Revista Exame

Por que o Brasil é um dos países mais vulneráveis a riscos cibernéticos?

Ranking de 50 países mostra o Brasil na 42ª posição. Na liderança, está a Suíça, seguida de Singapura, Reino Unido, Austrália e Holanda

Para melhorar resultado, Brasil poderia inserir a disciplina de risco cibernético no currículo escolar (Bronek Kaminski/Getty Images)

Para melhorar resultado, Brasil poderia inserir a disciplina de risco cibernético no currículo escolar (Bronek Kaminski/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 05h09.

Quem nunca ficou tentado a abrir um link ou arquivo de origem suspeita? Ao que parece, os brasileiros estão entre os que mais gostam de correr esse risco. O índice de educação em risco cibernético, elaborado pela consultoria Oliver Wyman, mostra que o Brasil está na 42ª posição entre 50 países avaliados. O dado, obtido com exclusividade pela EXAME, é preocupante, uma vez que quase 95% das questões de segurança cibernética são atribuídas a erros humanos, como clicar em um link malicioso.

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A lista foi elaborada com base na análise de cinco grandes áreas: motivação da população em boas práticas, políticas públicas, sistemas educacionais, estratégias das empresas para falar sobre o tema e inclusão digital da população, principalmente dos mais vulneráveis, dos idosos. O Brasil está abaixo da média dos outros países em todos os quesitos.

No ranking geral, em primeiro lugar aparece a Suíça, seguida de Singapura, Reino Unido, Austrália e Holanda. Em último lugar está a África do Sul. O Brasil fica atrás de países como Hungria (39a) e Bulgária (40a). Apesar de estar abaixo da média, estamos à frente de México (44a), Argentina (47ª) e China (49ª). Embora seja um dos países que mais fornecem tecnologia para o mundo, a China ficou abaixo do Brasil em educação para segurança cibernética.

De acordo com Rodrigo Gouvea, diretor da área digital da Oliver Wyman no Brasil, o objetivo do ranking é traçar um panorama dos países para saber quão preparada a população está para lidar com os riscos cibernéticos. Para chegar ao resultado foram analisados, por exemplo, dados da Microsoft sobre quantos computadores infectados há nos países.

“O ranking mede o nível atual da população se a sociedade tem um entendimento coletivo de segurança e riscos cibernéticos”, diz Gouvea. “Mede também o preparo para o futuro. É por isso que um dos eixos abordados fala das medidas desenvolvidas pelo governo e pelo mercado de trabalho.”, afirma.

Uma medida que o Brasil poderia adotar para reduzir a vulnerabilidade da população é inserir a disciplina de risco cibernético no currículo escolar. Em termos de legislação, o Brasil foi um pouco mais bem avaliado, na 23ª posição. Gouvea cita a recente Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entrou em vigor em agosto deste ano e funciona como um mecanismo de segurança.

(Arte/Exame)

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