Revista Exame

Em oito décadas de história, a Riograndense nunca vendeu tanto

Com um lucro de 27 milhões de dólares, a refinaria gaúcha obteve um retorno de 40% sobre o patrimônio em 2016, o melhor índice do setor

DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 05h55.

Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 05h55.

mais antiga refinaria do Brasil, a Riograndense (ex-refinaria Ipiranga), sediada na cidade gaúcha de Rio Grande, completará 80 anos no dia 7 de setembro. Mas as comemorações do aniversário começaram antes disso, com o fechamento do balanço do ano passado.

Em oito décadas de história, a Riograndense nunca vendeu tanto. Foram 989 milhões de litros de derivados de petróleo — 46% de diesel e 39% de gasolina, seus dois principais produtos —, com crescimento de 51% em relação ao volume comercializado no ano anterior.

A alta nas vendas ajudou a Riograndense a faturar 467 milhões de dólares, 40% mais do que em 2015 — a maior taxa do setor. Com um lucro de 27 milhões de dólares, a refinaria gaúcha obteve um retorno de 40% sobre o patrimônio, também o melhor índice do setor.

Hamilton Romanato Ribeiro, diretor-superintendente da Riograndense: o maior crescimento e a maior rentabilidade do setor | Germano Lüders

Foi a volta por cima de uma companhia que, alguns anos atrás, operava no vermelho. Desde 2007, a Riograndense é controlada por três acionistas principais: Petrobras, Ultrapar e Braskem. No ano seguinte, a Riograndense assinou um contrato para refinar o petróleo da Petrobras. O contrato com a estatal garantiu uma previsibilidade de volume de produção para a Riograndense, mas a empresa gaúcha, por tabela, passou a sofrer com as interferências do governo na política de preços da Petrobras.

Para conter a inflação, durante anos a estatal vendeu combustíveis por preços abaixo dos praticados no mercado internacional. A Petrobras perdia dinheiro — e a Riograndense também.

No final de 2014, terminou o contrato entre a Riograndense e a Petrobras. Dali por diante, a refinaria passou a atuar de forma independente, realizando a aquisição de insumos nacionais e importados e vendendo seus produtos no mercado regional. Os resultados não demoraram a aparecer.

“Com uma margem maior entre o valor que pagamos pelo petróleo e o preço de venda dos produtos, conseguimos recuperar um nível de rentabilidade que durante três anos foi impossível de ser alcançado”, diz Hamilton Romanato Ribeiro, diretor-superintendente da Riograndense.

Beneficiada pela queda dos preços mundiais do petróleo e pelo câmbio mais favorável, a refinaria passou a apostar na compra no exterior de matérias-primas em estados mais avançados de preparação, exigindo apenas misturas para se adequar aos padrões requeridos no Brasil. Essa estratégia, responsável por 21% das vendas da Riograndense no ano passado, ajudou a elevar o volume de produtos disponíveis para venda.

Com isso, a Riograndense conseguiu ampliar sua participação no mercado gaúcho de combustíveis de 8% para 13% e ainda ter um excedente para vender para outros estados, como Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Rio de Janeiro.

A próxima meta da refinaria gaúcha é vender para países vizinhos, um mercado ainda não desbravado por causa das diferenças de especificações e legislação dos combustíveis. “Mas essa é uma realidade que pretendemos mudar em breve com a realização das primeiras vendas para Argentina e Uruguai”, diz Ribeiro. Nada mau para quem está chegando aos 80 anos.

Acompanhe tudo sobre:Melhores e MaioresPetróleoQuímica e petroquímica

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025