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Os olhos atentos de Juliana Pereira, CEO da Montblanc no Brasil e observadora de pássaros

Juliana Pereira, CEO da Montblanc no Brasil, tem atenção plena ao avistar pássaros pelos parques mundo afora

Juliana Pereira: o hobby a ajuda a desconectar da rotina (Leandro Fonseca/Exame)

Juliana Pereira: o hobby a ajuda a desconectar da rotina (Leandro Fonseca/Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 06h00.

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Juliana Pereira, CEO da Montblanc no Brasil, encontrou no birdwatching, a prática de observar pássaros, uma forma de se desligar da rotina corporativa e se reconectar com a natureza. “Eu sempre procuro conhecer a natureza de cada lugar que visito. Para mim, é o que completa a experiência de viajar”, conta. Seja no Brasil, seja no exterior, Pereira busca parques, trilhas e reservas naturais para explorar a fauna e a flora locais.

Sua jornada começou com visitas a parques nacionais brasileiros, como as Chapadas, o Pantanal e o Jalapão, que a executiva recomenda fortemente conhecer, tanto por sua biodiversidade quanto pela paz que proporcionam. Recentemente, Pereira explorou a Trilha dos Tucanos, em Tapiraí, no interior de São Paulo, conhecida pelos “comedouros” com alimentos naturais que atraem pássaros. “Lá, encontrei turistas da Noruega e da Coreia, o que mostra como o birdwatching é valorizado fora do Brasil.”

No exterior, Pereira também encontrou aves que a surpreenderam no Chile, como pelicanos em Valparaíso e psitacídeos em Santiago, pássaros conhecidos por seus ninhos comunitários e barulhentos. “A primeira vez que vi um pelicano foi em São Francisco, mas no Chile pude observá-los de perto, e foi incrível”, diz. Ela também destaca as experiências na Alemanha, onde ficou impressionada com a organização e a preservação dos parques urbanos, mesmo em cidades grandes como Hamburgo, onde está a sede da Montblanc.

Para Pereira, o birdwatching é mais do que um hobby. “Me ajuda a estar presente no momento e a encontrar uma paz que é difícil de ter no dia a dia”, afirma. Ela explica que a prática ensina paciência e foco, valores que leva para sua vida corporativa. A escuta ativa, fundamental para localizar as aves, ajuda a aprimorar sua habilidade de ouvir mais atentamente os outros. “É um exercício que todos deveriam fazer mais: ouvir e observar com atenção.”

A executiva costuma viajar com seu namorado, que também compartilha do interesse e traz um olhar técnico para a prática, como identificar espécies e planejar avistamentos. Apesar disso, ela enfatiza a liberdade como essencial: sem horários rígidos ou grandes grupos, as viagens são desenhadas para proporcionar descanso e conexão com o ambiente. “Gosto de fazer tudo no meu tempo, sem pressão, porque já temos metas demais no dia a dia.”

As próximas viagens incluem planos para ir a Ilhabela, no litoral norte paulista. Ainda que o destino já seja conhecido por Pereira, desta vez a viagem terá como foco o avistamento de pássaros endêmicos. Ela também pretende explorar reservas no -Espírito Santo, onde projetos de recuperação ambiental oferecem trilhas e a oportunidade de observar espécies em habitats protegidos.

Algumas condutas são necessárias para quem viaja em busca do avistamento de pássaros. É essencial adotar práticas sustentáveis, como carregar seu próprio lixo e evitar interferir no comportamento das aves. “Se você vai à natureza para relaxar, deve impactá-la o mínimo possível.” Ela observa que até mesmo práticas comuns, como reproduzir sons de aves para atraí-las, devem ser usadas com parcimônia para não estressar os animais.

Em sua experiência, o hobby também abriu portas para o aprendizado sobre iniciativas de conservação e turismo sustentável. “Já participei do Avistar, um seminário sobre preservação, e fiquei impressionada com o trabalho de ONGs que ajudam a recuperar espécies ameaçadas”, conta. Ela também valoriza projetos que transformam antigos caçadores em guias turísticos. “É uma forma de conscientização que combina preservação com geração de renda local.”

Para a executiva, avistar pássaros é uma forma de desacelerar da rotina da gestão da Montblanc, hoje com nove lojas no Brasil, além do e-commerce, e criar intervalos de pausa. “Esses momentos me ajudam a ser mais presente e a lidar melhor com os desafios do dia a dia.” 

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