10 inovações importantes que saíram do MIT
No mês dos 150 anos do tradicional Massachusetts Institute of Technology, veja algumas das mais valiosas inovações que nasceram no instituto
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2011 às 13h15.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h34.
Mais do que imagens bonitas, brilhantes e coloridas, os hologramas são os pioneiros da tecnologia 3D. Presente em cartões de crédito, selos de garantia e carteiras de identificação de vários tipos para evitar falsificações, essa tecnologia pode ser usada também na área da saúde e do entretenimento. Em 2007, o MIT criou o Mark III, um sistema de vídeo holográfico mais barato, tão nítido quanto as imagens da TV analógica e que funciona em computadores e consoles de game. Esse aparelho de vídeo holográfico também pode ser útil para a visualização de ressonâncias magnéticas, informou uma reportagem da publicação Technology Review. Nada mal para o instituto onde estudou Stephen A. Benton, o criador do Rainbow Hologram, desenhado para ser visto sob a luz branca comum.
Se não fosse pelo MIT, talvez o astronauta Neil Armstrong não teria dito a frase lendária “este é um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”, em 20 de julho de 1969, quando o homem pisou, pela primeira vez, na Lua. O instituto de tecnologia ajudou a NASA a resolver problemas de navegação para atingir o objetivo lançado pelo presidente John F. Kennedy de levar um homem à Lua e trazê-lo de volta em segurança. O trabalho do MIT foi criar o Guidance, Navigation, and Control (GNC) Flight System, um simulador usado para guiar, navegar e fazer o controle nas várias fases da viagem até o satélite. Testado e modificado várias vezes, o sistema foi usado em oito missões na órbita terrestre e nove na lua. O GNC foi usado para testar o hardware e o software de todas as missões Apollo.
Uma encomenda da marinha dos Estados Unidos, durante a segunda guerra mundial, mudou a história da tecnologia. Naquela época, as Forças Armadas americanas precisavam de ajuda para criar um simulador de voo universal que usasse um sistema computacional eletromagnético analógico. A equipe do MIT responsável pelo chamado projeto Whirlwind, liderada por Jay Forrester, foi bem-sucedida na execução do trabalho: construiu um computador analógico para a função. No entanto, o cientista não ficou satisfeito, já que o sistema era impreciso e inflexível. Foi depois de verem o projeto do primeiro computador eletrônico de uso genérico (ENIAC, Electronic Numerical Integrator And Computer) feito na University of Pennsylvania, em 1945, que a equipe do MIT mudou o foco para criar o primeiro computador digital capaz de operar em tempo real. Depois do sucesso do projeto, foi criado o Lincoln Laboratory para transformar o Whirlwind no SAGE (Semi-Automatic Ground Environment), um computador que rastreia e intercepta ataques aéreos inimigos.
Hoje ultrapassado pelas tecnologias digitais, o Technicolor já teve valor imenso para o cinema. O “tech” do nome foi inspirado no nome da instituição de onde saiu. Inaugurada em 1915, por Herbert Kalmus, Frost Daniel Comstock, alunos do MIT, e Burton W. Wescott, Technicolor é uma marca que engloba uma série de processos de filmagem das cores, muito usada em musicais e filmes de animação. Uma das formas criadas por eles é a câmera que filmava em três cores, na qual, em vez de um rolo de filme, a luz passava por filtros coloridos e, ao juntar as imagens, resultava na impressão da cor. Produções como O Mágico de Oz, A Branca de Neve e os Sete Anões e o clássico Fantasia, da Disney, foram feitos com essa técnica.
Vítimas de queimaduras graves tiveram um pouco mais de esperança de sobreviver quando, na década de 70, o professor de Ciência de Materiais do MIT Ioannis Yannas desenvolveu uma membrana que permitia a cicatrização da pele queimada, apesar de ainda exigir transplante futuro. Até aquela época, as chances de sobrevivência de uma pessoa que tinha de 60% a 90% do corpo queimado eram mínimas, devido à perda de líquidos ou por infecções bacterianas. Foi pela iniciativa de Yannas, inspirado pelo médico e professor John Burke, da Harvard Medical School, que a cura ficou mais próxima. Yannas criou uma membrana que combinava o colágeno – uma proteína da pele, ossos e tendões – e hidrocarbonetos chamados mucopolissacarídeos, que, diferentemente de outros materiais, não era rejeitado pelo corpo. Já em 1982, os dois professores criaram um material ainda mais avançado, que não exigia o transplante após sua aplicação.
Mesmo depois de perder um braço, o cérebro de uma pessoa não “esquece” como movimentar o membro. Essa habilidade permitiu a criação do primeiro braço mecânico “inteligente” do mundo, cujos movimentos eram comandados pelos sinais elétricos cerebrais. A invenção foi lançada em 1968, fruto de uma parceria entre o professor de engenharia mecânica do MIT Robert Mann e o cirurgião ortopédico Melvin Glimcher. Depois de uma pesquisa intensa para criar uma prótese viável, o chamado Braço de Boston serviu de base para a criação do Braço de Utah, outro mecanismo feito pelo estudante de doutorado Stephen Jacobsen, orientado por Mann.
Quando o DNA e o RNA ainda eram um campo misterioso e inexplorado pela ciência, uma equipe de cientistas do MIT conseguiu definir, em 1973, como é a estrutura do tRNA, também chamado de RNA ribossomal ou RNA transportador. A descoberta é atribuída ao time do professor Alexander Rich, que conseguiu produzir cristais de alta resolução do composto orgânico que poderiam ser estudados por difração de raios X. Isso ajudou os cientistas a determinar com clareza a forma da molécula e os padrões de dobradura. Com a descoberta, o MIT surpreendeu o mundo, ao mostrar que o RNA poderia tomar uma forma semelhante à do DNA.
Para conseguir melhorar a previsão de chuvas de granizo, o MIT recorreu não apenas à tecnologia, mas também à ajuda da população. Entre 1960 e 1963, o professor Spiros Geotis convidou, pela TV, todos os cidadãos da cidade de Boston a contribuírem com informações e detalhes sobre as chuvas de granizo que presenciassem. Ele queria saber o endereço, a data, a hora e até o tamanho da pedra de gelo que tivesse caído do céu. Depois de receber muitas respostas, Geotis comparou os dados obtidos dos telespectadores com os retirados do radar meteorológico do MIT. O fruto dessa parceria foi uma previsão mais completa, onde foi possível estimar a localização das tempestades de granizo, a quantidade, o tamanho e, claro, quando o fenômeno poderia ocorrer.
Na década de 30, o MIT não só criou o eletroímã mais poderoso do mundo na época, como também construiu o aparelho que serve de base para o desenvolvimento de ímãs fortes. Criado pelo professor Francis Bitter, o eletroímã tinha um sistema que de placas condutoras com furos, para permitir que a água resfriasse o dispositivo, evitando que o calor gerado na criação do campo magnético atrapalhasse a manutenção do mesmo. A contribuição do poderoso eletroímã de Bitter não se restringiu ao campo da física e engenharia elétrica. Durante a Segunda Guerra Mundial, a invenção foi usada para desativar minas submarinas ativadas magneticamente pelos alemães.
A origem de um câncer já foi considerada uma questão muito nebulosa na medicina, mas o professor Allan Robert Weinberg, do MIT, foi um dos cientistas mais importantes na busca de uma resposta para a causa desta doença. Ele foi o responsável pela descoberta dos oncogenes e da base genética do câncer humano. Precursor no tema, Weinberg abriu as portas para a descoberta de mais de 100 tipos de células cancerosas, no final do século XX. Uma chance a mais para as pessoas que sofrem desse mal que, segundo a Organização Mundial da Saúde, já é a segunda doença que mais mata no mundo – ficando atrás apenas dos problemas cardiovasculares.