A tendência de busca por insumos mais sustentáveis, a fim de compensar a degradação climática causada pela pecuária, também chegou ao Brasil (Reprodução/AFP)
Julia Storch
Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 05h51.
Última atualização em 17 de dezembro de 2021 às 11h06.
Ao lado de líderes mundiais, a estilista inglesa Stella McCartney levantou novamente a bandeira contra o uso de couro animal, dessa vez na COP26, realizada em novembro em Glasgow, na Escócia. Uma das soluções apresentadas foi o mylo, um couro fabricado de fungos, utilizado pela estilista desde 2017 e produzido pela empresa californiana Bolt Threads.
Ainda neste ano, a Hermès anunciou a troca de um dos materiais mais importantes para a confecção de suas bolsas, o couro animal, por um couro de cogumelos batizado de sylvania. Feita em parceria com a empresa americana MycoWorks, até o final do ano a conhecida bolsa Victoria será feita com a matéria-prima vegana. Artigos de couro animal corresponderam a 15% (48 bilhões de dólares) das peças de luxo vendidas em 2019, segundo relatório da consultoria Statista.
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A tendência de busca por insumos mais sustentáveis, a fim de compensar a degradação climática causada pela pecuária, também chegou ao Brasil. Na abertura da São Paulo Fashion Week deste ano, a marca P. Andrade apresentou uma versão revisitada da bota Tabi, lançada pela Maison Margiela em 1988. Para além da divisão entre os dedos dos pés, o calçado nacional foi produzido com fibra de cacto, importada do México, e estará à venda a partir do primeiro semestre de 2022.
“Estamos desde o começo da marca em infinitas reuniões com engenheiros têxteis, cientistas e fabricantes para encontrar novos caminhos dentro da moda”, diz o cofundador e designer da marca, Pedro Andrade. Entre os materiais desenvolvidos estão tecidos feitos de banana, leite, soja e rosas, importados da Índia, e milho, encontrado aqui mesmo, no Brasil.