Revista Exame

Uma nova voz

A conexão entre marcas com consumidores e fãs ganhou uma ferramenta nos últimos tempos. Trata-se da inteligência artificial

Ayrton Senna: voz do piloto é recriada por inteligência artificial em exposição (Paul-Henri Cahier/Getty Images)

Ayrton Senna: voz do piloto é recriada por inteligência artificial em exposição (Paul-Henri Cahier/Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 15 de agosto de 2024 às 06h00.

Ayrton Senna é uma marca? Ninguém mais tem dúvida disso. Três décadas depois do fatídico acidente em Ímola, seu nome já movimentou mais de 1,2 bilhão de dólares em vendas e licenciamentos, segundo estimativas da Senna Brands, braço empresarial da família Senna que controla as marcas Senna e Senninha, personagem infantil criado em vida pelo próprio Ayrton.

São milhares de produtos licenciados vendidos ao redor do globo, todos os anos. A ideia é perenizar o nome do piloto e torná-lo relevante para quem nunca viu suas corridas — e, com o tempo, nem sequer vai relacioná-lo com a Fórmula 1.

Três décadas, em termos de comunicação, equivalem a um século. Em 1994, a tecnologia tinha papel secundário na construção de marca. O termo “inteligência artificial”, então, soaria como ficção científica, algo como um episódio de Black Mirror — se naquele tempo existisse transmissão por streaming, claro.   

Em dias atuais, a inteligência artificial generativa tem potencializado a conexão com consumidores e fãs. Para empresas e influenciadores, a construção de branding nunca foi tão estimulante. Esse é o tema desta EXAME CEO .

Um exemplo marcante foi a campanha Gerações, lançada pela Volkswagen no ano passado para celebrar os 70 anos da empresa no Brasil. Com mais de 2,7 bilhões de “impactos”, foi considerada a campanha de maior engajamento da história da publicidade brasileira. O sucesso se deve, em grande medida, ao uso de inteligência artificial. Foi o que possibilitou o dueto entre a cantora Maria Rita e sua mãe, Elis Regina, que morreu 42 anos atrás, quando a filha tinha 4.

Para muitas empresas, a adesão à IA generativa virou a ordem do dia. Segundo um levantamento da Bain & Company, 72% dos executivos de companhias brasileiras enxergam a tecnologia como prioritária para os investimentos de 2024. Só 9% dos respondentes disseram que suas empresas já fazem uso de uma automação ou outra de maneira disseminada.

De empresas diversas como Albert Einstein e Mondeléz, do mercado automotivo ao mercado financeiro, não faltam exemplos de iniciativas utilizando inteligência artificial como alavanca para aumentar alcance, produtividade e lucratividade. Até mesmo os fãs do ídolo Ayrton Senna já se beneficiaram da tecnologia. Na exposição Eu, Ayrton Senna da Silva — 30 Anos, que esteve em cartaz este ano no Rio de Janeiro, a voz do piloto foi recriada por IA para convidar o público a visitar os 600 metros quadrados da mostra imersiva e interativa. Boa leitura!

Acompanhe tudo sobre:exame-ceo

Mais de Revista Exame

CEO influencer

A nova era do sportainment

Das redes para os rótulos

Mais perto do consumidor

Mais na Exame