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Cartões "premium" cortam anuidade para segurar cliente

Nas líderes do mercado, no entanto, o movimento foi o inverso.

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Reflexo: economista explica que como os bancos estão dando menos crédito, esses clientes são mais disputados (Getty Images/Getty Images)

Reflexo: economista explica que como os bancos estão dando menos crédito, esses clientes são mais disputados (Getty Images/Getty Images)

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Malena Oliveira, de Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de julho de 2017 às, 09h32.

Última atualização em 17 de julho de 2017 às, 12h52.

São Paulo - As opções sem anuidade de cartões de crédito começaram a mostrar a que vieram e causaram um movimento de corte nas tarifas no segmento de clientes com renda mais alta. Por outro lado, a taxa média subiu para Mastercard e Visa, bandeiras mais usadas.

Segundo dados do Banco Central, o valor médio das taxas de anuidade cobradas em cartões com bandeira American Express caiu quase 26% no último trimestre de 2016 na comparação com o mesmo período de 2015, passando de R$ 82,07 para R$ 60,76. No caso da bandeira Diners Club, a tarifa média recuou 7%, indo de R$ 166,68 para R$ 154,17 no mesmo período.

Os dados refletem uma estratégia para segurar o cliente de alta renda, explica o economista Maurício Godoy, professor da escola de negócios Saint Paul. "Com os bancos dando menos crédito, esses clientes passaram a ser mais disputados."

No caso dos cartões de bandeira Elo, o corte de quase 35% na taxa média de anuidade pode ser explicado por outra estratégia para conquistar consumidores. Os valores, segundo o BC, passaram de R$ 71,50 em 2015 para R$ 46,61 em 2016. "Eles concorrem com empresas gigantes e diminuíram a tarifa para conseguir entrar nesse mercado", explica Godoy.

Movimento. Nas líderes do mercado, no entanto, o movimento foi o inverso. Na Mastercard, bandeira de 47% dos cartões de crédito ativos no Brasil, a tarifa passou de R$ 134,69 em 2015 para R$ 142,82 em 2016 - um aumento de 6%. Na Visa, marca estampada em 42% dos cartões de crédito no País, a anuidade média cresceu 2,45%, passando de R$ 113,31 em 2015 para R$ 116,09 em 2016.

A explicação, segundo Godoy, é a maior oferta de serviços e benefícios para o consumidor, como o acúmulo de pontos para a troca por passagens aéreas e descontos em atividades culturais, por exemplo. "O preço da anuidade varia muito de acordo com o tipo de serviço prestado por quem emitiu o cartão. Quanto mais benefícios oferecidos, mais cara essa taxa tende a ser", explica.

Além disso, como o negócio de cartões sem anuidade é menos lucrativo, os emissores tendem a subir tarifas para os pagantes para fazer a conta fechar. "A anuidade é uma das principais fontes de receita dessas empresas e, assim como os juros, acaba sendo utilizada para calibrar a política comercial dos emissores", diz Marcelo Prata, fundador da plataforma Canal do Crédito.

A taxa, explica Prata, é uma forma de ampliar ou reduzir o crescimento de determinado perfil de cliente sem negar o serviço. Assim, com o aumento do desemprego e da inadimplência, quem tem renda menor viu o aumento dessa tarifa, ou a restrição do limite de crédito ou até mesmo teve um pedido de emissão rejeitado.

O que aconteceu com os cartões de bandeira Hipercard é um exemplo dessa calibragem. Entre 2015 e 2016, a tarifa média da anuidade cresceu 13,6%, indo de R$ 121,69 para R$ 138,25. O Itaú, que deixou de comercializar cartões Hiper este ano, diz que levou em consideração a inflação do período, a dinâmica do mercado e a característica do produto para reajustar a taxa.

 

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