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5 investimentos seguros para bater a poupança em 2017

Mesmo com projeção de queda da Selic, especialistas continuam indicando a renda fixa para este ano. Veja quais são as melhores opções

 (AndreyPopov/Thinkstock)

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Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 05h00.

Última atualização em 24 de janeiro de 2017 às 10h09.

São Paulo - Apesar da expectativa de queda da taxa básica de juros (Selic), aplicações de renda fixa, que já têm sua forma de remuneração definida no momento do aporte, continuam sendo fortemente indicadas por especialistas para 2017.

“Mesmo com o corte na Selic, vamos continuar com juros altos. A inflação, que já caiu, deve ceder ainda mais no próximo ano, por isso o juro real segue interessante”, diz o consultor financeiro André Massaro.

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduziu a Selic no fim de novembro em 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Foi o segundo corte consecutivo na taxa, que em outubro já havia sido ajustada de 14,25% para 14% ao ano, no primeiro corte em mais de quatro anos. Veja quanto R$ 5 mil rendem com a Selic em 13,75% ao ano.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, o mercado espera que os juros terminem 2017 em 10,50% ao ano.

“A queda de juros pode diminuir um pouco o rendimento de títulos pós-fixados ligados ao CDI e Selic, mas para a renda fixa deixar de ser um bom investimento falta mundo. Enquanto tivermos uma taxa de juros de dois dígitos, podemos nos considerar um ponto fora da curva no mundo. O investidor que tem recursos disponíveis para investir tem que aproveitar isso, e sair da poupança”, afirma Massaro.

Apesar da praticidade da poupança, seu rendimento atual é de apenas 8,4% ao ano (remuneração aproximada da caderneta nos últimos 12 meses), bem abaixo dos juros de 13,75% ao ano, que balizam os investimentos de renda fixa do mercado.

Veja abaixo algumas aplicações para quem busca rendimentos superiores à poupança e não deseja correr riscos.

Títulos públicos

A opção mais segura de investimento para você fugir da poupança é o Tesouro Direto —plataforma online do governo federal para compra e venda de títulos públicos.

A aplicação mínima inicial é de 30 reais e qualquer um pode investir, basta procurar um banco ou uma corretora para intermediar a negociação e escolher o título público que melhor se encaixa no seu objetivo. Veja qual título público é mais indicado para você.

Em um cenário de queda da Selic, especialistas recomendam que você aplique em títulos prefixados. Eles não acompanham a taxa básica de juros ou a inflação, como outras opções de títulos, mas, sim, uma taxa determinada antes da aplicação.

É importante destacar que você só vai ser remunerado por essa taxa prefixada se levar o título até o vencimento. Se decidir vender o papel antes do prazo, a rentabilidade pode variar.

Isso porque existe uma relação inversa entre o preço do título e a taxa de juro. Ou seja, quando a Selic cai, o preço dos prefixados sobe. Por isso eles são uma aposta para 2017.

“A inflação cedendo abre espaço para que o Banco Central reduza ainda mais a Selic no próximo ano, o que beneficia tanto os investidores de títulos prefixados quanto os detentores de títulos atrelados ao IPCA”, diz Samuel Torres, analista da Spinelli Corretora.

Ao aplicar no Tesouro Direto, você precisa ficar atento com as taxas cobradas pelas instituições financeiras autorizadas a negociar os títulos públicos, chamadas de agentes de custódia. Algumas delas isentam o investidor do pagamento, mas outras chegam a cobrar até 2% ao ano, o que compromete os ganhos. Veja as taxas cobradas por cada um dos agentes.

Além da taxa, você também deve considerar que a aplicação em títulos públicos sofre tributação de Imposto de Renda. Sobre os resgates em até 180 dias incide uma alíquota de 22,5%; de 181 dias a 360 dias o imposto cai para 20%; de 361 a 720 dias vai para 17,5%; e acima de 721 dias é aplicada a menor alíquota, de 15%.

CDBs e LCs

Ao comprar um CDB, o investidor empresta dinheiro para a instituição financeira e recebe uma remuneração por isso. O banco empresta o dinheiro a outros clientes e, para garantir lucro, paga uma taxa menor ao investidor do que a que cobra para emprestar aos tomadores de crédito.

O mais comum é que os CDBs sejam pós-fixados e atrelados ao CDI, o que significa que eles pagam ao investidor certo percentual dessa taxa, que fica bem próxima à Selic. É possível encontrar CDBs no mercado que pagam 100% ou mais do CDI, mas provavelmente o valor investido terá que ser maior para isso.

“O retorno do CDI deve diminuir em 2017 por causa da Selic menor, mas ainda assim os CDBs continuam sendo uma boa opção ao pequeno investidor. O fato de a inflação recuar também ajuda as pessoas a perder menos poder de compra”, afirma Eduardo Levy, estrategista da Rio Bravo Investimentos.

É importante destacar que a segurança dos CDBs é a mesma da poupança, já que ambos são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até 250 mil reais —limite válido por instituição e por CPF. Veja quando vale a pena investir em CDBs.

Você também tem a opção de investir em uma LC (Letra de Câmbio). Apesar do nome, ela não tem nada a ver com uma operação de dólar. Na verdade, as LCs são “primas dos CDBs”, a diferença é que os CDBs são emitidos por bancos e as LCs por financeiras. Veja cinco mitos e verdades sobre o investimento em LCs.

Tanto os CDBs quanto as LCs têm desconto de Imposto de Renda. A regra é a mesma que a dos títulos públicos para ambos os produtos financeiros: quanto mais tempo você demorar para fazer o resgate, menor será a alíquota de IR cobrada.

LCIs e LCAs

A LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) é o título emitido pelos bancos para financiar participantes da cadeia do agronegócio, enquanto a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) é um título emitido pelos bancos para obtenção de recursos destinados a financiamentos do setor imobiliário.

A principal vantagem dessas duas aplicações é a isenção de Imposto de Renda. Já as desvantagens são os aportes iniciais maiores e os prazos mais longos. Até existem algumas poucas opções de LCIs e LCAs com aplicação mínima mais baixa, mas é preciso garimpar as opções. Veja como escolher entre CDB, LCI e LCA.

A remuneração das LCIs e LCAs, assim como a do CDB, pode variar muito de acordo com a estratégia de cada banco. Ambas pagam um percentual do CDI. Por isso, é importante pesquisar entre diferentes bancos as taxas oferecidas e comparar as rentabilidades dos CDBs, LCIs e LCAs para checar qual título oferece o maior rendimento.

Lembre-se de que, ao comparar o rendimento das LCAs e LCIs com o de um CDB, é importante descontar o Imposto de Renda cobrado no CDB. Por mais que o percentual do CDI pago pelo CDB seja superior ao de LCIs e LCAs, com o desconto do imposto, sua rentabilidade líquida pode ser menor.

Além disso, sempre vale buscar esse tipo de investimento em bancos médios ou em corretoras independentes, já que bancos grandes costumam oferecer remunerações muito inferiores.

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