Revista Exame

Será que Alexandre Tombini vai rir por último?

São Paulo - Há um ano, quando foi indicado para substituir Henrique Meirelles na presidência do Banco Central, Alexandre Tombini era uma incógnita. Apesar dos mais de dez anos como funcionário concursado do BC e de quatro anos no Fundo Monetário Internacional, o economista com Ph.D. na Universidade de Illinois era, para a maioria, um ilustre […]

Tombini, do BC: ao final de 2012 será possível dizer se ele acertou na dose (Divulgação/Banco Central)

Tombini, do BC: ao final de 2012 será possível dizer se ele acertou na dose (Divulgação/Banco Central)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 10h39.

São Paulo - Há um ano, quando foi indicado para substituir Henrique Meirelles na presidência do Banco Central, Alexandre Tombini era uma incógnita. Apesar dos mais de dez anos como funcionário concursado do BC e de quatro anos no Fundo Monetário Internacional, o economista com Ph.D. na Universidade de Illinois era, para a maioria, um ilustre desconhecido.

O Brasil tinha uma inflação de quase 6% ao ano, bem superior à meta de 4,5% estabelecida pelo governo, e havia poucas referências sobre como ele pensava. Talvez por isso, quase ninguém previu aquela que seria a medida mais polêmica de seu curto mandato: a redução da taxa básica de juro em meio ponto percentual, em agosto.

Foi a senha para que ganhasse corpo o temor de que a autoridade monetária estaria sob pressão política para reduzir os juros, estimular o crescimento e esquecer o regime de metas inflacionárias. Duas reduções de juros depois, a posição de Tombini se fortaleceu.

Com o agravamento da crise externa, a inflação deixou de ser o centro das preocupações e hoje é o desaquecimento que tira o sono dos economistas. Tombini poderá ser visto, no futuro, como o homem que ousou imprimir, pela primeira vez, uma taxa quase decente de juro ao país.

Poderá, também, entrar para a história como o homem que pôs a perder o duro trabalho de conquista de credibilidade do Banco Central. O IPCA, índice oficial de inflação, segue bem acima da meta, para a qual só deve convergir em 2013. E muitos analistas trabalham com a certeza de que os preços, que vão andar mais comportados no primeiro semestre, voltarão a acelerar no segundo.

Ao longo de 2012, Tombini ainda estará sob o escrutínio do mercado financeiro, e provavelmente saberemos ao final do período se ele, afinal, conseguiu preencher a vaga de seu midiático antecessor.

O que sabemos, hoje, é que os ventos internacionais parecem soprar a seu favor. Tombini ainda não riu por último porque, afinal, a batalha contra a inflação não foi vencida. Mas ele entra em 2012 já esboçando um sorriso.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniBanco CentralEconomistasEdição 1007Mercado financeiroPersonalidades

Mais de Revista Exame

Melhores do ESG: os destaques do ano em energia

ESG na essência

Melhores do ESG: os destaques do ano em telecomunicações, tecnologia e mídia

O "zap" mundo afora: empresa que automatiza mensagens em apps avança com aquisições fora do Brasil

Mais na Exame