Transporte de carros nos Estados Unidos: o governo americano estuda como reduzir a importação de veículos
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2018 às 05h56.
Última atualização em 7 de junho de 2018 às 05h56.
Desde que o presidente Donald Trump impôs uma taxa sobre a importação de aço e alumínio em março, uma escalada do protecionismo americano virou uma preocupação real de empresários e políticos no mundo. O tema ganhou força em maio, depois que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos abriu uma investigação para avaliar se a importação de carros e autopeças ameaça a segurança nacional — a mesma alegação usada para fixar as tarifas de aço e alumínio. O inquérito tem nove meses para ser concluído. Caso seja adotada uma taxa, ela afetará em cheio países como México, Canadá, Japão e Alemanha, grandes exportadores de veículos e autopeças para os Estados Unidos. Uma revista alemã noticiou que Trump quer barrar a entrada de carros de luxo alemães no país.
Para a Stratfor, uma das maiores consultorias de risco geopolítico, uma eventual retaliação dos países prejudicados por uma tarifa aos automóveis traria um prejuízo de até 84 bilhões de dólares aos americanos. A investigação é a mais nova forma de pressão de Trump na área comercial. Neste mês, a Casa Branca divulga uma lista de produtos chineses que terão sobretaxa de 25%. E Trump revogou a isenção dada a México, Canadá e União Europeia para as tarifas de aço e alumínio.
PAÍSES EMERGENTES
QUEM PODE ATRAIR MAIS INVESTIMENTO
Uma preocupação crescente dos investidores são os possíveis impactos sociais e ambientais de seus investimentos. Uma evidência disso é o aumento dos recursos aplicados em fundos que adotam critérios de sustentabilidade. Hoje, esses fundos reúnem 22,9 trilhões de dólares, 25% mais do que em 2014. O maior volume de capital representa uma oportunidade para os países emergentes que têm bons indicadores sociais e ambientais. Para avaliar quais são as economias mais bem posicionadas, analistas do Bank of America Merrill Lynch, um dos maiores bancos de investimento do mundo, criaram um índice que mede a qualidade ambiental, social e governamental dos países. O resultado revela dados importantes. Países do Leste Europeu e da América Latina, como o Uruguai, lideram o ranking. Para o economista David Hauner, autor da pesquisa, as nações que mais perdem são as que dependem da exportação de petróleo. “As preferências da sociedade estão mudando, e vemos que mais e mais dinheiro vai ser destinado aos mercados com bons níveis de qualidade ambiental e social”, diz Hauner.
HOLANDA
A DISPARADA DOS IMÓVEIS
Sexta maior economia da União Europeia, a Holanda tem apresentado uma expansão expressiva. Em 2017, sua economia cresceu 3,2%, e a previsão é que o ritmo se mantenha em 2018. O desemprego vem caindo e chegou a apenas 3,9% em abril. Com o aquecimento da economia, no entanto, surgem novos problemas. Um deles é o aumento dos preços dos imóveis, especialmente na capital Amsterdã. Desde 2013, o valor das residências subiu 20% no país. Num relatório recente, o Fundo Monetário Internacional afirma que o aumento preocupa porque o nível de endividamento das famílias é um dos maiores da Europa, e sugere que o governo tome medidas para reduzir os riscos.
METAIS E ENERGIA
UM NOVO CICLO DE ALTA
Um dos efeitos do aquecimento da economia mundial é a recuperação dos preços das commodities — produtos agrícolas, minerais e de energia (como petróleo e gás) cujos preços são definidos no mercado internacional. O valor dessas mercadorias havia despencado na primeira metade desta década e só voltou a se recuperar em 2016. Neste ano, a alta se acentuou. Num estudo recente, o Banco Mundial indica que os preços das commodities de energia subiram 10% no primeiro trimestre — contribuindo para o aumento dos combustíveis e do gás em todo o mundo. Metais e produtos agrícolas subiram 4%. A previsão é que a tendência continue. É uma boa notícia para países produtores, mas ruim para os consumidores.
MÉXICO
O DESAFIO DA INFORMALIDADE
Um dos problemas enfrentados por todos os países da América Latina é a grande quantidade de trabalhadores informais, que recebem salários baixos e acabam não se beneficiando das redes de proteção social governamentais. O México é o país onde a questão é mais grave. Mais da metade dos trabalhadores mexicanos com idade entre 15 e 64 anos está hoje na informalidade. É uma situação que contrasta com o baixo nível de desemprego do país, de 3,3%. Isso significa que, embora haja poucos desempregados, a maioria dos que trabalham tem rendimentos muito baixos e vive em situação precária. Um relatório recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) chama a atenção para o problema e afirma que é preciso tomar mais medidas para reduzir a informalidade. É um desafio que deve ser enfrentado pelo próximo presidente do país, após as eleições em 1o de julho.