Phil Chaves, da Twitch: aposta no engajamento das comunidades dos streamers (Alex Heidrich/Divulgação)
Phil Chaves, diretor da Twitch no Brasil há dois anos, sabe bem que o site de streaming surfou uma onda: durante a pandemia, os videogames tiveram um boom sem precedentes, enquanto praticamente todos os outros setores culturais — de música e vida noturna a teatro e cinema — afundaram.
Com a busca por formas de aliviar o tédio do isolamento, as visualizações da Twitch, que nasceu para transmitir jogatinas, receberam um impulso e chegaram à marca de 31 milhões de usuários diários. Em conversa com a EXAME, Chaves, que já teve passagens pela Meta e pela Uber, destacou que, ainda que a empresa precise consolidar o espaço galgado, há a certeza de que as comunidades ao redor dos streamers serão decisivas. Confira os principais trechos da entrevista.
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Com um mercado em constante crescimento, quais são suas expectativas para o futuro das plataformas de streaming de jogos?
A Twitch é certamente o futuro do entretenimento. Mas não só pelos jogos. Aprendemos com nosso público que as pessoas gostam de imergir e se envolver com o que elas veem nas lives. Por isso buscamos parcerias com canais de música, esportes e eSports, e criamos ambientes mais seguros para os usuários e as marcas. Por fim, monetizamos ainda mais os nossos streamers. São algumas das iniciativas que garantem a saúde da plataforma.
E como a Twitch pretende segurar a audiência adquirida na pandemia?
A gente viu crescer o fluxo de conteúdo de jogos e de não jogos desde o início do distanciamento social. Os games sempre foram mais populares do que a maioria das pessoas imagina, mas são especialmente populares agora. Daqui para a frente, vamos contar com essa conexão gerada com as comunidades, que nos diferenciam de concorrentes. Cada chat ao vivo em uma transmissão tem seu universo próprio, e quem está ali sabe que faz parte de algo diferente.
É como se a Twitch fosse parte da cultura gamer e da internet?
Se considerarmos que muitos streamers surgiram e cresceram nos últimos anos, e que comunidades inteiras cresceram ao redor deles, conseguimos imaginar que existe um impacto da Twitch no cotidiano das pessoas. Basta olhar para nomes como Gaules, que começou jogando e narrando Counter-Strike, e Casimiro, que fala de esportes. Hoje muitas conversas, memes e comportamentos nascem das lives desses streamers, e isso não tem volta.
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