira onda", mas o aumento de clientes foi de 70%, o que os deixaram "boquiabertos porque seu número triplica cada ano".

"Isto provoca uma série de saturações que fazem com que (os operadores) tenhamos que correr atrás", concluiu.

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