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Os dados e o clima: a mineira que nasceu sob pé de cafés e agora deixa as fazendas mais verdes

A Salva capta informações de fazendas para analisar os impactos do clima e ajudar a reduzir as emissões de carbono

Mariana  Caetano, da Salva: queremos ser o backoffice das consultorias ambientais (Salva/Divulgação)

Mariana Caetano, da Salva: queremos ser o backoffice das consultorias ambientais (Salva/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 25 de abril de 2024 às 06h00.

Em tempos de mudanças extremas no clima, a Salva quer usar os dados coletados em fazendas para projetar o futuro das plantações e da produção de alimentos. A base, criada a partir de uma série de algoritmos, vai permitir definições mais certeiras sobre o plantio de culturas como feijão, soja e milho, a depender das condições do clima. Mas não é só isso — no centro do negócio também está o cálculo das emissões de carbono, item prioritário na agenda verde.

“O nosso objetivo é apresentar os resultados da maneira mais fácil e consolidada possível, para que as empresas pensem estratégias sustentáveis”, afirma Mariana Caetano, CEO da climatech. “Queremos ser o backoffice das consultorias ambientais e dos setores de ESG das companhias.”

Quem é a empreendedora

A empreendedora mineira cresceu entre pés de café em Araguari, no Triângulo Mineiro. Filha de pai produtor, teve boa parte da vida ligada aos cafezais. Da faculdade, saiu para trabalhar em indústrias de sementes e chegou à administração de uma das maiores fazendas de café do país, a Guima Café, da família do Grupo BMG.

“Nesse tempo, a fazenda tradicional virou um dos primeiros projetos de agricultura regenerativa do país”, diz. Para a transformação, precisou enfrentar processos burocráticos e difíceis, como a certificação de redução de emissões de carbono. Estava plantada a semente para a criação da Salva, em 2022.

Ainda em fase “pré-comercial”, a startup rodou os seus sistemas de monitoramento em mais 2,3 milhões de hectares e possui contratos para elaborar diagnósticos de quase 2.000 fazendas e agroindústrias. “Em 2023, entendemos que foi o ano de pegar as teses e transformar em algoritmo”, afirma. “Agora será nosso primeiro ano realmente comercial. Vamos com tudo. A demanda está enorme.”

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