10 tendências para 2014 em tecnologia
Um estudo da Ericsson aponta as tendências que devem marcar o consumo de tecnologia em 2014. Veja quais são
Maurício Grego
Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h22.
São Paulo -- A companhia de telefonia Ericsson fez um estudo que aponta dez tendências quentes em tecnologia pessoal para 2014. A empresa entrevistou pessoas com acesso à internet, das classes A e B, em São Paulo, Pequim, Nova York, Londres, Tóquio e outras cidades. Veja, a seguir, as dez tendências identificadas por ela.
A Ericsson acredita que o uso de aplicativos para obter informações e ter acesso a serviços vai transformar a vida nas grandes cidades até 2016. “Numa cidade como São Paulo, que tem trânsito complicado, os apps já ajudam a ganhar tempo ao fazer compras ou encontrar um restaurante, por exemplo”, disse a EXAME.com Júlia Casagrande, especialista do Ericsson ConsumerLab. “As pessoas têm a expectativa de que, em três anos, poderão usá-los também para se conectar com autoridades”, afirma.
Os estudos da Ericsson apontam que 52% das pessoas preferem usar impressões digitais, em vez de senhas, para liberar o acesso a serviços na internet. No entanto, ainda há barreiras tecnológicas a superar para que a identificação biométrica se popularize. “Há grande interesse do consumidor na identificação biométrica. As pessoas acham incômodo memorizar dezenas de senhas. Isso vai estimular os fabricantes a desenvolver novas soluções. Há a possibilidade de usar a câmera do smartphone para reconhecimento da íris, por exemplo”, diz Júlia Casagrande.
Entre o público pesquisado pela Ericsson, 40% das pessoas querem registrar suas atividades diárias por meio de sensores, dispositivos vestíveis e aplicativos móveis. Em São Paulo, 77% dos entrevistados usariam uma pulseira para registrar atividades físicas, como a Nike FuelBand. A prática de monitorar as próprias atividades, que vem sendo chamada de quantificação do ego, vai se tornar cada vez mais comum. “Das dez tendências que identificamos nesse estudo, essa é a que mais nos surpreendeu. Não esperávamos que tanta gente estivesse interessada nisso”, diz Júlia Casagrande.
O estudo da Ericsson mostra que a experiência do usuário na internet móvel ainda está muito abaixo da experiência que ele tem com serviços de voz. Isso acontece tanto em países mais desenvolvidos como naqueles onde a infraestrutura de telecomunicações ainda está imatura. Consumidores se dizem insatisfeitos com o acesso móvel em meios de transporte, como o metrô; em lugares fechados, como escolas; e ao ar livre, em ruas e praças. Eles demonstram grande interesse em ter boa conexão nesses lugares. Há, aí, uma oportunidade para as empresas de telefonia explorarem em 2014.
A Ericsson observa que o smartphone é o dispositivo mais usado para acesso à internet em países como Índia e Indonésia. Já em mercados mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Reino Unido e Japão, o acesso é feito predominantemente via laptop. Em 2014, o smartphone deve ser a principal ferramenta de inclusão digital em mais países. “É um fenômeno típico de países que estão emergindo e ainda não têm a rede de telecomunicações bem estruturada”, diz Júlia Casagrande.
Na pesquisa feita pela Ericsson, 93% dos entrevistados disseram que estão dispostos a adotar práticas que reduzam os riscos de segurança e privacidade na internet. Mas só 4% disseram que usariam menos a internet para reduzir esses riscos. Os números mostram que as pessoas estão ficando mais conscientes dos riscos na internet e tendem a ser mais cautelosas. Também mostram que, na percepção do consumidor, os benefícios da internet superam de longe os riscos.
38% das pessoas veem vídeos recomendados pelos amigos várias vezes por semana. E 22% recomendam vídeos aos amigos várias vezes por semana, diz a Ericsson. Júlia Casagrande observa que, ao seguir as recomendações, o consumidor poupa o tempo que gastaria procurando algum vídeo para ver. Além disso, ele tem a sensação de estar próximo dos amigos e interagindo com eles. “É mais um indicador da força das mídias sociais”, resume ela.
48% das pessoas usam apps para monitorar o uso do plano de dados da operadora de celular, aponta a Ericsson. Além disso, 37% usam regularmente aplicativos que medem a velocidade da conexão celular. São percentuais altos e um tanto surpreendentes. “As pessoas não confiam cegamente na operadora. Querem fiscalizá-la e ter controle sobre sua conta telefônica. Querem ter certeza de que não estão pagando mais do que deveriam”, diz Júlia Casagrande.
O exemplo de Santander, cidade espanhola que já tem 12 mil sensores em lugares públicos, vai se espalhar em 2014. 60% das pessoas entrevistadas pela Ericsson acreditam que os sensores estarão em muitos lugares até 2016. Dois terços acham que, em três anos, edifícios terão portas e catracas capazes de reconhecer pessoas e liberar a passagem automaticamente. E 56% preveem que, até 2016, sensores nos carros vão ajudar a evitar acidentes. As pessoas também veem ameaças à privacidade. 28% dizem, por exemplo, que sistemas que detectam a entrada do consumidor numa loja e enviam ofertas ao smartphone dele são má ideia.
A pesquisa da Ericsson aponta um contínuo avanço de serviços que oferecem música e filmes sob demanda, como Netflix, YouTube, Rdio e Deezer. Isso muda hábitos ao permitir que alguém comece a ver um vídeo num lugar e continue em outro. No Brasil 16% dos entrevistados dizem que, com frequência, começam a ver um filme em casa e continuam em outro lugar. E 18% fazem o contrário. A Ericsson diz, ainda, que 19% do tempo de exibição de vídeos e programas de TV acontecem em smartphones e tablets. É um percentual que tende a crescer em 2014.