Revista Exame

O xadrez dos algoritmos

A Tecnologia da Informação passou a acumular atribuições como impulsionar o crescimento, aumentar a eficiência e criar valor para as empresas

Escritório nos anos 1990: TI como área de suporte (Steve Eason/Getty Images)

Escritório nos anos 1990: TI como área de suporte (Steve Eason/Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 06h00.

Última atualização em 18 de dezembro de 2023 às 10h52.

Houve um tempo, nem tão distante assim, em que a equipe de tecnologia da informação de uma companhia, também conhecida como “o pessoal do help desk”, só era lembrada quando algo dava errado, como o sumiço de um arquivo ou o esquecimento de uma senha. Exageros à parte, dentro da estrutura corporativa esse era um departamento de apoio, responsável por garantir a segurança dos dados e por identificar, integrar e implementar tecnologias que poderiam ajudar a empresa a operar de forma mais produtiva.

Não era pouca coisa, evidentemente. Mas em anos mais recentes a área de tecnologia passou a ganhar uma relevância muito maior. A pandemia ainda trouxe como consequência a urgência pela transformação digital e contribuiu de vez para uma mudança conceitual no setor. De área de suporte, a TI passou a acumular atribuições como impulsionar o crescimento, aumentar a eficiência e criar valor. Em outras palavras: começou a participar ativamente das estratégias das empresas.

O head da área pode ter títulos variados, como Chief Information Officer (CIO), Chief Technology Officer (CTO) ou Chief Data Officer (CDO). Mais importante do que o nome do cargo é sua principal atribuição: fazer com que as empresas aproveitem ao máximo o poder das novas tecnologias. “Todo CIO deveria ter assento no conselho de administração para que a adoção de tecnologias estivesse sempre alinhada a resoluções de longo prazo”, disse Wilian Domingues, CIO da Paschoalotto, empresa de soluções de recuperação de crédito, em uma das reportagens desta EXAME CEO que você tem em mãos.

Inovações trazem ganhos significativos para as empresas. Um exemplo é o Flow Builder, ferramenta da Salesforce que permite a criação, o teste e a distribuição de fluxos para automatizar processos comerciais. Clientes que adquiriram o aplicativo já economizaram 109 bilhões de horas de trabalho. Isso equivale a uma economia de 2,19 trilhões de dólares. CTOs, CIOs e CDOs hoje tentam entender como os algoritmos avançados da inteligência artificial (IA) podem otimizar processos de produção. Mais do que analisar dados e aprender padrões, a computação cognitiva pode transformar a forma como trabalhamos e vivemos. É para esse próximo jogo de xadrez que os profissionais de tecnologia precisam estar preparados.


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