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Fundos terão novo cardápio que facilita pedido do investidor

Anbima divulga nova classificação que visa auxiliar a decisão sobre qual fundo de investimento escolher


	Garçom entrega cardápio a clientes: Fundos passarão a contar com nova classificação que visa facilitar escolha do investidor
 (ThinkStock/gpointstudio)

Garçom entrega cardápio a clientes: Fundos passarão a contar com nova classificação que visa facilitar escolha do investidor (ThinkStock/gpointstudio)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2015 às 19h47.

São Paulo - Os fundos de investimentos brasileiros passarão a contar com um novo tipo de classificação, que deixará mais clara a sua estratégia de alocação e seus riscos. 

A mudança foi anunciada nesta segunda-feira pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais), mas a nova classificação passa a valer a partir do dia 1º de julho.

Com a medida, os fundos passam a contar com 38 tipos de classificações. Antes, eles eram divididos em 29 categorias.

"Com a antiga classificação era como se o shampoo ficasse na mesma prateleira do macarrão. Agora, nós temos uma prateleira para cada coisa", comenta Carlos Massaru, vice-presidente da Anbima. 

Em outra analogia, é possível dizer que, com a nova classificação, os fundos passarão a ser apresentados em um novo cardápio que mostra de forma mais clara qual produto combina melhor com o apetite de cada investidor, considerando seus objetivos e perfil de risco.

Divisões a partir de três critérios

A nova classificação de fundos é feita a partir de três níveis de divisão. Em primeiro lugar, os fundos são enquadrados em quatro categorias: renda fixa, ações, multimercado e cambial. Essa divisão segue a definição da instrução nº 555 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Depois de serem encaixados em uma dessas quatro categorias, eles são classificados a partir de critérios de risco e tipo de gestão. Essa segunda divisão mostra se o fundo é indexado a algum índice, por exemplo, ou se ele é ativo, como seria o caso dos fundos Ibovespa ativo, que usam o índice como referência, mas buscam superar seu desempenho.

O terceiro nível de classificação reflete de forma mais detalhada as principais estratégias dos gestores.

Na prática, um fundo pode ser classificado da seguinte forma: em primeiro lugar ele é definido como um fundo de "renda fixa", por investir em ativos de renda fixa; em seguida, ele pode ser classificado como "ativo", que significa que ele permite alavancagens (pode ter perdas superiores ao patrimônio do fundo), e de "curta duração", caso inclua títulos com prazo de duração médio de até 21 dias; e no terceiro filtro pode ser classificado como "soberano", o que indica que ele investe 100% em títulos públicos.

Veja no site da Anbima a tabela completa com as novas classificações

Mais facilidade para comparar

De acordo com o vice-presidente da Anbima, a nova classificação também permite ao investidor comparar de maneira mais fácil o rendimento registrado por diferentes gestoras e bancos ao observar os retornos de fundos que fazem parte de uma mesma categoria.

Se o fundo é classificado não só pela classe de ativos no qual investe - como renda fixa, por exemplo -, mas também pelo prazo de duração, ele evita que o investidor compare um fundo com títulos de longo prazo, que é mais arriscado, com fundos de curto prazo, que têm menos risco.

Maior adequação ao objetivo do investidor

Outra vantagem da nova classificação é a maior adequação do investidor ao tipo de fundo que combina com seu prazo e objetivo. 

Um caso marcante da indústria de fundos mostra como essa adequação pode ser positiva. Em  2013, os fundos de previdência registraram prejuízos depois que alguns investidores solicitaram o resgate de suas cotas.

Depois de quedas consecutivas na taxa de juros básica, Selic, em 2012, os juros passaram a apresentar tendência de alta em 2013. Como os fundos de previdência estavam carregados de títulos públicos com taxas que refletiam a Selic mais baixa, os preços desses papéis caíram diante da oferta de novos títulos com taxas mais altas.

Ainda que os títulos públicos não gerem prejuízos quando levados ao vencimento, os fundos precisam mostrar diariamente aos cotistas qual seria o seu patrimônio se os ativos fossem vendidos naquele dia, um processo chamado de marcação a mercado. Muitos investidores, portanto, se assustaram com a queda dos fundos refletida pela marcação a mercado e resgataram suas cotas. 

Para fazer frente aos resgates, gestores precisaram vender os títulos antes do prazo e realizar o prejuízo. Se isso não tivesse acontecido, apesar de a marcação a mercado registrar queda nas cotas, os fundos poderiam manter os títulos até o vencimento sem precisar vendê-los pelo seu preço de mercado, que naquele momento estava defasado (veja mais detalhes sobre a marcação a mercado). 

Segundo Hudson Bessa, gerente da base de dados da Anbima, quando o investidor sabe que o prazo da carteira é longo, ele entende que o fundo embute esse tipo de risco e não se assusta.

"Com a nova classificação, o investidor saberá que o fundo tem um prazo maior e que ele não deve sacar seu dinheiro diante de uma oscilação no curto prazo porque o fundo é focado no longo prazo", diz Bessa.

Desvantagens

Ainda que a nova classificação vise facilitar o entendimento dos fundos e reduzir riscos, alguns especialistas consideram que, com uma quantidade maior de categorias, o efeito pode ser inverso e os investidores podem se confundir ainda mais.

Assim, se a instituição financeira que vende os fundos não tiver uma comunicação efetiva na apresentação dos produtos, os investidores podem não compreender as novas classes e desistir do investimento por considerá-lo muito complexo.

Veja no vídeo a seguir como escolher um fundo de renda fixa:

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