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Roma: a inspiração eterna da Bvlgari

Em comemoração aos 140 anos da Bvlgari, a diretora criativa Lucia Silvestri apresenta a coleção Aeterna

Aeterna: coleção foi apresentada  nas Termas de Diocleciano, em Roma (Bvlgari/Divulgação)

Aeterna: coleção foi apresentada nas Termas de Diocleciano, em Roma (Bvlgari/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 06h00.

Conhecida como a Cidade Eterna, Roma é uma das principais inspirações para a Bvlgari, desde o passado até o presente. Um dos maiores símbolos da joa­lheria, por exemplo, é a serpente, ícone potente de renascimento, força e feminilidade desde Cleópatra, levado pela rainha egípcia à então capital do império. A coleção Serpenti foi lançada em 1948 pela família Bvlgari e ganhou destaque com Elizabeth Taylor nos bastidores do filme Cleó­patra. Além de ser o berço da joalheria, Roma também é a casa de Lucia Silvestri, diretora criativa de joias da Bvlgari, que acaba de apresentar a coleção de alta joalheria Aeterna em homenagem ao aniversário de 140 anos da maison.

“A minha primeira fonte de inspiração são as gemas, em segundo lugar está Roma, onde você pode encontrar inspiração em todos os lugares. Eu sou de Roma, mas posso descobrir Roma. Não todos os dias, mas se eu quiser encontrar algo novo, acredite, eu posso encontrar algo novo, porque Roma é uma cidade de camadas e muito rica em termos de história”, disse Silvestri em entrevista à EXAME Casual.

Ela desenvolveu mais de 500 peças para a coleção, que define como a mais bonita já feita. Essa não é uma afirmação fácil de ser feita, visto que Silvestri trabalha na marca há mais de 45 anos e se considera parte do legado da empresa. Quando ela foi contratada como secretária, a marca contava com apenas cinco lojas no mundo. Hoje são mais de 320, incluindo três no Brasil.

Earth Song: um dos destaques da coleção é feito com 28 pedras preciosas (Bvlgari/Divulgação)

Se as gemas são fonte de inspiração para a diretora criativa, as cores e preciosidades não seriam poupadas para esta coleção. É o caso da peça Earth Song, eleita a favorita de Silvestri. São 28 pedras preciosas em formatos oval, quadrado e redondo, sendo oito rubelitas quadradas, oito kunzitas ovais, sete ametistas quadradas, quatro topázios redondos e cinco turmalinas verdes redondas, que contribuem à peça com uma rica tapeçaria de tons, que vão desde roxos profundos a verdes vibrantes e vermelhos ardentes.

“Não podemos esquecer que trabalhamos com o presente da natureza.” O que faz a peça ser ainda mais valiosa é a dificuldade em encontrar as gemas com alta qualidade.

Além da Earth Song, a coleção possui peças únicas, como o colar Serpenti Aeterna, feito de um diamante bruto de mais de 200 quilates. A pedra foi cortada para criar sete gotas de diamantes em forma de pera D flawless ultraclaras e puras, totalizando 140 quilates, uma para cada ano da história da marca. As gotas são abraçadas por uma estrutura tridimensional sinuosa em platina, adornada com 698 diamantes baguete pesando 61,81 quilates. Foram necessárias mais de 2.800 horas para a conclusão da peça.

Essas são algumas das características que diferenciam a alta joa­lheria de joias comuns. Para a alta joalheria, há especificidades quanto ao design e à utilização exclusivamente de materiais preciosos, como diamantes, gemas raras e metais puros.

Lucia Silvestri: “Minha primeira fonte de inspiração são as gemas” (Bvlgari/Divulgação)

“É uma coleção que me lembra o passado e o futuro. Há um tipo de fio condutor em cada peça desde o início da minha carreira como diretora criativa até hoje. Aeterna é algo que nunca esquecerei”, diz a diretora, que havia planejado a coleção como a última de sua carreira. “Pensei que poderia deixar a empresa e coloquei todo o meu esforço nesta coleção, mas decidi permanecer mais e mais. Sou parte da coleção de herança”, brinca. “Uma das lições importantes que aprendi com o Senhor Bvlgari foi olhar para o arquivo, olhar para o nosso passado, mas com um olho no futuro. E essa é uma lição que levo comigo sempre.”

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