Revista Exame

Uma ode à dolce vita

O fotógrafo Mario Testino revirou seu arquivo para produzir um belo livro de imagens da Itália

Anônimos na praia: fotos vão de moda e arte a vida cotidiana e festas religiosas  (Mario Testino/Exame)

Anônimos na praia: fotos vão de moda e arte a vida cotidiana e festas religiosas (Mario Testino/Exame)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 4 de junho de 2020 às 05h30.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 12h47.

O magnetismo da Itália é incontestável. Sua arte, arquitetura milenar e comida ­atraem 63 milhões de turistas todos os anos. O setor turístico é responsável por 13% do PIB do país e dá emprego a mais de 3,5 milhões de pessoas. Tudo isso foi posto em xeque em 2020 pela pandemia do coronavírus e pela trágica morte de mais de 33.000 pessoas.

Dos escombros, os italianos começam a sair agora, aos poucos, com a abertura gradual e repleta de restrições de cafés, restaurantes e passeios públicos. Vem em boa hora, assim, a carta de amor e saudade à Itália do fotógrafo pe­rua­no Mario Testino, um dos grandes nomes da fotografia contemporânea, especializado em moda e retratos.

Ciao — Omaggio all’Italia, do fotógrafo Mario Testino (Divulgação)

Ciao — Omaggio all’Italia acaba de chegar às prateleiras estrangeiras pela Taschen e é um aceno de boas-vindas à possibilidade de visitar o país novamente para ver suas belas paisagens e seus rostos marcantes em meio à arte, à moda, aos rituais e à mesa farta. A edição especial, limitada a 100 exemplares assinados por Testino, já está esgotada. A edição normal chegará ao Brasil em julho, trazendo 254 páginas com fotos nunca antes vistas do fotógrafo, que revisitou seu imenso acervo pessoal de quatro décadas para selecionar suas imagens prediletas da Itália.

Testino dividiu tal ensaio pessoal em três partes: In Giro (“Por aí”), Alla Moda (“Na moda”) e Al Mare (“No mar”). As 140 fotos que estão no livro abrangem desde arquitetura clássica, igrejas e cerimônias religiosas até festas abundantes e ícones da moda — de Valentino Garavani a Gianni­ Versace —, passando por rostos hipnotizantes, como o da atriz ­Monica Bellucci, pessoas comuns das ruas e paisagens naturais repletas de calor e beleza.



FILME

Fantasmas do Vietnã

Spike Lee reflete sobre o dilema dos soldados negros em uma guerra traumática | Guilherme Dearo

Novo filme de Spike Lee reflete sobre o dilema dos soldados negros na Guerra do Vietnã | Divulgação (Divulgação)

Em 1968, quando soldados negros que lutavam pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã escutaram no rádio que Martin Luther King fora assassinado, a revolta tomou conta das tropas. Muitos deles perceberam que estavam a 14.000 quilômetros de casa dando a vida pelo país, mas esse país não se importava muito com a vida deles. É com base nesse momento singular da história que o diretor Spike Lee constrói Destacamento Blood, seu primeiro filme depois de ganhar um Oscar por Infiltrados na Klan.

Na história, quatro ex-soldados afro-americanos decidem voltar ao Vietnã depois de décadas. Em um país transformado após a destruição da guerra, os amigos interpretados por Delroy Lindo, Norm Lewis, Isiah Whitlock Jr. e Clarke Peters procuram o corpo do quinto membro do grupo, que ali morreu e também deixou um lendário tesouro enterrado, perdido pela CIA no meio do conflito.

O soldado falecido é encarnado por Chadwick Boseman, ator levado ao estrelato por Pantera Negra, da Marvel. O francês Jean Reno completa o elenco, enquanto parte da música usada no filme é de Marvin Gaye, cujo irmão serviu no Vietnã e Lee fez questão de homenagear.

Destacamento Blood | Filme de Spike Lee | 12 de junho, Netflix

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