12 perguntas e respostas sobre os celulares 4G
A Anatel deu a largada para a implantação da telefonia celular 4G no Brasil. Veja o que esperar dessa nova fase da internet móvel no país
Maurício Grego
Publicado em 12 de junho de 2012 às 16h23.
São Paulo — A Anatel realizou, nesta terça-feira, o esperado leilão de frequências para a implantação da telefonia 4G no Brasil. Com ele, está dada a largada para que os telefones celulares, tablets e demais equipamentos móveis entrem numa nova fase no país. O acesso veloz à internet em qualquer lugar deve levar ao aparecimento de uma variedade de novos serviços. Veja doze perguntas e respostas sobre a telefonia 4G.
1 — Que benefícios o 4G traz para o consumidor?
O benefício principal do 4G é o acesso à internet mais rápido. Essa tecnologia deve permitir, por exemplo, assistir a vídeos de alta qualidade, em serviços como YouTube e Netflix, via internet móvel. Também deve melhorar muito o funcionamento de serviços de bate-papo com vídeo, como o Skype.
2 — Na prática, como o 4G se compara ao 3G?
Embora, na teoria, possam chegar a 14,4 megabits por segundo (Mbps), conexões 3G raramente vão além de 2 Mbps. Já a internet via 4G costuma chegar perto de 20 Mbps nos países onde já está disponível. Ou seja, o 4G é cerca de dez vezes mais veloz que o 3G.
3 — Quando o 4G vai estar disponível no Brasil?
As operadoras devem ativar as redes 4G em várias etapas, seguindo um cronograma elaborado pela Anatel. Veja algumas datas:
- Abril de 2013 – Redes 4G devem começar a funcionar em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador
- Dezembro de 2013 – É a vez de Cuiabá, Curitiba, Manaus, Natal, Porto Alegre e São Paulo.
- Maio de 2014 – Todas as capitais e outras cidades com mais de 500 mil habitantes devem ter 4G.
- Dezembro de 2015 – O 4G deve chegar aos municípios com mais de 200 mil habitantes.
- Dezembro de 2016 – É a vez das cidades com mais de 100 mil habitantes.
- Dezembro de 2017 – Localidades com mais de 30 mil habitantes deverão ter pelo menos uma operadora com 4G.
4 — Isso significa que, em 2013, todos os bairros de Brasília, por exemplo, terão 4G?
Não. No início, as conexões de quarta geração poderão estar disponíveis apenas nos bairros mais centrais. Com o tempo, a cobertura será estendida a mais lugares.
5 — Todos os celulares são compatíveis com redes 4G?
Não. No momento só alguns modelos de smartphones – como o Galaxy S III , da Samsung, e o Lumia 900, da Nokia – estão disponíveis em versões compatíveis com 4G. Essas versões 4G ainda não estão à venda no Brasil. Mas devem chegar quando as operadoras ativarem suas redes de quarta geração.
6 — Um celular 4G comprado no exterior vai funcionar no Brasil?
Não necessariamente. A telefonia 4G usa faixas de frequência de rádio que não são iguais em todos os países. Assim, é possível que um celular ou tablet 4G comprado em outro país não funcione em 4G no Brasil. O novo iPad , da Apple, por exemplo, não é compatível com a faixa de frequências adotada no Brasil.
7 — Meu celular ou tablet 4G terá acesso à internet via 3G?
Sim. Todos os celulares 4G são compatíveis também com redes 3G e 2G.
8 — Todos os serviços anunciados como 4G são mesmo 4G?
Há discussões sobre isso. Um definição oficial da União Internacional de Telecomunicações (ITU) diz que uma linha 4G deve oferecer acesso à internet a 100 Mbps em deslocamento rápido (num carro ou trem) e 1 (Gbps) imóvel. Mas os serviços atuais chamados de 4G pelas operadoras trabalham em velocidades menores que essas. A ITU já admite chamá-los de “4G”, considerando-os como serviços de transição para futuras redes mais velozes.
9 — Os planos de telefonia 4G serão mais caros que os 3G?
No início, sim. Com o tempo, porém, planos que incluem 4G tendem a se tornar a opção padrão das operadoras, com preços que não se diferenciam muito dos do 3G.
10 — Por que a Anatel teve de fazer um leilão para implantar o 4G?
Para montar uma rede 4G, a operadora precisa ter uma faixa de frequências de rádio reservada para isso. Como as frequências disponíveis são limitadas, a disputa para usá-las é muito acirrada. O espectro de radiofrequências é uma espécie de patrimônio público do país. Assim, faz sentido que as operadoras paguem para usá-lo. O leilão é uma maneira prática de receber esse pagamento e decidir qual operadora tem direito a usar qual frequência.
11 — LTE e 4G são a mesma coisa?
Não. Long Term Evolution ou LTE é uma das tecnologias usadas na implantação de redes de quarta geração. É a que está sendo adotada no Brasil. Em alguns países, existem redes 4G baseadas em outras tecnologias, como WiMAX.
12 — Existem redes 5G?
Há estudos sobre como poderá ser uma rede de comunicações móveis ainda mais avançada que a 4G. Mas o nome 5G é usado apenas informalmente. Não há nenhum padrão de telefonia oficialmente chamado de 5G. Desde que os primeiros celulares surgiram, em 1981, tem aparecido uma nova geração a cada década (2G em 1992, 3G em 2001 e 4G em 2011). Assim, a próxima geração só deve começar a se materializar depois de 2020.