(Lucas Ninno/Getty Images)
Repórter freela de Agro
Publicado em 10 de novembro de 2023 às 06h00.
Última atualização em 13 de novembro de 2023 às 14h13.
Um salto na área plantada (de 19,1%) e nas produções de grãos (24,1%) e carnes (22,4%), associado a crescimentos de dois dígitos nas principais commodities exportadas, sinaliza um futuro muito promissor e lucrativo para o agronegócio brasileiro na próxima década. É o que aponta um estudo feito por técnicos da Embrapa e do Ministério da Agricultura e Pecuária com projeções para o setor até 2033.
A perspectiva é de que a produção de grãos avance 2,4% ao ano, em média, e atinja 389,4 milhões de toneladas em uma área de 92,3 milhões de hectares. A soja vai liderar essa expansão com 12,1 milhões de hectares a mais cultivados no país. Já na produção de carnes, projeta-se um aumento de 6,6 milhões de toneladas na comparação entre 2022/23 e 2032/33, com destaque para a de frango (+28,1%) e a suína (+23,2%).
O incremento em produtividade, associado a novas tecnologias no campo, será peça-chave nesse processo, por mais que o Brasil ainda tenha espaço para ampliar a área destinada à agropecuária. A previsão é que a produtividade total dos fatores (PTF) avance, em média, 1,48% ao ano — menos do que os 3,32% registrados entre 1976 e 2021.
Potencial regional
O mapeamento ainda identifica que o fortalecimento do agro em algumas regiões vai apoiar a expansão nos próximos dez anos. Em Mato Grosso, por exemplo, quase 10 milhões de hectares serão incorporados à área plantada para a produção de grãos, resultando no aumento, principalmente, da produção de milho (+47,6% ou 22,3 milhões de toneladas), puxado pela indústria de etanol, que hoje já tem 21 usinas em operação.
Outro destaque é para a região do Matopiba (que inclui áreas agrícolas nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde a produção de grãos aumentou 93% nos últimos dez anos. O prognóstico é que, em 2032/33, os quatro estados devem alcançar 48 milhões de toneladas (+37,1%) em uma área de 11 milhões de hectares (+17,1%).
O avanço das exportações promete não só fortalecer a posição do Brasil no cenário global como abrir oportunidades para o agro nacional nos próximos anos. Um sinal de que essa tendência já está se consolidando é que, apenas de janeiro a setembro de 2023, o país conquistou 51 novos mercados para os produtos agropecuários em 28 países
22 mercados em 9 países
Argentina, Canadá, México, República Dominicana, Uruguai, Equador, Colômbia, Chile e Panamá
14 mercados em 8 países
Indonésia, Singapura, China, Índia, Malásia, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão
7 mercados em 4 países
Egito, Argélia, Angola e África do Sul
4 mercados em 3 países
Polinésia Francesa, Nova Caledônia e Vanuatu
2 mercados em 2 países
Rússia e Belarus
2 mercados em 2 países
Israel e Arábia Saudita